PENSAR "GRANDE":

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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.

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''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).

"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).

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quinta-feira, agosto 22, 2013

''VEM PRÁ CAIXA, O PP TAMBÉM, VEM !!! ''

22/08/2013
PP consegue uma vice-presidência da Caixa


Por Caio Junqueira | De Brasília

A presidente Dilma Rousseff decidiu ceder a vice-presidência de governo da Caixa Econômica Federal ao PP. O objetivo é dar continuidade ao processo de recomposição de sua base aliada no Congresso Nacional e aglutinar forças políticas para a sua campanha à reeleição em 2014.

O PP é um partido-chave neste processo. Em 2010, o partido optou pela neutralidade e não esteve na aliança que elegeu. isso a despeito de integrar o Ministério das Cidades durante boa parte do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O posto foi mantido no governo Dilma, primeiro com o deputado Mário Negromonte (BA) e depois com Agnaldo Ribeiro (PB), o atual ministro. Mas mesmo assim setores do partido ligados ao ex-presidente, o senador Francisco Dornelles (RJ), trabalham para levá-lo a apoiar o senador Aécio Neves (PSDB) em 2014. Dornelles é tio de Aécio.

É esse movimento que o governo tenta estancar ao ceder uma das vices-presidências da Caixa ao PP. Além, claro, de assegurar os votos do partido no Congresso Nacional, em especial na Câmara, onde o PP tem a quinta maior bancada, com 38 deputados - a terceira maior da base, depois de PT e PMDB.

A vice cedida ao partido - de governo - foi criada neste ano a partir do desmembramento em duas da vice de Habitação e Governo, ocupada por José Urbano Duarte, uma indicação do PT. Após sua criação, Duarte vinha ocupando interinamente as duas vices: a de Habitação e a de Governo. Com a decisão, ele passará a cuidar apenas de habitação e o PP será responsável pela vice de governo.

A fórmula repete a cessão de cargos do governo ao PP para garantir o apoio à eleição de Fernando Haddad (PT) na disputa pela Prefeitura de São Paulo em 2012. O PP, controlado em São Paulo pelo deputado Paulo Maluf, tendia a apoiar José Serra (PSDB). Dilma, então, aceitou uma indicação de Maluf para a Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental no Ministério das Cidades. O nomeado foi o engenheiro Osvaldo Garcia.

Também repete a fórmula feita com o PTB, cujo presidente, Benito Gama, passou a ocupar recentemente a vice-presidência de governo do Banco do Brasil. A ideia foi a mesma: assegurar votos no Legislativo e iniciar uma aproximação para 2014. Ainda mais porque em 2010 o PTB apoio Serra contra Dilma.

Trata-se, na verdade, da continuidade ao movimento iniciado neste semestre de conceder cargos de segundo escalão aos aliados para distensionar o ambiente político. Na semana passada, conforme publicou o Valor em sua edição de quinta-feira, o Palácio abriu espaço para que o PMDB ocupe os ministérios que têm ministros, principalmente Agricultura, Turismo e Secretaria de Aviação Civil (SAC). Nesse sentido, foram feitas nomeações na Agricultura e o governo sinalizou espaços nos órgãos vinculados á SAC, como a Infraero.

Também envolve cargos nas agências reguladoras, como o de Renato Porto na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), indicação do líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE).

Esse processo de recomposição da base inclui, além do loteamento do segundo escalão, outros dois componentes. A liberação de emendas parlamentares e as negociações dos palanques estaduais.

adicionada no sistema em: 22/08/2013 12:26

quarta-feira, julho 31, 2013

... A FAZER CORAR MAQUIAVEL

Enviado por Ricardo Noblat - 
30.7.2013
 | 21h04m
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POLÍTICA

ACM Neto: de algoz a parceiro do PT, 


por Gabriel Castro


Blog de Ricardo Setti
Na última quinta-feira, o prefeito de Salvador, Antônio Carlos Magalhães Neto, convocou uma entrevista coletiva para anunciar o início da integração entre as linhas de ônibus da capital. 
Sentado à mesa da sala de reuniões da prefeitura, o vereador Henrique Carballal, um dos três presentes ao anúncio, pediu a palavra após a fala do chefe do Executivo.
Os repórteres ainda estavam lá. “Eu quero parabenizar o prefeito pela iniciativa”, disse o parlamentar. A história se torna surpreendente porque o vereador é filiado ao PT, o maior adversário do DEM de ACM Neto.
O gesto de Carballal foge à regra. Mas é preciso dizer que a recíproca é verdadeira: desde que assumiu o comando da capital da Bahia, no início do ano, o herdeiro político de Antônio Carlos Magalhães despiu-se do figurino de adversário tenaz do governador Jaques Wagner (PT) e da presidente Dilma Rousseff.
Entrou em cena uma versão “suave” de ACM Neto, que em nada lembra os tempos de algoz do governo Lula no Congresso Nacional.


ACM Neto, prefeito de Salvador

Parte desse clima de união vem da unanimidade causada pela desastrosa gestão de João Henrique (hoje no PP), o antecessor de ACM Neto. A posse do jovem de 34 anos parece ter dado novo ânimo à política local. Mas essa não é a única explicação para a nova postura do administrador da cidade: o prefeito herdou uma administração com problemas financeiros graves, impossibilitada de realizar convênios com a União por causa da inadimplência.
O prefeito não pode abrir mão do apoio estadual e federal. ACM, que agora até deixa escapar um “presidenta”, como Dilma gosta de ser chamada, garante que não mudou de opinião – só não pode fazer política na prefeitura.


segunda-feira, outubro 08, 2012

ELEIÇÕES MARINGÁ. UM SEGUNDO TURNO #TENSO


  • Maringá terá segundo turno entre Pupin e Enio Verri









    • Rosângela Gris e Murilo Gatti






    A eleição para a Prefeitura de Maringá será decidida no segundo turno entre os candidatos Pupin (PP) e Enio Verri (PT). Segundo a Justiça Eleitoral, com 100% das urnas apuradas, Pupin teve 82.995 votos, o equivalente a 42,36% dos válidos (excluindo brancos e nulos). Enio Verri recebeu 68.624 votos, o que corresponde a 35,02% dos votos válidos. No início da noite, Pupin e Verri comemoraram o resultado.

    "Estou muito contente, muito feliz. Sabia que o nosso trabalho seria recompensado. Tinha confiança de que ficaríamos na frente", afirmou Pupin, que acompanhou a apuração juntamente com correligionários no escritório político do grupo. "Estou feliz. Fiz quase 70 mil votos, o que aumenta a minha responsabilidade. Agradeço à população e, agora, vamos começar de novo, pois está zero a zero", avaliou Verri, que também esteve ao lado dos companheiros de campanha durante a contagem dos votos.
    Durante a entrevista, Pupin afirmou que a vitória mais difícil foi conquistada na semana passada, quando o ministro Marco Aurélio Mello, decidiu pelo deferimento da candidatura dele e do vice, Cláudio Ferdinandi (PMDB). "Obtivemos a vitória no voto e também vamos vencer no judiciário. Confio muito na Justiça. Não tenho dúvida nenhuma porque existem jurisprudências no Supremo Tribunal Federal. É uma questão consolidada."
    Verri também comentou o fato de que o registro da candidatura de Pupin ainda vai passar por mais uma análise dentro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). "A situação jurídica continua indefinida, mas acredito que a Justiça deverá resolver isto o mais rápido possível", considerou.
    Os dois candidatos afirmaram que a caminhada para o segundo turno começa hoje. "Amanhã teremos uma grande reunião com as lideranças", disse Pupin. "Amanhã às 8 horas, vamos começar a trabalhar novamente", afirmou Verri.
    Números do primeiro turno
    O terceiro colocado, Wilson Quinteiro (PSB), teve 20.661 votos (10,54%), seguido por Dr. Batista (PMN) 11.411 votos (5,82%) e Maria Iraclezia (DEM) 10.259 votos (5,24%).
    O candidato Hercules Ananias (PSDC) somou 1030 votos (0,53%) e Débora (PSOL) 953 votos (0,49%). Os votos de Alberto Abraão (PV) não foram divulgados porque o candidato não teve a candidatura deferida .
    Ainda segundo a Justiça Eleitoral, foram 5.314 votos brancos (2,52%) e 9.523 nulos (4,52%) em Maringá.

























    quinta-feira, julho 19, 2012

    ''MaLUf LÁ (''ESTO NON EXZIISTE !!!)

    ;;;

    Promotor diz haver provas de remessas de Maluf para Jersey

    Tribunal do paraíso fiscal julga ação que tenta recuperar US$ 22 mi supostamente desviados pelo ex-prefeito
    Processo foi iniciado pela Prefeitura de SP e tem a última audiência prevista para hoje; Maluf nega acusação


    DE SÃO PAULO

    DE LONDRES


    Há "fartura de provas" sobre corrupção na gestão do ex-prefeito de São Paulo Paulo Maluf (1993-1996) que podem levar ao repatriamento de US$ 22 milhões depositados em contas de empresas da família dele no exterior, afirmou ontem o promotor de Justiça Silvio Marques.

    O promotor é uma das autoridades que colaboraram para que a Prefeitura de São Paulo iniciasse uma ação civil na corte da ilha de Jersey, paraíso fiscal britânico, para recuperar o dinheiro.
    As audiências do julgamento dessa ação devem ser encerradas hoje, segundo a assessoria de imprensa do tribunal da ilha britânica.
    Porém, não há previsão de quando a sentença do caso será divulgada, pois os juízes locais devem reexaminar os argumentos antes de proferir a decisão judicial.

    O processo em Jersey foi apresentado contra duas empresas sediadas no exterior, a Durant International Corporation e a Kildare Finance Limited, cujo controle é exercido pelos filhos de Maluf, segundo o Ministério Público.

    Nos últimos dias, advogados das empresas vêm tentando mostrar à corte em Jersey que não há provas de que o dinheiro nas contas das companhias tem origem em atos de corrupção.
    Porém, de acordo com o promotor paulista, "há inúmeros provas documentais, periciais e testemunhais que mostram cabalmente a corrupção na gestão de Maluf na Prefeitura de São Paulo".
    Todo esse material levou à abertura de duas ações de improbidade e dois processos criminais no Brasil.
    Os advogados ingleses da prefeitura buscaram nessas provas a base das acusações contra a Durant e a Kildare.

    Segundo o Ministério Público paulista, Maluf recebeu propinas em troca de superfaturamentos e desvios de recursos nas obras da avenida Jornalista Roberto Marinho e do túnel Ayrton Senna, na zona sul da capital, e remeteu o dinheiro para uma conta nos Estados Unidos.

    Em 1996, Maluf fez uma doação dos recursos para seus filhos e familiares. O passo seguinte foi o envio do dinheiro foi para contas da Durant e da Kildare, de acordo com a Promotoria. O bloqueio nas supostas contas das empresas da família de Maluf soma US$ 175 milhões.

    O ex-prefeito e atual deputado federal nega ter cometido crimes e que teve ou mantém contas no exterior.
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    segunda-feira, julho 02, 2012

    O MUNDO DE PINÓCHIO

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    A cultura da mentira

    Autor(es): Rubem Azevedo Lima
    Correio Braziliense - 02/07/2012

    Maluf disse que ele, perto de Lula, é comunista. Acontece que nem ele nem Maluf são comunistas. Ambos, porém, cultuam a mentira política. São daqueles que prometem mundos e fundos para agradar os eleitores. No caso, para se mostrar menos conservador, Maluf disse o que disse.
    Por sua vez, Lula, nas manifestações políticas iniciais, foi menos audacioso em suas ações, no PT, a ponto de o general Golbery apoiar, na moita, a criação desse partido, como contraponto ao comunismo no Brasil.
    Na primeira eleição presidencial que Lula disputou, pelo PT, contra FHC, suas considerações ideológicas não assustaram o status quo pós-regime militar. Eleito FHC, Lula liderou a reação petista contra a reforma da Previdência Social desse governo, para cobrar impostos dos aposentados. O Congresso rejeitou a iniciativa governamental.
    Eleito Lula presidente da República, o que primeiro ele fez foi aprovar o desconto de 11,5% das pensões previdenciárias. Assim era Lula. Até o ex-governador do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, que apoiara a candidatura presidencial de Lula, não resistiu. Nos programas partidários do PDT, pela tevê, ele condenou Lula por ter punido os "velhinhos e as velhinhas da Previdência".
    Tais episódios aconteceram quando o PT, na oposição, agia sempre na linha do programa partidário, opondo-se a políticos como Maluf e outros, em São Paulo, berço do PT.
    Os programas de Maluf sempre foram seus interesses políticos, o que levou o povo paulista a transformar seu nome em verbo, com péssima significação. Um pouco do sentido popular desse fato, queiram ou não queiram os petistas, começa a tisnar a imagem até então invulnerável, de super-homem moral de Lula, criador de despesas incríveis em seu governo, como revelou Sardenberg em O Globo de 28 de junho, uma devastação de recursos, de vários bilhões de reais.
    Por isso, devia caber a qualquer escudeiro de Lula, como Grilo, escudeiro do Jacinto, de Eça de Queirós, que resumiu: "Sua Excelência brotou: Lula, perdão, Jacinto, não é mais Jacinto, ponto final".
    O povão que se acostume a mudanças dele, ao aliar-se a Maluf, desdenhando, de vez, o passado do PT, os petistas honrados e seus fiéis fichas limpas, não os sujos, que hoje talvez aceitem o novo Lula.
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    sexta-feira, junho 29, 2012

    A SEMEADURA É LIVRE; A COLHEITA É OBRIGATÓRIA


    Publicado em 19/06/2012

    O acordo Lula-Maluf


    Berna (Suiça) - Embora eu tenha operado as amígdalas e, recentemente, tenham me tirado a vesícula biliar, há uma coisa que não consigo fazer – é engolir sapo. E talvez, por isso, termine os poucos anos que me restam de militância como apartidário.
    Ainda na semana passada, quando o ministro do Trabalho, neto do velho combatente Brizola, passava por Genebra, na Organização Internacional do Trabalho, um amigo tinha organizado uma feijoada com os companheiros do PT e me convidou não só para participar do encontro, como para aderir ao partido.
    E eu, com aquela sinceridade e maneira direta capaz de chocar algumas pessoas, agradeci mas declinei da oferta: “meu caro, desde o dia em que deixei a igreja, prometi a mim mesmo, nunca mais pertencer a igreja ou partido. Nem acreditar em deus, seja qual for, e muito menos em líderes humanos, mesmo porque, no fundo sou um rebelde e nunca aceitaria ter de aceitar uma decisão com a qual não concorde”.
    Faz dez anos, perdi meu emprego como correspondente europeu da CBN por ter insistido em malhar o ex-governador na época da ditadura e ex-prefeito Paulo Maluf, naquela questão das contas bancárias suíças. Escrevi mesmo um livro sobre esse caso, contando a sucessão de meus boletins a Heródoto Barbeiro, dando número do processo penal na Polícia Federal suíça, por suspeita de desvio de dinheiro público depositado em diversas contas sob nomes diferentes.
    Nesse livro, (“Dinheiro Sujo da Corrupção”, Geração Editorial) havia uma frase profética, um dom do qual não consegui me livrar: “Mas pode também não acontecer nada com Paulo Maluf e sua família – bastará para isso que os processos instaurados no Brasil terminem sem condenação ou sejam derrubados por falhas ou vícios processuais ao chegarem ao Supremo Tribunal Federal”.
    Realmente, as contas de Maluf bloqueadas na Suíça logo serão desbloqueadas, pois até hoje não houve condenação brasileira e nem haverá. E a família Maluf receberá de volta com juros todos os milhões que, há alguns anos,  provocavam tantas denúncias na mídia e revolta na população.
    Entretanto, jamais poderia imaginar que no ano da criação da Comissão da Verdade, aconteça igualmente uma reabilitação política de Paulo Maluf de maneira clara e escandalosa como a ocorrida, sendo oficiante o ex-presidente Lula, a quem tenho apoiado, para tentar dar corpo à candidatura de Fernando Haddad à prefeitura de São Paulo.
    Lembro-me do valoroso herói bíblico, Sansão, que perdeu todas suas forças ao lhe cortarem os cabelos. Será que Lula sem barba é outro Lula, diferente daquele que vi pessoalmente no Itamaraty, no encontro dos emigrantes, ou daquele diante do qual se puseram de pé, acho que há três anos, os representantes dos países membros da OIT no grande auditório do Palácio das Nações ?
    Por que jogar numa aventura paulistana, fadada à derrota, seu prestígio,  ao aceitar um acordo eleitoral com Paulo Maluf ? Não posso ser político porque não engulo sapo, não posso ser diplomata porque não sei mascarar meus sentimentos. Falo como jornalista e como cidadão, para externar minha decepção. Por que trazer um desconhecido dos paulistanos, quando Erundina, ex-prefeita, teria muito mais chances e não seria necessária uma aliança com Maluf ?
    E,  folheando meu livro, já esgotado, achei um episódio precedente - "a frase  "indiciado não é culpado",  de Ruy Falcão, (na época porta-voz da ex-prefeita paulistana Marta Suplicy, hoje dirigente do PT),   justificando o apoio malufista, nada tinha de escandalosa... ela se integrava na antologia oportunista da política brasileira... ". Maluf já havia recebido o apoio do PT, no segundo turno da candidatura de Marta Suplicy.
    Escrevo este comentário para tornar pública minha decepção e que é, sem dúvida, de outros tantos paulistas e brasileiros, diante dessa coligação desnecessária. Não voto em São Paulo, ainda bem, porque não aceitaria participar dessa farsa.
    Desculpe-me companheiro Lula, continuo admirando sua gestão como presidente, mas ninguém é perfeito, mesmo os grandes líderes erram, felizmente podemos divergir.
    Parabéns Erundina por não ter aceitado participar dessa aliança.
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    Sobre o autor deste artigoRui Martins - BernaJornalista, escritor, ex-CBN e ex-Estadão, exilado durante a ditadura, é líder emigrante, membro eleito do Conselho Provisório e do atual Conselho de emigrantes (CRBE) junto ao Itamaraty. Criou os movimentos Brasileirinhos Apátridas e Estado dos Emigrantes, vive em Berna, na Suíça. Escreveu o livro Dinheiro Sujo da Corrupção sobre as contas suíças secretas de Maluf. Colabora com o Expresso, de Lisboa, Correio do Brasil e agência BrPress. ----------------------

    ''NOSSA! ASSIM VOCÊ ME MATA..." *



    ''Morder canela não é para humanos'', diz FHC



    Autor(es): MARCELO PORTELA
    O Estado de S. Paulo - 29/06/2012
     

    Ex-presidente ironizou Lula, que prometeu "morder a canela" de adversários para eleger Fernando Haddad.

    O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ironizou ontem a frase de seu sucessor Luiz Inácio Lula da Silva - que, ao falar de seu apoio ao candidato petista à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, prometeu "morder a canela dos adversários" para levá-lo à vitória. "Eu não sei morder canela. Não acho apropriado para um ser humano", disse FHC, após palestra a empresários do setor da construção, em Belo Horizonte (MG).

    FHC falou também sobre a escolha do vice para o pré-candidato tucano, José Serra, advertindo que o PSDB deve avaliar com cuidado a viabilidade de uma chapa puro-sangue entre Serra e o ex-secretário de Cultura Andrea Matarazzo. "A questão não é só ganhar (a eleição)", afirmou. Há o "problema político" de ter maioria na Câmara. "Na democracia, não se governa sem apoio."

    FHC afirmou ainda que Matarazzo "foi excelente secretário, mas o problema é político". "Dá para governar depois?", perguntou. Ele lembrou que, graças ao Plano Real, poderia ter concorrido à Presidência sem uma grande aliança e "eventualmente ganhar sozinho". "Eu não quis isso. Ganho e não governo. Na democracia, você não governa sem apoio."

    FHC ressaltou, porém, que política é feita "no ferro quente" e, por não estar diretamente envolvido na campanha de Serra, não teria condições de avaliar a melhor possibilidade para a chapa. "Não conheço a situação concreta da Câmara e o cálculo que o (José) Serra e o Geraldo (Alckmin) estão fazendo para ver se dá para ir sozinho ou não. Não é só porque quer ou não quer (chapa puro-sangue)", observou.

    Para 2014. FHC admitiu que, hoje, "não há muitos nomes" do PSDB em condições de disputar a Presidência em 2014. E confirmou a possibilidade de candidatura do senador Aécio Neves (PSDB-MG), que "depende basicamente dele", embora precise "criar condições" para alavancar a própria candidatura. "Ninguém pode ser candidato de si mesmo", disse o ex-presidente.

    E acrescentou: "O PSDB deverá ter um candidato. Não há muitos nomes. Não sei qual é a posição do governador de São Paulo, torço para que o Serra seja eleito, mas não sei como vai ser. São os nomes que estão aí, a não ser que apareça outro."
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    (*) REFRÃO DE MÚSICA.

    quinta-feira, junho 28, 2012

    AGORA EU TENHO UMA ESTRELA *

    ...

    Lula e Sombra



    Autor(es): Verissimo
    O Estado de S. Paulo - 28/06/2012
     
    Todo o mundo sabe que o Paulo Maluf é procurado pela Interpol. O que pouca gente sabe é que o codinome dele na Interpol é Sombra, devido à dificuldade da organização em sequer localizá-lo. O escritório da Interpol no Brasil tem agentes dedicados exclusivamente a procurar o Maluf, cujos atos de corrupção internacional são notórios e comprovados. Ainda não conseguiram achá-lo, mas, recentemente, chegaram perto. Esta coluna teve acesso a memorandos internos na Interpol que descrevem o episódio.
    Um relatório de um dos agentes encarregados de procurar o Sombra revela a existência de rumores nos meios políticos segundo os quais o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá se encontrar com o Maluf, em lugar não especificado, para tratar de assuntos também desconhecidos. Em resposta ao relatório, o chefe da Interpol pede cautela, em memorando que publicamos na íntegra, só omitindo o nome do agente e do seu chefe para proteger nossas fontes.
    "De XXX para X. Confidencial. Assunto: "Encontro com Sombra." Recomendo extrema cautela. Os rumores de um encontro de Lula com Sombra são obviamente destinados a desmoralizar o ex-presidente e seu partido, o PT. Como já lembrei em outras ocasiões, não devemos nos envolver na política do país. Desconsidere os rumores."
    O agente responde em outro memorando:
    "De X para XXX. Confidencial. Assunto: Lula e Sombra. Os rumores parecem estar confirmados. Haverá sim um encontro do Sombra com o ex-presidente, que, sabe-se agora, irá pedir seu apoio para o candidato do PT nas próximas eleições municipais. Peço autorização para iniciar uma operação."
    A resposta do chefe:
    "De XXX para X. Confidencial. Assunto: sua insistência. A possibilidade de um encontro de Lula e Sombra é tão inverossímil, levando-se em conta o histórico do PT e as opiniões do Lula sobre o Sombra, que não merece consideração, quanto mais uma operação. Desista, X."
    Volta o agente:
    "De X para XXX. Confidencial. Assunto: chance única. Chefe, desculpe a insistência. Mas descobrimos que o encontro Lula/Sombra será na casa do Sombra. Se seguirmos o Lula até o local, não só encontraremos o Sombra como descobriremos onde ele mora. Posso colocar agentes disfarçados de arbustos para flagrar o encontro. É uma chance que não se repetirá!"
    Como resposta, XXX ordena que o agente X abandone seu plano, informe-se melhor sobre a história política do Brasil e da próxima vez use o bom-senso, em vez de acreditar em boatos delirantes. E a Interpol continua procurando o Maluf.
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    (*) Parafraseando Elis Regina (e que ela me perdoe): "Agora eu sou uma estrela".
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    sexta-feira, junho 22, 2012

    XÔ! ESTRESSE [In:] BARBA, CABELO E BIGODE












    ...
    ...

    ''BRASIL! MOSTRA A TUA CARA..." *



    20/06/2012
     às 18:30 \ Direto ao Ponto

    A lenda do intuitivo genial foi enterrada em cova rasa no jardim da mansão de Maluf


    O intuitivo genial, reverenciado pela seita lulopetista desde a vitória na eleição de 2002, jaz desde segunda-feira numa cova rasa no jardim  da mansão de Paulo Maluf. Ansioso por garantir o apoio do dono do PP à candidatura de Fernando Haddad, como registra o comentário de 1 minuto para o site de VEJA, Lula caiu na armadilha montada pelo parceiro mais esperto por ter esquecido duas velhas lições. A primeira ensina que, quando dois políticos se encontram na casa de um deles, o anfitrião está invariavelmente em vantagem: é sempre o visitante quem está querendo alguma coisa. Não se vai atrás de alguém para oferecer, mas para pedir.
    A segunda lição, formulada no dia da invenção da fotografia, avisa que certas imagens valem mais que mil palavras. Se a aliança repulsiva fosse consumada no Palácio do Planalto, numa audiência concedida pelo presidente Lula ao deputado federal Paulo Maluf (e sem jornalistas por perto), Haddad não estaria hoje caçando algum substituto para Luiza Erundina. Se a reunião tivesse ocorrido no apartamento do ex-presidente em São Bernardo (longe da imprensa), os danos seriam menores.
    Os estragos começaram a adquirir dimensões formidáveis quando Maluf exigiu que o casamento fosse celebrado em sua casa, avisou que só diria sim se Lula estivesse presente e decidiu convidar a imprensa para testemunhar a cerimônia. Deu no que deu. As imagens da turma no jardim documentam a rendição do chefão do PT ao homem que passou a vida chamando de “ladrão” ─ e que o acusou mais de uma vez de agir como ave de rapina.
    Aos olhos da multidão, Lula foi lá para pedir desculpas e pedir 1min35 no horário eleitoral gratuito. Foi perdoado e atendido. Um se humilhou. Outro foi publicamente absolvido de todos os pecados passados, presentes e futuros. O resto é conversa fiada, mas portadores da Síndrome de Deus jamais admitem que erraram. Neste momento, rodeado de devotos genuflexos, Lula deve estar recitando que fez tudo certo, que quem errou foi Erundina, que a imprensa superestima o episódio para prejudicar o PT, que tudo será esquecido e que vai eleger Haddad. Em vez de contar-lhe que, por ter dado um passo maior que a perna, deu outro tiro no pé, os áulicos buscam justificativas para o inexplicável.
    “Houve uma troca de cargos, como tem havido em qualquer negociação. Não houve dinheiro”, derrapou duplamente Gilberto Carvalho. Ao admitir que o Planalto autorizou a entrega de uma secretaria do Ministério das Cidades a um afilhado de Maluf, o secretário-geral da Presidência da República incorporou à trama obscena a presidente Dilma Rousseff: ela própria garante que nada acontece por lá sem o amém da superexecutiva onipresente. Ao jurar que desta vez só ocorreu uma troca de cargos, Gilberto Carvalho confessou que, em outras negociações, entrou dinheiro vivo.
    Perdido no shopping, Haddad declamou o que ordenaram que decorasse: “Como já existe a aliança com o PP no plano nacional, é natural que seja estendida às eleições municipais”. Tão natural quanto a aparição de um jabuti no alto da árvore. Uma coisa é a aliança no plano federal com um partido que muda de rosto conforme a região. Em Santa Catarina, por exemplo, o PP tem a cara de Esperidião Amin. No Rio, é parecido com Francisco Dornelles. Em São Paulo, a sigla é mais um codinome de um político promovido a símbolo da corrupção impune, do primitivismo eleitoreiro, do vale-tudo pelo poder, do rouba mas faz.
    Desta vez, Lula está proibido de balbuciar que não sabia de nada e que todos são inocentes até a condenação formal. Se insistir na lengalenga, será convidado a visitar o site da Interpol. Há dez dias, o post que enumerou os recentes tiros no pé desferidos pelo ex-presidente lembrou que o SuperMacunaíma que engana todo mundo foi enganado por Gilberto Kassab. Acaba de ser tapeado por Paulo Maluf.
    Em 1984, o PT expulsou quatro deputados que votaram em Tancredo Neves no Colégio Eleitoral. Foram punidos porque ajudaram a derrotar Paulo Maluf, candidato à Presidência com o apoio do  governo militar. No fim do outono de 2012, Lula capitulou publicamente diante do filhote da ditadura. Tancredo não estava à altura do PT. Passados 28 anos, o partido subordinou-se às imposições de Maluf. O antigo adversário não mudou. Lula é que removeu as diferenças que os separavam. Ficaram iguais.
    Sorte de José Serra, convém registrar. O candidato do PSDB, que sempre foi o maior adversário dele próprio, estava pronto para consumar um acordo com Paulo Maluf quando o proprietário dos cobiçadíssimos 95 segundos na TV resolveu trocá-los pelo cofre no Ministério das Cidades e por meia dúzia de fotos no jardim. Conjugadas, a ganância de Maluf e a soberba de Lula acabaram poupando Serra de mais um naufrágio prematuro e voluntário. Tomara que consiga entender o tamanho do desastre que quase protagonizou.
    A reação dos brasileiros que  pensam e prestam atesta que incontáveis eleitores ainda sabem distinguir um acordo partidário de uma barganha sórdida, e não confundem coligação eleitoral com formação de quadrilha ou bando. Há limites para tudo. E há limites para todos. Até para Lula. Até para o rebanho que desde o começo do século  acompanha com balidos servis a marcha da insensatez.
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    (*) Cazuza.
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    quinta-feira, junho 21, 2012

    PALADINA (II)


    20 de junho de 2012 às 22h16min

    DEM sarneísta se alia ao PT sarneísta. 
    A direita bate continência para a direita

    Bem, aconteceu o esperado, afinal estamos no Maranhão: o DEM, desde sempre ligado aos Sarney, decidiu pela coligação com o PT. Com isso a deputada Eliziane Gama, do PPS, partido ligado nacionalmente ao DEM, está fora da disputa pela Prefeitura de São Luís.
    Registre-se que a coligação foi o suficiente para que gente ligada aos Sarney proclamasse que se trata de fato inédito. Era o caso de mandar procurar as coligações no Brasil profundo, onde a aliança entre PT e PSDB e entre PT e DEM não é nenhuma novidade. Mas, para dizer que a aliança só se deu graças à governadora Roseana Sarney, tudo vale, até os chutes mais grosseiros.
    O bom de tudo, e isso é que precisa ser dito, é que o PT, inclusive o sarnopetismo do Maranhão, chama o DEM de Demo e o PSDB pejorativamente de tucano. Será lindo ver o esquerdista Clóvis Fecury declarar votos ao PT, como será absolutamente lindo ver os petistas no palanque com os Fecury. Isso contra o prefeito João Castelo, do PSDB e candidato à reeleição.
    Quando digo que PT, DEM e PSDB são formados por gente da mesma laia, há quem me considere radical.
    20 de junho de 2012 às 21h48min

    Não há diferença entre Lula, Erundina e o PT

    Fui ao facebook postar uma chamada de texto e acabei participando de uma conversa torta sobre Erundina. A deputada federal do PSB, como é sabido, desistiu de ser a vice na chapa de Haddad, o garoto de Lula, candidato a prefeito de São Paulo. Motivo alegado? A aliança de Haddad, Lula e o PT com Maluf.
    No face as pessoas estavam considerando Erundina uma Brastemp e Haddad, Lula e o PT como não-sérios por conta de Maluf.
    Eu ando sem a menor paciência com tolices, mas a profissão me obriga a engolir bobagens e escrever coisas claras e com algum sentido. Então, vamos lá.
    Erundina foi eleita prefeita de São Paulo pelo PT. Nunca foi respeitada pela companheirada. Quem a substituiu no cargo foi Paulo Maluf, que os petistas chamavam de ladrão. Luiza Erundina foi expulsa do PT por aceitar participar do governo de Itamar Franco! Vejam bem, não era Paulo Maluf o presidente da República, era Itamar Franco.
    Bom, dona Erundina foi indicada a vice na chapa de Haddad, o garoto inventado por Lula. Ela recusou? Não, prontamente aceitou. O que isso quer dizer? Que ela negou a si. Após aceitar o convite para ser vice numa chapa petista, Erundina disse que o PT estava certo ao expulsá-la anteriormente.
    (Entre parênteses registre-se: o PT expulsou quatro deputados do partido por apoiar Tancredo contra Maluf no Colégio Eleitoral. Votos que ajudaram a enterrar a ditadura militar).
    Quando o PT decidiu pedir o apoio de Maluf (não foi Maluf que procurou Lula e o PT, diga-se logo), Erundina sentiu magoada e caiu fora. Por quê? Pensava, por acaso, que o PT era puro? Não. Erundina não aceitou a parceria com Maluf por ele ser de direita e ela e o PT de esquerda? Não. Não aceitou por mera questão pessoal. Maluf virou prefeito após a senhora Erundina, sob condições grotescas.
    Tanto que dona Erundina disse que aceitava ser vice, desde que Maluf desse apoio às escondidas. As matérias estão aí, não lê quem não quiser.
    Só que tem mais, inocente leitor. Erundina não é nenhuma colegial incauta para não saber como o PT chegou e se mantém no poder. Erundina não sabe que Lula chamava Sarney de ladrão? Não sabe que Lula, no poder, passou a chamar Sarney de homem incomum? Por que com Maluf seria diferente?
    Não vou falar nas asneiras ditas por essa senhora ao aceitar ser vice de Haddad (logo Haddad!). Aquela conversa idiota de que eleição é luta de classe, por exemplo.
    Num Brasil idiotizado, temos a obrigação de não ser idiotas, convenhamos. Erundina não é santa nem uma política diferente de Lula. Lula apenas tem coragem de ser um sem vergonha. Erundina é simplesmente um Lula que quer nos passar a ideia de que é uma freira. Só isso e nada mais.

    PALADINA ! *

    ...

    Lula extrapolou e deu um fora, diz Erundina



    "Lula já deve ter percebido o fora que deu"
    Autor(es): agência o globo:Fernanda Krakovics
    O Globo - 21/06/2012
    Erundina afirma que ex-presidente passou dos limites ao se aliar a Maluf e diz que tempo de TV não pode "sacrificar a História"

    BRASÍLIA . Um dia após desistir da candidatura a vice na chapa do PT na disputa pela prefeitura de São Paulo, a deputada Luiza Erundina (PSB-SP) afirmou ontem que fará campanha para o candidato petista Fernando Haddad, mas não participará de eventos com a presença do presidente estadual do PP, deputado Paulo Maluf. Ela afirmou que Maluf tira credibilidade de Haddad devido à sua participação na ditadura militar, por ser um procurado pela Interpol e pelo que ele representa para a política brasileira.
    Mais cedo, ao chegar à Câmara, disse que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou dos limites ao articular o acordo com o adversário histórico para ampliar o tempo de TV na campanha de Haddad.
    "Você vai à casa de alguém quando tem intimidade"
    A deputada não poupou Lula pela fotografia tirada na casa de Maluf, selando a aliança, e criticou o pragmatismo eleitoral petista. Reconheceu que sabia da possibilidade de aliança com o PP, mas disse não imaginar que seria tão explícita:
    - Você vai à casa de alguém quando tem intimidade com ela, amizade, respeito. Eu não acho que o Lula tenha respeito por Maluf nem vice-versa. O tempo de TV é importante, mas não a ponto de sacrificar a imagem, a História, os princípios - disse Erundina. - Aquele encontro na casa foi inadequado pelo simbolismo que aquela figura representa na política brasileira e do estado.
    A deputada e ex-prefeita de São Paulo disse acreditar que Lula se arrependeu do gesto. Para Erundina, a política tem um caráter pedagógico e a imagem do ex-presidente de braços dados com Maluf, a quem combateu no passado, não contribui:
    - O Lula é sensível, intuitivo, ele já deve ter percebido o fora que deu.
    Ao chegar à Câmara, ontem de manhã, a deputada disse que foi muito parabenizada por sua desistência. Indagada se Lula teria passado dos limites ao articular o acordo para ampliar o tempo de TV, respondeu:
    - Eu acho. Aquilo lá foi ruim. O preço foi alto por uma coisa pequena. Acho que a mídia é importante, mas não determina de forma absoluta o processo eleitoral - disse, ressalvando que o problema de Lula foi ter ido à casa de Maluf, e não ter se ausentado do anúncio de que ela seria vice de Haddad.
    Erundina também lamentou o desfecho do episódio, afirmando que acreditava no projeto:
    - Lamento, porque o candidato é bom, com chances reais de vitória, e a militância estava animada com a parceria.
    A deputada acusou o PT de resgatar o malufismo, que estaria, segundo ela, em decadência. E disse que Maluf vai querer aparecer no horário eleitoral gratuito para tentar limpar sua imagem, além de ter participação na prefeitura, se Haddad vencer:
    - Ele (Maluf) quer aparecer com uma outra imagem, que não a de quem está sendo procurado pela Interpol. Ele se higieniza ao lado de forças que não têm nada a ver com o malufismo. Somos o outro lado - disse Erundina. - Ele investiu pesado nesse resgate político. Já estava morto, só faltava enterrar.
    No meio da entrevista, o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) apareceu para dar um beijo em Erundina, um símbolo dos petistas que também não estão satisfeitos com essa aliança eleitoral. Ela disse que foi um momento "delicado" a decisão "sofrida" de desembarcar da chapa petista, mas resumiu:
    - Conviver com essa pessoa (Maluf) não dá.
    Um dos parlamentares mais próximos de Erundina na Câmara, o deputado Domingos Dutra (PT-SP) criticou a proximidade de seu partido com Maluf e disse que a socialista agiu corretamente.
    Depois de passar a maior parte da entrevista falando mal de Maluf, Erundina caiu em si:
    - A gente está perdendo muito tempo falando no Maluf.
    E ainda deu mais uma estocada no PT, ao classificar como "babaquice" o slogan que vende Haddad como "o novo":
    - Ele (Haddad) tem as melhores condições de estar à frente de um projeto inovador. Não essa babaquice de ter mais idade ou menos idade. Não é isso. O novo é a ousadia na política.
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    (*) A lembrar (aos mais novos) que Luiza Erundina foi expulsa do PT quando foi convidada e assumiu o Ministério da Administração no governo de Itamar Franco.
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    ''É NECESSÁRIO QUE SUCEDAM ESCÂNDALOS..." *



    Após mais uma recusa, Lula tenta vice de PTB ou PC do B



    PT sonda aliados e PC do B ganha força para vice
    Autor(es): FERNANDO GALLO, JOÃO DOMINGOS, JULIA DUAILIBI e BRUNO BOGHOSSIAN
    O Estado de S. Paulo - 21/06/2012
     

    Em busca do vice para Fernando Haddad, o PT fez convites, recebeu duas respostas negativas e deve deixar a indicação com PTB ou PC do B. Depois do não de Luiza Erundina, o partido ouviu a recusa de Pedro Dallari, também do PSB. Luiz Flávio D"Urso foi convidado, mas o PTB ainda não deu resposta. O ex-presidente Lula deve conversar com o PC do B.

    Sem Erundina, correligionários de Haddad buscam nomes em siglas como PTB; Lula quer encontrar Rabelo e fechar aliança com parceiro tradicional

    Em busca de um vice para a chapa de Fernando Haddad, pré-candidato a prefeito de São Paulo, o PT buscou opções em siglas como PSB e PTB, mas tende a deixar a indicação com o PC do B.

    "Decidimos dar prioridade à construção da aliança. Após essa consolidação discutiremos a questão da vice", informou o coordenador da campanha, vereador Antônio Donato (PT), que reconheceu: "Temos uma conversa mais avançada com o PC do B". Na terça-feira, a deputada Luiza Erundina (PSB-SP) desistiu de ocupar a vaga em protesto às deferências do PT ao PP, de Paulo Maluf. No mesmo dia, o advogado Pedro Dallari (PSB) foi procurado por colegas de partido, mas também não aceitou.
    Na própria terça-feira, deputados estaduais do PT se encontraram com o colega de Assembleia Campos Machado (PTB) e o sondaram sobre a indicação do advogado Luiz Flávio D"Urso (PTB), pré-candidato do partido, para a vice. Campos pediu dois dias para responder e deve dizer não.
    "Eu continuo com minha candidatura posta, mas, se o partido vier a tomar decisão diferente, mudaremos o rumo", afirmou D"Urso. Campos se encontrara com petistas no sábado, quando disse que precisava ter candidatura para fortalecer seu partido. O PSDB também corteja o PTB .
    O ex-presidente Lula pretende conversar hoje, durante a Rio+20, com o presidente do PC do B, Renato Rabelo. O petista poderá até oferecer a vice ao tradicional aliado, que tem três candidatos à vaga: a deputada Leci Brandão, o vereador Jamil Murad e a presidente da sigla em São Paulo, Nádia Campeão.
    Entre os três, o PT manifesta preferência por Nádia. O partido avalia que o eleitor teria dificuldade para aceitar Leci, que nunca ocupou cargo no Executivo, como vice de um candidato novato. Nádia foi secretária na gestão Marta Suplicy (2001-2004).
    Ontem, o ex-ministro do Esporte Orlando Silva, Nádia e dirigentes do PC do B acertaram, em um café da manhã com Haddad, que a aliança deve sair antes da decisão sobre a vice. Depois, reuniram-se entre si, e saíram reafirmando, em público, a candidatura de Netinho de Paula.
    Apesar de tudo, vereadores do PSB ainda tentavam indicar o vice de Haddad. Faziam circular os nomes da deputada Keiko Ota e do ex-jogador Marcelinho Carioca. O PT rechaça ambos.
    __________
    (*) (Mateus, XVIII: 6-11).
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    O PALCO CAIU !


    José Roberto de Toledo
    ELEIÇÕES 2012
    José roberto de toledo/estadão

    19.junho.2012 19:15:54

    A exceção Erundina

    A política brasileira, segundo Paulo Maluf (PP-SP): “Não há mais direita e esquerda, o que há são segundos de TV”. Há uma inegável verdade na frase do deputado predileto da Interpol. Mas ao não engolir a aliança do PT de Lula com o PP de Maluf e renunciar a ser vice de Fernando Haddad (PT) à Prefeitura de São Paulo, Luiza Erundina (PSB-SP) mostrou que nem sempre a Realpolitik conta mais do que aversões pessoais e escrúpulos morais.
    Se não tivesse abandonado a chapa de Haddad, Erundina teria provado que Maluf está certo. Como esperneou e saiu, acabou lhe tirando a razão -ao menos no seu caso pessoal. A deputada é a menos governista dos parlamentares do PSB. Vota com o governo Dilma apenas quando concorda com as propostas. Vota contra quando discorda. É anocronicamente “ideológica” no exercício do mandato. Mas é também uma exceção. Vai ter fila para ocupar o lugar que ela deixou.
    Se o adágio malufista vale para a imensa maioria dos políticos, e são os segundos de propaganda que contam, então vamos contá-los.
    A tendência de polarização PSDB-PT ficou mais evidente na mais recente pesquisa Datafolha. Mas José Serra e Haddad estão em situações opostas. Os segundos de exposição na TV a partir de agosto têm utilidade e peso muito diferentes para cada um deles.
    Praticamente todos os eleitores paulistanos conhecem Serra. Nos últimos dez anos, ele se elegeu prefeito e governador, além de ter ficado em segundo lugar em duas eleições presidenciais. Seu problema é ser conhecido demais: 32% dizem que não votariam nele de jeito nenhum. O tucano precisa de propaganda para se manter na cabeça do eleitor, mas não pode abusar da superexposição na TV, ou pode se queimar.
    O que importa mais para Serra é impedir que o desconhecido Haddad apareça tanto na propaganda televisiva que acabe se tornando tão conhecido quanto o tucano. Foi o que aconteceu com Dilma Rousseff na campanha de 2010. Embora ela tivesse uma velocidade inicial maior do que Haddad, graças à propaganda desabrida de Lula em palanques oficiais desde 2009, foi a partir da propaganda de TV que Dilma deixou Serra para trás.
    Por isso, os segundos malufistas são um problema para Serra não pelo tempo de vídeo que ele “perdeu”, mas pelas inserções que Haddad ganhou. Pouco importa se Serra cooptar o PTB e somar seus minutos. Não vai com isso compensar o que Maluf deu a Lula e seu pupilo. Do mesmo modo, o desgaste provocado pela foto de Maluf com Lula e Haddad é muito menor do que o potencial ganho que os segundos malufistas trarão para o petista.
    Diante de tantos ganhos, nem Lula nem Haddad pensaram -nem uma, muito menos duas vezes. Quando a Realpolitik é tão avassaladora que abarca todo o espectro partidário -com raras Erundinas-, caciques como Maluf, Valdemar Costa Neto (PR), José Sarney (PMDB) e quetais só têm a ganhar -especialmente quando não são candidatos e podem negociar o tempo de TV de seus partidos com aliados de ocasião. Os preços são cada vez mais inflacionados.
    Não há alternativa à vista, fora uma reforma política que jamais será feita enquanto os principais interessados forem os donos do processo decisório. Não reformarão nada relevante. Não importa quem esteja no governo, pois o sistema ajuda a manter no poder quem já chegou lá. Foi desenhado para isso. Restam medidas paliativas.
    Uma delas seria mudar as regras de distribuição do tempo de propaganda eleitoral na TV. Se um partido não tiver candidato, ele não deveria ter direito a somar tempo para a coligação majoritária. Sem essa moeda de troca, as siglas que aderem ao princípio malufista perderiam valor de mercado.
    A mudança de uma pequena regra não muda a essência do sistema, como o gesto de Erundina não transforma a Realpolitik. Mas, mesmo fugazmente, é divertido atrapalhar os poderosos.