A proposta deste blogue é incentivar boas discussões sobre o mundo econômico em todos os seus aspectos: econômicos, políticos, sociais, demográficos, ambientais (Acesse Comentários). Nele inserimos as colunas "XÔ ESTRESSE" ; "Editorial" e "A Hora do Ângelus"; um espaço ecumênico de reflexão. (... postagens aos sábados e domingos quando possíveis). As postagens aqui, são desprovidas de quaisquer ideologia, crença ou preconceito por parte do administrador deste blogue.
PENSAR "GRANDE":
[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.
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''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).
"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).
"Ranking'' dos políticos brasileiros: www.politicos.org.br
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sábado, março 27, 2010
EDITORIAL [In:] ELEIÇÕES/2010. QUEM ''PAGA'' ESSA CONTA?
Brasil
O kit da candidata e um luxo
Jatinho, mansões, assessores e salário, tudo pago pelo PT, esperam Dilma Rousseff quando a campanha decolar.
Partido rico é outra coisa...
Dida Sampaio/AR |
LOGÍSTICA A pré-candidata do PT, Dilma Rousseff, viajará de jatinho e ganhará salário: quem assina o cheque é Vaccari. |
A petista Dilma Rousseff sairá a pé do Palácio do Planalto nesta quarta-feira para percorrer a jornada eleitoral que, daqui a nove meses, poderá conduzi-la de volta ao poder pelo elevador privativo que leva ao gabinete do presidente da República. Dilma deixará o cargo de ministra da Casa Civil para se consagrar exclusivamente à pré-campanha, que dura até o fim de junho, quando a lei eleitoral estabelece o início oficial do pleito presidencial. O PT montou uma estrutura de primeira linha para a ministra. Ela receberá salário, contará com cinco assessores, voará de jatinho e vai se hospedar em uma confortável casa em Brasília (veja o quadro). Quem fechará esses contratos e pagará todas as despesas? Ele, o novo e já notório tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, o homem que, segundo depoimentos em poder da Procuradoria-Geral da República colhidos durante o mensalão, cobrava propina de quem quisesse fechar negócios com os fundos de pensão das estatais – e que, de acordo com o promotor José Carlos Blat, participou dos desvios na Bancoop, a Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo. À frente dos gastos com a pré-campanha petista, Vaccari por enquanto é o Delúbio Soares de Dilma. Pelo menos na prática.
Na semana passada, o tesoureiro deveria ter comparecido ao Congresso para prestar esclarecimentos sobre as acusações. Mas escapuliu. Argumentando que seu advogado estava em viagem ao exterior, Vaccari pediu que seu depoimento fosse adiado por duas semanas. Os senadores toparam. Na terça-feira, porém, os parlamentares da oposição puderam confirmar que a justificativa de Vaccari era apenas o que parecia ser mesmo – um álibi para tentar escapar da CPI. Coube ao líder do governo no Senado, o peemedebista Romero Jucá, investigado no Supremo Tribunal Federal por compra de votos, a tarefa de mostrar os dentes. Ele correu à comissão para levar recados ameaçadores. Jucá ensaiou apresentar requerimentos para convocar promotores que investigam ilegalidades cometidas por tucanos no Rio Grande do Sul e no Paraná – e também por democratas em Brasília. "Por mim, podem chamar quem eles quiserem", respondeu o senador tucano Alvaro Dias, autor da convocação de Vaccari. A tentativa de intimidação de Jucá falhou – por enquanto. O tesoureiro terá de depor.
Pressionado por colegas do PT, Vaccari admitiu a pelo menos três deles que realmente recebeu o corretor Lúcio Bolonha Funaro e o deputado Valdemar Costa Neto, réu no STF por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, para uma "conversa rápida", no fim de 2004 – conforme relatado pelo corretor ao Ministério Público Federal e revelado por VEJA. A esses interlocutores, contudo, Vaccari assegurou que, ao contrário do que afirmou Funaro, ali não se discutiram negociatas com os fundos de pensão nem se mencionou a necessidade de pagamento de propina para que as tratativas prosseguissem. O tesoureiro disse que deu detalhes da montagem de um fundo de pensão para os trabalhadores filiados à CUT, a Central Única dos Trabalhadores, aliada do PT, projeto que estaria sendo articulado por ele. Na conversa, jurou Vaccari, Valdemar apresentou Funaro e disse que ambos poderiam "trabalhar juntos" na captação de investimentos para esse fundo. Na versão dele, os três nunca mais se viram.
EXPLICAÇÕES O tesoureiro do PT, João Vaccari: ele admitiu aos colegas que se encontrou com o corretor e o deputado mensaleiro. |
A explicação do tesoureiro é tão real quanto os prédios que a Bancoop deveria ter construído. Se Vaccari não tinha nada a ver com o caixa clandestino do PT, o que ele teria a tratar com um deputado poderoso como Valdemar e um corretor especializado em operações heterodoxas, ambos envolvidos com o mensalão? Funaro confessou aos procuradores sua participação no esquema entre 2005 e 2006 e incluiu Vaccari na lista de operadores do PT quando nem sequer havia motivos eleitorais para atingi-lo. O corretor só virou o único réu-colaborador no caso do mensalão porque produziu provas. Flagrado em qualquer mentira, perderia automaticamente os benefícios advindos da colaboração. Em 2006, o ministro Joaquim Barbosa, relator do caso no STF, determinou que as denúncias apresentadas por Funaro fossem compartilhadas com procuradores que investigavam a ramificação do mensalão nos fundos de pensão. A Procuradoria da República em Brasília ainda não revelou qual foi o desdobramento da acusação de que o novo tesoureiro petista cobrava 12% de propina para o caixa do partido. A acusação foi registrada em depoimento oficial. Não vai desaparecer.
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http://veja.abril.com.br/310310/kit-canditada-luxo-p-062.shtml
CIRO, O ÚLTIMO A SABER
Ciro Gomes diz ter “99,47%” de chance de ser candidato. Mas está 99,99% descartado. Falta decidir quem lhe dará a notícia.
Fotos Andre Dusek/AE; Paulo Liebert/AE |
LULA E O DILEMA O presidente já acertou com o PSB que Ciro Gomes não disputará a Presidência da República: a queda livre nas intenções de voto será usada para convencê-lo a sair de cena sem traumas. |
O deputado federal Ciro Gomes é um político transparente, que não costuma esconder de ninguém suas convicções. Ciro já acreditou que poderia ser o candidato do presidente Lula nas eleições de outubro - e anunciou isso em alto e bom som. Depois, convencido pelo presidente de que talvez fosse melhor disputar o governo de São Paulo, topou o papel de títere e transferiu seu domicílio eleitoral do Ceará para a capital paulista. Agora, Ciro se diz novamente convencido de que será candidato à Presidência, mesmo sem o apoio do PT. “Tenho 99,47% de chance de ser candidato”, diz. “Só quem pode me tirar da disputa é o PSB, que é o meu partido, e mamãe.” Dona Maria José não faria uma maldade dessas. Já o PSB… Ciro ainda não sabe, mas, ao contrário do que imagina, há, sim, uma probabilidade realmente quase absoluta, mas de ele não ser candidato a nada. Avalizado pelo governo, o partido já decidiu que não dará a legenda ao deputado - discute tão somente a hora apropriada e a melhor maneira de lhe dar a notícia.
A candidatura Ciro Gomes foi uma experiência oficial que tinha tudo para dar errado. Na semana passada, o presidente Lula e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que preside o PSB, se reuniram para sepultá-la de vez. O presidente reclamou das declarações recentes de Ciro contra o governo e das críticas que ele tem feito à aliança do partido com o PMDB. "O que o Ciro está fazendo é inaceitável", disse Lula. Dado o veredicto, a estratégia inicial era tentar convencer o deputado, que já teve 21% das intenções de voto e hoje tem apenas a metade, de que suas chances minguaram e o melhor a fazer é uma republicana batida em retirada. Os conselheiros do governo, porém, temem que, informado do plano de naufrágio, Ciro possa apontar sua metralhadora oral na direção de Dilma Rousseff. Para evitar que isso aconteça, o melhor, decidiu-se, é afastar Lula do processo. A missão de contar a Ciro o que só ele ainda não sabe ficará por conta – e risco – do PSB.
Apesar do constrangimento de ser obrigado a assistir passivamente à decisão sobre seu futuro político, Ciro Gomes sabia desde o início que sua candidatura era teoricamente descartável e dependia exclusivamente da bússola de Lula. Sem nomes relevantes no PT, o presidente acreditava que ter dois candidatos oficiais era a melhor maneira de chegar ao segundo turno. Mudou de estratégia quando concluiu que Dilma pode ser uma candidata competitiva. Emparedado, Ciro topou até avaliar uma participação na disputa pelo governo de São Paulo, o que hoje também parece inviável. O fim de sua candidatura, por tudo isso, era previsível. A dúvida – e o receio de alguns – é saber se ele vai representar até o fim o papel que lhe reservaram.
sábado, março 20, 2010
EDITORIAL [In:] A VERDADE DE CADA UM...
Economia *
Os grandes "bolhonários" da Forbes
Em tempo de bolha de commodities, Eike Batista ganha 19,5 dos seus 27 bilhões de dólares em apenas um ano e chega ao oitavo lugar na lista da revista americana
Istockphoto | DE OLHO NO TOPO Eike Batista tornou-se um dos maiores bilionários do mundo e ainda não está satisfeito. Ele quer o primeiro lugar |
VEJA TAMBÉM |
• Quadro: O alpinistas das bolsas |
Eike Batista, dono do Grupo EBX, que atua principalmente nos setores de mineração e petróleo, já disse que seu objetivo é se tornar o homem mais rico do mundo. Com a rapidez com que ele escalou posições no ranking anual de bilionários da revista americana Forbes, não será surpresa para ninguém se ele realmente chegar ao topo. Na lista divulgada na semana passada, Batista, que há dois anos estava na 142ª colocação, aparece em oitavo lugar, atrás de um mexicano, três americanos, dois indianos e um francês. Nesse período, o patrimônio pessoal de Batista quadruplicou, chegando a 27 bilhões de dólares. Ele é o mais ágil alpinista recente do ranking de bilionários que a Forbes começou a compilar em 1987.
Um dos atrativos dessas listas de gente rica – a revista classifica também o patrimônio de empresas, executivos e celebridades – é traduzir os mecanismos de produção e acumulação de fortunas em cada período. A família Pritzker, dona dos hotéis Hyatt, reinou nos anos 80, quando o turismo explodiu como a primeira grande indústria global. Em 1987, os Pritzker já dividiam a ribalta com gente esquisita como o traficante colombiano Pablo Escobar, que vivia o auge da impunidade do comércio atacadista de cocaína. No ramo da legalidade, despontava Sam Walton, o americano criador da Walmart, a rede que revolucionaria o comércio varejista no mundo. No mesmo ano, aparecia um bilionário que não produzia nem administrava nada – nem cocaína nem gôndola de supermercado. Ele apenas acumulava ações. Seu nome: Warren Buf-fett. Na lista de 2010, Buffett é o terceiro colocado.
De certa forma, Eike Batista é da linhagem de bilionários das bolsas iniciada por Warren Buffett. Eles ganham com ações e suas qualidades de gestão não são testadas – no caso de Eike, serão em breve, quando suas empresas começarem a produzir. Eles dão saltos no ranking em momentos de "bolhas de valorização". A bolha de Eike é a de commodities, as matérias-primas que, depois de visitarem o fundo do poço dos preços, estão em alta frenética e devem permanecer assim pelo horizonte visível da economia mundial. Buffett e Eike são, cada um a seu modo, "bolhonários". Segundo os cálculos da Forbes, dois terços da fortuna de Eike vêm da OGX, uma empresa petrolífera que ainda nem começou a extrair petróleo. Em 2008, ele fez uma oferta pública de ações da OGX e captou 4 bilhões de dólares.
O mercado apostou nele tendo como garantia apenas o direito de exploração de duas dezenas de blocos na Bacia de Campos. "A OGX só tinha uma promessa", diz Luis Esteves, da administradora de recursos Acktix. "De lá para cá, a OGX comprovou que realmente há petróleo nos blocos que pretende explorar", afirma Luiz Otávio Broad, analista da Ágora Invest. Na sexta-feira 19, será feita a oferta pública de ações da OSX na Bovespa, com uma capitalização esperada de 5,5 bilhões de dólares. Assim, Eike multiplicará sua fortuna, rumo ao primeiro lugar entre os "bolhonários" e, quando o petróleo brotar, também entre os bilionários.
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Pastores do tráfico
Eles traziam da Bolívia para as favelas cariocas fuzis usados no Iraque
Ronaldo França
Arsenal para o tráfico O armamento apreendido e um dos pastores presos: fé, só na fachada |
A polícia do Rio de Janeiro suspeita, há algum tempo, que certas igrejas evangélicas com filiais em favelas cariocas mantenham um relacionamento promíscuo com os traficantes de drogas, servindo como mera fachada para negócios escusos. Na semana passada, isso finalmente se confirmou, com a prisão de dois pastores de uma obscura Igreja Mundial do Poder de Deus. Eles foram flagrados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Mato Grosso do Sul, rumo ao Rio de Janeiro, levando no carro sete fuzis M15, escondidos nos vãos das portas e sob o banco traseiro. Pelo alto poder de fogo, essas armas, também empregadas pelas Forças Armadas americanas no Iraque, são capazes de atingir um alvo a 3 quilômetros de distância e até de perfurar coletes à prova de balas. O destino delas era uma favela de São Gonçalo, município na região metropolitana do Rio que funciona como entreposto de armas e drogas para a capital. Diz o chefe da divisão de combate ao crime da PRF, Giovanni Di Mambro: "Vamos tentar descobrir agora se essa é uma quadrilha estruturada".
Os fuzis M15 vieram da Bolívia – de onde, já é notório, se origina parte do armamento mais pesado em poder hoje dos traficantes cariocas e de quadrilhas espalhadas por outros estados. Apesar de a rota seguida pelos contrabandistas já ser conhecida, é flagrante a falta de uma fiscalização mais maciça por parte das polícias Federal e Rodoviária. Os especialistas concordam que uma maior eficácia delas, aliada à ação das Forças Armadas nas fronteiras – algo que depende da aprovação de um projeto em tramitação no Senado –, é um avanço necessário, e urgente. A história da dupla de pastores, flagrada numa peneira aleatória da polícia, chama atenção para isso. Imagine quantos carros com carregamento parecido transitam por ali, à luz do dia, sem ser notados.
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Não se pode ressuscitar o que não morreu!
Adriana Vandoni ***
A Cooperativa Nacional dos Bancários, – Bancoop, foi criada em 96, pelo deputado Ricardo Berzoini (PT-SP) com a promessa de entregar imóveis 40% mais baratos que os de mercado. Todavia, a Bancoop deixou, no lugar dos apartamentos, um rastro de escombros. Pelo menos 400 famílias movem processos contra a cooperativa, alegando que, mesmo tendo quitado o valor integral dos imóveis, não só deixaram de recebê-los como passaram a ver as prestações se multiplicar a ponto de levá-las à ruína.
O Ministério Público indica como principal responsável pelo esquema de desvio de dinheiro da cooperativa, seu ex-diretor financeiro e ex-presidente João Vaccari Neto, que acaba de ser nomeado o novo tesoureiro do PT. Além de desviar dinheiro da Bancoop, o tesoureiro do partido arrecadava dinheiro para o caixa do mensalão cobrando propina. João Vaccari agia em parceria com o ex-tesoureiro petista Delúbio Soares e sob o comando do ex-ministro José Dirceu, réu no Supremo Tribunal Federal (STF) sob a acusação de chefiar o bando dos quarenta do mensalão.
Mas a pré-candidata do PT à Presidência, a ministra Dilma Rousseff (foto) classificou a revelação do esquema de desvio de recursos da Bancoop – que lesou centenas de associados para montar um esquema de desvio de dinheiro que abasteceu a campanha de Lula em 2002 – como uma tentativa da oposição de prejudicá-la às vésperas da campanha eleitoral. Sobre esse escândalo, diz com raro acerto Nelson Motta: “O desastre empresarial da Bancoop — sem falar em roubos pessoais e partidários — é uma fábula sem moral sobre o petismo de resultados”.
Mas Dilma vê esse roubo de forma diferente, que a revelação do esquema é apenas uma tentativa da oposição de ressuscitar a crise política vivida pelo governo federal em 2005 com o escândalo do mensalão e, desta forma, influenciar o processo eleitoral deste ano.
“O pessoal está tentando, vamos dizer, trazer 2005 para a eleição de 2010, mas não acho que isso seja eficaz”, afirmou Dilma a jornalistas “Acho que é pouco eficaz.”
Com essa afirmativa Dilma acrescenta em sua folha corrida mais uma qualificação, além de reconhecidamente ser uma mentirosa compulsiva é também uma embusteira, ou melhor, uma vigarista barata, pois sabe muito bem que só se pode ressuscitar o que já morreu e o mensalão sempre esteve vivo, firme, forte e incomodando os cúmplices da quadrilha.
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* http://veja.abril.com.br/170310/grandes-bolhonarios-forbes-p-080.shtml** http://veja.abril.com.br/170310/pastores-trafico-p-096.shtml
*** http://www.prosaepolitica.com.br/2010/03/20/nao-se-pode-ressuscitar-o-que-nao-morreu/
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terça-feira, março 16, 2010
MENSALÃO DO PT/BANCOOP [In:] UMA CONTA-CORRENTE A ''PREÇOS CORRENTES''...
Brasil
O pedágio do PT
Além de desviar dinheiro da Bancoop, o tesoureiro do partido arrecadava dinheiro para o caixa do mensalão cobrando propina
Fotos Wladimir de Souza/Diário de São Paulo e Sérgio Lima/Folha Imagem |
O ELO PERDIDO DO MENSALÃO O corretor de câmbio Lúcio Funaro prestou seis depoimentos sigilosos à Procuradoria-Geral da República, nos quais narrou como funcionava a arrecadação de propina petista nos fundos de pensão: "Ele (João Vaccari, á esq.) cobra 12% de comissão para o partido". |
VEJA TAMBÉM |
• Na revista: A casa caiu |
O novo tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, é uma peça mais fundamental do que parece nos esquemas de arrecadação financeira do partido. Investigado pelo promotor José Carlos Blat por suspeita de estelionato, apropriação indébita, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha no caso dos desvios da Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop), Vaccari é também personagem, ainda oculto, do maior e mais escandaloso caso de corrupção da história recente do Brasil: o mensalão - o milionário esquema de desvio de dinheiro público usado para abastecer campanhas eleitorais do PT e corromper parlamentares no Congresso. O mensalão produziu quarenta réus ora em julgamento pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Entre eles não está Vaccari. Ele parecia bagrinho no esquema. Pelo que se descobriu agora, é um peixão. Em 2003, enquanto cuidava das finanças da Bancoop, João Vaccari acumulava a função de administrador informal da relação entre o PT e os fundos de pensão das empresas estatais, bancos e corretoras. Ele tocava o negócio de uma maneira bem peculiar: cobrando propina. Propina que podia ser de 6%, de 10% ou até de 15%, dependendo do cliente e do tamanho do negócio. Uma investigação sigilosa da Procuradoria-Geral da República revela, porém, que 12% era o número mágico para o tesoureiro - o porcentual do pedágio que ele fixava como comissão para quem estivesse interessado em se associar ao partido para saquear os cofres públicos.
Fotos Celso Junior/AE e Eliária Andrade/Ag. O Globo | "Ele (Vaccari) chamava o Delúbio de 'professor'. É homem do Zé Dirceu. Faz as operações com fundos grandes - Previ, Funcef, Petros..." Corretor Lúcio Funaro, em depoimento ao MP |
CAPO José Dirceu tinha Delúbio Soares (à esq.) e Vaccari como arrecadadores para o mensalão. O tesoureiro atual do PT cuidava dos fundos de pensão |
A revelação do elo de João Vaccari com o escândalo que produziu um terremoto no governo federal está em uma série de depoimentos prestados pelo corretor Lúcio Bolonha Funaro, considerado um dos maiores especialistas em cometer fraudes financeiras do país. Em 2005, na iminência de ser denunciado como um dos réus do processo do mensalão, Funaro fez um acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República. Em troca de perdão judicial para seus crimes, o corretor entregou aos investigadores nomes, valores, datas e documentos bancários que incriminam, em especial, o deputado paulista Valdemar Costa Neto, do PR, réu no STF por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Em um dos depoimentos, ao qual VEJA teve acesso, Lúcio Funaro também forneceu detalhes inéditos e devastadores da maneira como os petistas canalizavam dinheiro para o caixa clandestino do PT. Apresentou, inclusive, o nome do que pode vir a ser o 41º réu do processo que apura o mensalão - o tesoureiro João Vaccari Neto. "Ele (Vaccari) cobra 12% de comissão para o partido", disse o corretor em um relato gravado pelos procuradores. Em cinco depoimentos ao Ministério Público Federal que se seguiram, Funaro forneceu outras informações comprometedoras sobre o trabalho do tesoureiro encarregado de cuidar das finanças do PT:
Divulgação | "Rural, BMG, Santos... Tirando os bancos grandes, quase todos têm negócio com eles." Corretor Lúcio Funaro, em depoimento ao MP |
• Entre 2003 e 2004, no auge do mensalão, João Vaccari Neto era o responsável pelo recolhimento de propina entre interessados em fazer negócios com os fundos de pensão de empresas estatais no mercado financeiro.
• O tesoureiro concentrava suas ações e direcionava os investimentos de cinco fundos - Previ (Banco do Brasil), Funcef (Caixa Econômica), Nucleos (Nuclebrás), Petros (Petrobras) e Eletros (Eletrobrás) -, cujos patrimônios, somados, chegam a 190 bilhões de reais.
• A propina que ele cobrava variava entre 6% e 15%, dependendo do tipo de investimento, do valor do negócio e do prazo.
• O dinheiro da propina era carreado para o caixa clandestino do PT, usado para financiar as campanhas do partido e subornar parlamentares.
• João Vaccari agia em parceria com o ex-tesoureiro petista Delúbio Soares e sob o comando do ex-ministro José Dirceu, réu no STF sob a acusação de chefiar o bando dos quarenta.
Fotos Lula Marques/Folha Imagem e Celso Junior/AE |
O PATROCINADOR O presidente do PT, José Eduardo Dutra, indicou Vaccari para tesoureiro do partido na campanha presidencial da ministra Dilma Rousseff, embora dirigentes da sigla tenham tentado vetar o nome do sindicalista, por ele ter "telhado de vidro". |
Lúcio Funaro contou aos investigadores o que viu, ouviu e como participou. Os destinos de ambos, Funaro e Vaccari, se cruzaram nas trilhas subterrâneas do mensalão. Eram os últimos meses de 2004, tempos prósperos para as negociatas da turma petista liderada por José Dirceu e Delúbio Soares. As agências de publicidade de Marcos Valério, o outro ponta de lança do esquema, recebiam milhões de estatais e ministérios - e o BMG e o Rural, os bancos que financiavam a compra do Congresso, faturavam fortunas com os fundos de pensão controlados por tarefeiros do PT. Naquele momento, Funaro mantinha uma relação lucrativa com Valdemar Costa Neto. Na campanha de 2002, o corretor emprestara ao deputado 3 milhões de reais, em dinheiro vivo. Pela lógica que preside o sistema político brasileiro, Valdemar passou a dever-lhe 3 milhões de favores. O deputado, segundo o relato do corretor, foi cobrar esses favores do PT. É a partir daí que começa a funcionar a engrenagem clandestina de fabricação de dinheiro. O deputado detinha os contatos políticos; o corretor, a tecnologia financeira para viabilizar grandes negociatas. Combinação perfeita, mas que, para funcionar, carecia de um sinal verde de quem tinha o comando da máquina. Valdemar procurou, então, Delúbio Soares, lembrou-lhe a ajuda que ele dera à campanha de Lula e pediu, digamos, oportunidades. De acordo com o relato do corretor, Delúbio indicou João Vaccari para abrir-lhe algumas portas.
Para marcar a primeira conversa com Vaccari, Funaro ligou para o celular do sindicalista. O encontro, com a presença do deputado Costa Neto, deu-se na sede da Bancoop em São Paulo, na Rua Líbero Badaró. Na conversa, Vaccari contou que cabia a ele intermediar operações junto aos maiores fundos de pensão - desde que o interessado pagasse um "porcentual para o partido (PT)", taxa que variava entre 6% e 15%, dependendo do tipo de negócio, dos valores envolvidos e do prazo. E foi didático: Funaro e Valdemar deveriam conseguir um parceiro e uma proposta de investimento. Em seguida, ele se encarregaria de determinar qual fundo de pensão se encaixaria na operação desejada. O tesoureiro adiantou que seria mais fácil obter negociatas na Petros ou na Funcef. Referindo-se a Delúbio sempre como "professor", Vaccari explicou que o PT havia dividido o comando das operações dos fundos de pensão. O petista Marcelo Sereno, à época assessor da Presidência da República, cuidava dos fundos pequenos. Ele, Vaccari, cuidava dos grandes. O porcentual cobrado pelo partido, entre 6% e 15%, variava de acordo com o tipo do negócio. Para investimentos em títulos de bancos, os chamados CDBs, nicho em que o corretor estava interessado, a "comissão" seria de 12%. Funaro registrou a proposta na memória, despediu-se de Vaccari e foi embora acompanhado de Costa Neto.
Donos de uma fortuna equivalente à dos Emirados Árabes, os fundos de pensão de estatais são alvo da cobiça dos políticos desonestos graças à facilidade com que operadores astutos, como Funaro, conseguem desviar grandes somas dando às operações uma falsa aparência de prejuízos naturais impostos por quem se arrisca no mercado financeiro. A CPI dos Correios, que investigou o mensalão em 2006, demonstrou isso de maneira cabal. Com a ajuda de técnicos, a comissão constatou que os fundos foram saqueados em operações fraudulentas que beneficiavam as mesmas pessoas que abasteciam o mensalão. Funaro chegou a insinuar a participação de João Vaccari no esquema em depoimento à CPI, em março de 2006. Disse que Vaccari era operador do PT em fundos de pensão, mas que, por ter sabido disso por meio de boatos no mercado financeiro, não poderia se estender sobre o assunto. Sabe-se, agora, que, na ocasião, ele contou apenas uma minúscula parte da história.
A história completa já havia começado a ser narrada sete meses antes a um grupo de procuradores da República do Paraná. Em agosto de 2005, emparedado pelo Ministério Público Federal por causa de remessas ilegais de 2 milhões de dólares ao exterior, Funaro propôs delatar o esquema petista em troca de perdão judicial. "Vou dar a vocês o cara do Zé Dirceu. O Marcelo Sereno faz operação conta-gotas que enche a caixa-d'água todo dia para financiar operações diárias. Mas esse outro aqui, ó, o nome dele nunca saiu em lugar nenhum. Ele faz as coisas mais volumosas", disse Funaro, enquanto escrevia o nome "Vaccari", em uma folha branca, no alto de um organograma. Um dos procuradores quis saber como o PT desviava dinheiro dos fundos. "Tiram dinheiro muito fácil. Rural, BMG, Santos... Tirando os bancos grandes, quase todos têm negócio com ele", disse. O corretor explicou aos investigadores que se cobrava propina sobre todo e qualquer investimento. "Sempre que um fundo compra CDBs de um banco, tem de pagar comissão a eles (PT)", explicou. "Vou dar provas documentais. Ligo para ele (Vaccari) e vocês gravam. Depois, é só ver se o fundo de pensão comprou ou não os CDBs do banco."
O depoimento de Funaro foi enviado a Brasília em dezembro de 2005, e o STF aceitou transformá-lo formalmente em réu colaborador da Justiça. Parte das informações passadas foi usada para fundamentar a denúncia do mensalão. A outra parte, que inclui o relato sobre Vaccari, ainda é guardada sob sigilo. VEJA não conseguiu descobrir se Funaro efetivamente gravou conversas com o tesoureiro petista, mas sua ajuda em relação aos fundos foi decisiva. Entre 2003 e 2004, os três bancos citados pelo corretor - BMG, Rural e Santos - receberam 600 milhões de reais dos fundos de pensão controlados pelo PT. Apenas os cinco fundos sob a influência do tesoureiro aplicaram 182 milhões de reais em títulos do Rural e do BMG, os principais financiadores do mensalão, em 2004. É um volume 600% maior que o do ano anterior e 1 650% maior que o de 2002, antes de o PT chegar ao governo. As investigações da polícia revelaram que os dois bancos "emprestaram" 55 milhões de reais ao PT. É o equivalente a 14,1% do que receberam em investimentos - portanto, dentro da margem de propina que Funaro acusa o partido de cobrar (entre 6% e 15%). Mas, para os petistas, isso deve ser somente uma coincidência...
Desde que começou a negociar a delação premiada com a Justiça, Funaro prestou quatro depoimentos sigilosos em Brasília. O segredo em torno desses depoimentos é tamanho que Funaro guarda cópia deles num cofre no Uruguai. "Se algo acontecer comigo, esse material virá a público e a República cairá", ele disse a amigos. Hoje, aos 35 anos, Funaro, formado em economia e considerado até por seus desafetos um gênio do mundo financeiro, é um dos mais ricos e ladinos investidores do país. Sabe, talvez como ninguém no Brasil, tirar proveito das brechas na bolsa de valores para ganhar dinheiro em operações tão incompreensíveis quanto lucrativas. O corretor relatou ao Ministério Público que teve um segundo encontro com Vaccari, sempre seguindo orientação do "professor Delúbio", no qual discutiu um possível negócio com a Funcef, mas não forneceu mais detalhes nem admitiu se as tratativas deram certo.
VEJA checou os extratos telefônicos de Delúbio remetidos à CPI dos Correios e descobriu catorze ligações feitas pelo "professor" a Vaccari no mesmo período em que se davam as negociações entre Funaro e o guardião dos fundos de pensão. O que o então tesoureiro do PT tinha tanto a conversar com o dirigente da cooperativa? É possível que Funaro tenha mentido sobre os encontros com Vaccari? Em tese, sim. Pode haver motivos desconhecidos para isso. Trata-se, contudo, de uma hipótese remotíssima. Quando fez essas confissões aos procuradores, Vaccari parecia ser um personagem menor do submundo petista. "Os procuradores só queriam saber do Valdemar, e isso já lhes dava trabalho suficiente", revelou Funaro a amigos, no ano passado. As investigações que se seguiram demonstraram que Funaro dizia a verdade. Seus depoimentos, portanto, ganharam em credibilidade. Foram aceitos pela criteriosa Procuradoria-Geral da República como provas fundamentais para incriminar a quadrilha do mensalão. Muitos tentaram, inclusive o lobista Marcos Valério, mas apenas Funaro virou réu-colaborador nesse caso. Isso significa que ele apresentou provas documentais do que disse, não mentiu aos procuradores e, sobretudo, continua à disposição do STF para ajudar nas investigações. Em contrapartida, receberá uma pena mais branda no fim do processo - ou será inocentado.
Durante a semana, Vaccari empenhou-se em declarar que, no caso Bancoop, ele e outros dirigentes da cooperativa são inocentes e que culpados são seus acusadores e suas vítimas. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o tesoureiro do PT disse que o MP agiu "para sacanear" e que os 31 milhões de reais sacados na boca do caixa pela Bancoop teriam sido "movimentações interbancárias". Os documentos resultantes da quebra do sigilo bancário da entidade mostram coisa diferente. Entre os cheques emitidos pela Bancoop para ela mesma ou para seu banco, o Bradesco, "a imensa maioria", segundo o MP, continha o código "SQ21" - que quer dizer saque. Algumas vezes aparecia a própria palavra escrita no verso (veja reproduções). Se, a partir daí, o dinheiro sacado foi colocado em uma mala, usado para fazer pagamentos, ou depositado em outras contas, não se sabe. A maioria dos cheques nominais ao banco (que também permitem movimentação na boca do caixa) não continha informações suficientes para permitir a reconstituição do seu percurso, afirma o promotor Blat. "De toda forma, fica evidente que se tratou de uma manobra para dificultar ou evitar o rastreamento do dinheiro", diz ele.
Na tentativa de inocentar-se, o tesoureiro do PT distribuiu culpas. Segundo ele, os problemas de caixa da cooperativa se deveram ao comportamento de cooperados que sabiam que os preços iniciais dos imóveis eram "estimados" e "não quiseram pagar" a diferença depois que foram constatados "erros de cálculo" nas estimativas. Ele só omitiu que, em muitos casos, os "erros de cálculo" chegaram a valores correspondentes a 50% do preço inicial do apartamento. Negar evidências e omitir fraudes. Essa é a lei da selva na política. Até quando?
Empreitadas-fantasma
Um empreiteiro de 46 anos que prestou serviços à Bancoop por dez anos repetiu à repórter Laura Diniz as acusações que passou oficialmente ao promotor do caso Bancoop. O empreiteiro conta como emitiu notas frias a pedido dos diretores da cooperativa, e ouviu que o dinheiro desviado seria destinado às campanhas de Lula à Presidência, em 2002, e de Marta Suplicy à prefeitura de São Paulo, em 2004 Qual foi a primeira vez que a Bancoop pediu notas frias ao senhor? Quantas notas frias o senhor deu? O que o senhor sabe sobre a Germany? |
Mais vítimas da Bancoop
Fotos Fernando Schneider |
"SE EU PAGAR MAIS, NÃO COMO"
"Eu e meu marido já colocamos todas as nossas economias no apartamento que compramos da Bancoop, mas as cobranças adicionais nunca param de chegar. Já gastamos 90 000 reais, eles querem mais 40 000. Paramos de pagar. Se pagar, não como. Eu me sinto revoltada e humilhada. Tenho muito medo de perder tudo."
Tânia Santos Rosa, 38 anos, ex-bancária
"TENHO 68 ANOS E MORO DE FAVOR"
"Comprei um apartamento em São Paulo, paguei os 78 000 do contrato, mas só ergueram duas das três torres prometidas. A minha parou no meio. Eles queriam mais 30 000 reais, mas eu não tinha mais de onde tirar dinheiro. Queria jogar uma bomba na Bancoop. Hoje, ainda moro de favor na casa da minha sogra, para escapar do aluguel."
Clóvis Pardo, 68 anos, aposentado
"VOU RECLAMAR PARA O LULA?"
"Comprei um apartamento da Bancoop em 2001 e ele nunca saiu do chão. Quitei tudo, os 65 000 reais, mas não tenho esperança de ver o prédio de pé. Queria o dinheiro de volta, mas acho que ele já foi todo gasto em campanhas do PT. Não tenho mais um centavo na poupança e ainda moro de aluguel. O que eu posso fazer? Reclamar para o Lula?"
Alda Cabral Ramos, 58 anos, representante comercial.
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http://veja.abril.com.br/170310/pedagio-pt-p-058.shtml
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quinta-feira, março 11, 2010
PARTIDO DOS TRABALHADORES/BRASIL: O TESOURO DO TESOUREIRO ''ET ALLI''
Tesoureiro do PT vai ser indicado por estelionato
Promotor pedirá indiciamento de tesoureiro do PT por estelionato |
Autor(es): Fausto Macedo |
O Estado de S. Paulo - 11/03/2010 |
O promotor de Justiça José Carlos Blat declarou ontem que vai requerer o indiciamento criminal e denunciar à Justiça João Vaccari Neto por formação de quadrilha, estelionato, apropriação indébita e lavagem de dinheiro, delitos que o tesoureiro do PT, segundo o promotor, teria praticado enquanto ocupou a presidência da Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop), entre 2005 e 2010. Blat disse que a medida será tomada ao fim de sua investigação, independentemente de a Justiça autorizar ou não a quebra do sigilo bancário e fiscal de Vaccari, requerida sexta-feira. |
BANCOOP/MENSALÃO [In:] ... MEU ''APÊ'', UMA VIDA... (*)
Caso Bancoop: triplex do casal Lula está atrasado
GUARUJÁ (SP) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua mulher, Marisa Letícia, são donos de uma cobertura na praia das Astúrias, no Guarujá, mas amargam há cinco anos na fila de cooperados da Bancoop (Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo) para receber o imóvel. A solução encontrada pelos cerca de 120 futuros proprietários do empreendimento foi deixar de lado a Bancoop e entregar o Residencial Mar Cantábrico à construtora OAS, que prometeu concluir as obras em dois anos. Procurada, a Presidência confirmou que Lula continua proprietário do imóvel.
A construção, no entanto, permanece parada porque a empresa ainda está regularizando os documentos de transferência do imóvel. A única alusão à mudança é um painel da OAS, anunciando que ali haverá um empreendimento da construtora. O vigia do imóvel não pode abrir os portões nem aos antigos cooperados, mas o que se vê, além do muro, é que apenas uma das duas torres originais do projeto foi erguida.
O prédio, no entanto, está no osso: sem nenhum acabamento, nem portas, janelas ou elevadores. É nele que a família Lula da Silva deverá ocupar a cobertura triplex, com vista para o mar. Apesar dos imponentes 19 andares e de um projeto que prevê duas torres, com apartamentos entre 80 e 240 metros quadrados, o Mar Cantábrico é conhecido na vizinhança como "o prédio abandonado". ( Base governista derruba requerimento para convocação de promotor do caso Bancoop )
" Já pensamos até em denunciar o prédio por causa da dengue "
- As varandas estão cheias de água, e um muro caiu - conta o funcionário de um dos prédios vizinhos, que preferiu não se identificar, mas mostrou o muro. - Já pensamos até em denunciar o prédio por causa da dengue.
A segunda torre, se construída como informa a planta do empreendimento, lançado no início dos anos 2000, pode acabar com parte da alegria de Lula: o prédio ficará na frente do imóvel do presidente, atrapalhando a vista para o mar do Guarujá, cidade do litoral paulista. Na praia das Astúrias, um imóvel como o de Lula pode passar de R$ 1 milhão.
Na declaração de bens feita para a candidatura à reeleição, em 2006, o presidente informou sobre o imóvel, afirmando ter participação na cooperativa habitacional para o apartamento em construção. O contrato foi assinado em maio de 2005, em nome da primeira-dama. Segundo a declaração feita por Lula ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a família já havia pagado R$ 47.695,38. Mas o apartamento mais simples, de três quartos, foi oferecido pela Bancoop por R$ 192.533,20. O medo de muitos deles é que agora o preço final chegue a triplicar, já que o empreendimento foi incorporado pela OAS, que não cobrará o prometido preço de custo da Bancoop.
O GLOBO conversou com um dos cooperados que preferiu procurar a Bancoop para receber seu dinheiro de volta, cerca de R$ 80 mil. Segundo a cooperativa, o dinheiro será devolvido aos que não aderiram ao negócio. O advogado da Bancoop, Pedro de Abreu Dallari, afirmou que a entrada da OAS ou de uma incorporadora nos empreendimentos não é exclusividade do prédio de Lula.
" O meu imóvel, orçado em R$ 140 mil, já está pronto, mas sai a R$ 362 mil "
- Foi uma decisão do Conselho Fiscal do Residencial Mar Cantábrico, mas outros conselhos também buscam essa alternativa - disse o advogado.
A solução não foi boa para a bancária Andrea Loia, que comprou um imóvel a ser construído na região de Pinheiros (Zona Oeste de São Paulo) e que preferiu, depois de uma longa briga, receber de volta os R$ 25 mil investidos. O pagamento foi a conta-gotas: 36 meses.
- O meu imóvel, orçado em R$ 140 mil, também foi transferido para uma construtora. Ele já está pronto, mas sai a R$ 362 mil. Quando desisti do empreendimento, a Bancoop queria que eu trocasse pelo apartamento de Guarujá. Eu não aceitei. Queria me livrar deles.
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Depoimentos acusam PT e Vaccari de desvio de dinheiro
Comando da campanha de Dilma reafirma que Vaccari não será seu tesoureiro
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(*) MINHA CASA, MINHA VIDA (Programa Habitacional do Governo Lula).
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quarta-feira, março 10, 2010
MENSALÃO/PT/VACCARI [In:] BANCOOP. UMA COOPERATIVA ''PrivaTizada''
Caso Bancoop: ex-segurança acusa Vaccari
Bancoop: depoimentos acusam PT e Vaccari |
Autor(es): Agencia O Globo/Leila Suwwan |
O Globo - 10/03/2010 |
O inquérito policial que investiga o rombo de R$ 100milhões naBancoop e o suposto abastecimento de campanhas petistasdesde 2002contém depoimentos com acusações ao partido e ao JoãoVaccari Neto,tesoureiro do PT e presidente licenciado da Bancoop. Presidentedo PT diz que partido é alvo de ataques Ele disse que seuirmão tinhaque ceder a pressões políticas e muitas vezes se viaobrigado a entregarvalores de grande monta para as campanhaseleitorais do PT, desviandorecursos da Bancoop. As pressões viriam deVaccari, que à época presidiao Sindicato dos Bancários. |
terça-feira, março 09, 2010
MENSALÃO/BANCOOP [In:] ''FÁCIL, EXTREMAMENTE FÁCIL...'' II
PROMOTOR APONTA DESVIO DE R$ 100 MILHÕES NA BANCOOP
PROMOTOR CALCULA EM R$ 100 MILHÕES DESVIO EM COOPERATIVA LIGADA AO PT |
Autor(es): Fausto Macedo e Clarissa Oliveira |
O Estado de S. Paulo - 09/03/2010 |
Pode ultrapassar R$ 100 milhões o total do desvio de recursos da Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop), calcula o promotor de Justiça José Carlos Blat, da 1ª Promotoria Criminal da Capital. "A movimentação sob suspeita indica que o rombo supera R$ 100 milhões", disse Blat, após análise parcial de 8,5 mil extratos bancários da cooperativa, relativos ao período de 2001 a 2008. |