A proposta deste blogue é incentivar boas discussões sobre o mundo econômico em todos os seus aspectos: econômicos, políticos, sociais, demográficos, ambientais (Acesse Comentários). Nele inserimos as colunas "XÔ ESTRESSE" ; "Editorial" e "A Hora do Ângelus"; um espaço ecumênico de reflexão. (... postagens aos sábados e domingos quando possíveis). As postagens aqui, são desprovidas de quaisquer ideologia, crença ou preconceito por parte do administrador deste blogue.
PENSAR "GRANDE":
[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.
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''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).
"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).
"Ranking'' dos políticos brasileiros: www.politicos.org.br
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terça-feira, março 27, 2007
PROGRAMA DE ACELERAÇÃO DO CRESCIMENTO (PAC):
BIOCOMBUSTÍVEIS vs. MEIO AMBIENTE
DROGAS? [´TÔ DENTRO!!!]
ÉPOCA: Em que exemplo o senhor se inspirou para passar a defender a legalização das drogas?Sérgio Cabral: Nos Estados Unidos da década de 20, quando toda a bebida alcoólica era proibida. O país caiu numa depressão econômica. A proibição gerou corrupção e o envolvimento de policiais e políticos no esquema de venda paralela de álcool. Aí vem esse brilhante estadista que foi o (Franklin D.) Roosevelt, acaba em seu primeiro mandato com a Lei Seca, faz o New Deal (série de programas econômicos entre 1933 e 37, com obras públicas, criação do salário mínimo e agências reguladoras) e levanta a América, acabando com uma hipocrisia que deprimia os Estados Unidos. O efeito da proibição da droga é nefasto nos países de um modo geral no Primeiro Mundo, França, Inglaterra, Estados Unidos, e devastador nos países em desenvolvimento. Se a gente for quantificar os mortos por conta da proibição da droga, o total é esmagadoramente maior do que os mortos por conta do uso da droga. Desde as brigas de gangue no primeiro mundo, à luta pela cocaína e a guerrilha na Colômbia e a disputa por territórios nos pontos de venda nos países em desenvolvimento. Isso sem falar em África e Ásia. A balança é negativíssima para o planeta. Claro que você aí mexe com a emoção, e alguém diz, ah, você não teve um filho drogado, você não sabe o que é ter uma pessoa viciada em sua família. Eu tenho a exata noção do que é ver uma pessoa que tenha se perdido no trabalho, na família, tanto por conta da droga como por conta do álcool. Quantas pessoas no mundo perdem seus alicerces estruturais, de família, amigos, trabalho e estudos, por conta do álcool? E morrem. E também por causa de remédios, e por causa de tabaco... G1.com.br [Entrevista completa no ´site´].
REFORMA MINISTERIAL: "UM AGRADINHO AQUI, OUTRO ACOLÁ..."
MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES: O NASCIMENTO DE NOVAS OBRAS...
Mesmo com resistência do PR, presidente criará secretaria e a entregará ao PSB. Novo ministro se defendeu de acusações de irregularidades publicadas na IstoÉ.
O senador Alfredo Nascimento (PR-AM) foi confirmado na noite desta segunda-feira, 26, para o Ministério dos Transportes. Mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva informou ao parlamentar que criará a Secretaria de Portos, apesar da objeção do partido, informaram à Reuters fontes do Palácio do Planalto e do Congresso. O PR resistiu o quanto pôde à criação da secretaria. Na semana passada, o líder do partido na Câmara, deputado Luciano Castro (RR), havia dito que se o ministério não controlasse portos, o PR deixaria a administração do governo. Na última sexta-feira, o presidente Lula se reuniu com líderes do PSB e prometeu a secretaria ao partido. Durante o encontro com o presidente Lula, o futuro ministro fez questão de rebater as acusações publicadas contra ele neste fim de semana, na revista IstoÉ. "O presidente se solidarizou com Nascimento e disse que acreditava na sua lisura", afirmou Luciano Castro, que ocupou nesta segunda-feira a tribuna da Câmara para repudiar as denúncias contra Alfredo Nascimento. Ex-prefeito de Manaus, Nascimento foi ministro dos Transportes entre março de 2004 e março de 2006, quando deixou o cargo para disputar uma vaga no Senado. Segundo denúncia da revista, as obras da operação "tapa-buraco" teriam sido superfaturadas durante o período em que Nascimento comandou o Ministério. Além disso, de acordo com a IstoÉ, o senador teria oferecido cargos e recursos para cooptar parlamentares a entrar no PR, seria acusado de ter usado documentos falsos durante sua campanha ao Senado, e teria pago irregularmente gasolina para carreata de campanha. "Isso tudo é calúnia", disse Castro. Mais cedo, antes do encontro de Alfredo Nascimento com o presidente Lula, o líder do PR havia dito que o partido só iria aceitar a pasta dos Transportes com a administração dos portos. "Se os portos forem retirados da pasta, o PR considera que o ministro Nascimento será um ministro da cota pessoal do presidente Lula e não do partido", afirmou Luciano Castro. Depois da conversa com Lula, a cúpula do PR sinalizou ontem à noite que vai aceitar o Ministério dos Transportes desidratado - sem os portos. Na semana passada, a expectativa era de que Alfredo Nascimento tomasse posse no Ministério dos Transportes junto com os novos ministros do Turismo, Marta Suplicy (PT-SP), das Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia (PTB-MG), e da Agricultura, Reinhold Stephanes (PMDB-PR). Mas, a direção do PR não aceitou a pasta sem a gestão dos portos e, por causa do impasse, a posse foi adiada para esta semana. Na reforma ministerial, o presidente Lula se comprometeu a criar a secretaria dos Portos para contemplar o PSB. O partido perdeu a pasta da Integração Nacional, que foi ocupada pelo deputado Ciro Gomes (CE), para o PMDB. O Ministério foi entregue ao peemedebista Geddel Vieira Lima (BA). Para o PR, a criação da Secretaria Especial dos Portos esvazia os poderes do Ministério dos Transportes. Com a provável criação da Secretaria, o presidente Lula pretende nomear para o cargo Pedro Britto, ex-ministro da Integração Nacional e aliado de Ciro Gomes. Ricardo Amaral e Natuza Nery, Reuters, O Estadão.
MINISTÉRIO DO TURISMO: "UMA VIAGEM PARA TODOS" [´just One?']
Espécie de prêmio de consolação entregue à ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy (PT) na reforma ministerial, o Turismo é a pasta cujo orçamento, inflado pelo fisiologismo das relações com o Congresso, teve maior crescimento no governo Luiz Inácio Lula da Silva. Se o país continua longe da lista dos principais roteiros turísticos do mundo, o ministério se tornou um destino preferencial das obras paroquiais que deputados e senadores incluem na lei orçamentária, geralmente a pedido de prefeitos. Essas despesas, as emendas parlamentares, respondem por quase dois terços do R$ 1,8 bilhão em gastos autorizados neste ano na pasta, a proporção mais alta da Esplanada. Quando foi separado do Esporte, em 2003, o Turismo não tinha mais que os R$ 378 milhões. O espetáculo do crescimento --que ajuda a explicar a promoção do ex-ministro Walfrido dos Mares Guia para a coordenação política do Palácio do Planalto-- se deve ao programa "Turismo no Brasil: Uma Viagem para Todos", de 2004. Destinado a patrocinar obras de infra-estrutura turística, o programa é de uma versatilidade que faz jus a seu nome fantasia. Na rubrica cabem R$ 150 mil para uma ciclovia em Bocaina (SP), R$ 2,4 milhões para um complexo de artesanato e gastronomia em Angra dos Reis (RJ), R$ 3,5 milhões para um centro de convenções em Caxambu (MG) ou R$ 12 milhões para o prédio da Fundação Oscar Niemeyer, no Rio. São obras que rendem inaugurações, fotos nos jornais locais e homenagens do prefeito ao ministro e ao deputado ou senador responsável pela emenda no Orçamento. De miudeza em miudeza, o programa conta com nada menos de R$ 1,4 bilhão em investimentos autorizados neste ano. Nem todo dinheiro é liberado, é claro. As verbas das emendas são uma das principais moedas de troca nas relações entre governo e Congresso.Baixa liberaçãoEm 2006, com R$ 885 milhões em investimentos autorizados, o Turismo teve liberação de R$ 333 milhões, ou 38%. O percentual foi inferior aos obtidos pelas outras três pastas cujos orçamentos são compostos, majoritariamente, por emendas parlamentares --Cidades, Integração Nacional e Esporte.Ainda assim, o sucesso do Turismo no varejo político é demonstrado pelos números. À primeira vista, tem apenas 352 funcionários e um orçamento nanico, só superior aos de Cultura, Esporte e Desenvolvimento. Mas é o sexto principal destino das emendas.Já o sucesso da política de turismo não é tão evidente. O país atraiu em 2005 0,67% do fluxo internacional de turistas, abaixo do 0,77% de 1998, quando o câmbio era desfavorável a estrangeiros. Folha Online.
RACISMO: PRETO NO BRANCO [... COLOCANDO TUDO ÀS CLARAS...]
A ministra Matilde Ribeiro, titular da Secretaria Especial de Política da Promoção da Igualdade Racial (Seppir), diz que considera natural a discriminação dos negros contra os brancos. Em entrevista à BBC Brasil para lembrar os 200 anos da proibição do comércio de escravos pele Império Britânico, tido como o ponto de partida para o fim da escravidão em todo o mundo, ela disse que "não é racismo quando um negro se insurge contra um branco". "A reação de um negro de não querer conviver com um branco, eu acho uma reação natural. Quem foi açoitado a vida inteira não tem obrigação de gostar de quem o açoitou”, afirmou. Ribeiro disse que ainda vai demorar até que as políticas públicas implantadas nos últimos anos comecem a dar resultados concretos e diminuam a diferença econômica e social entre as populações branca e negra do país. “Ainda temos muito o que fazer”, afirma, enumerando ações que já começaram, como na área de educação e saúde. Ela diz que, embora a abolição da escravatura tenha chegado atrasada ao Brasil, hoje o país tem uma das legislações mais avançadas do mundo em relação a direitos iguais, mas ainda falta uma mudança de postura da sociedade. BBC Brasil - De acordo com as estatísticas, a proporção de negros abaixo da linha da pobreza na população brasileira é de 50%, enquanto entre os brancos é de 25%. Quando isso vai começar a mudar? Matilde Ribeiro - As ações neste momento ainda são na ordem da estruturação das políticas. Por exemplo, no Ministério da Saúde estamos incluindo o quesito cor nos formulários. Precisamos ter referência do que adoece e morre a população brasileira, para poder ter programas específicos. BBC Brasil - A secretaria já tem quatro anos, o que se pode perceber de resultado prático neste período? Matilde Ribeiro - Na educação, uma lei de 2003 obriga o ensino da história e cultura afro-brasileira para as crianças, desde o início. O processo de implementação está em curso. É muito difícil ter números, resultados concretos. Mas já tem alguns resultados. Por exemplo, o (programa) Prouni, de bolsas de estudos para alunos carentes de escolas, já concedeu em menos de três anos mais de 200 mil bolsas no Brasil, dos quais 63 mil negros e 3 mil indígenas. BBC Brasil - E em quanto tempo a senhora acha que poderemos ter uma situação de igualdade, onde as pessoas sejam julgadas pelo mérito, independentemente da raça? No Brasil, o racismo não se dá por lei, como foi na África do Sul. Isso nos levou a uma mistura. Aparentemente todos podem usufruir de tudo, mas na prática há lugares onde os negros não vão. Há um debate se aqui a questão é racial ou social. Eu diria que é as duas coisas. Matilde Ribeiro - O Brasil tem 507 anos. Há quase 120 anos, em 1888, foi assinado um decreto como este que o presidente assinou dizendo que não havia mais escravidão no Brasil. Só que não houve uma seqüência. Hoje, o fato de os negros e os indígenas serem os mais pobres entre os pobres é resultado de um descaso histórico. Então fica muito difícil hoje afirmar quanto tempo. BBC Brasil - Como o Brasil se coloca no contexto internacional? O Brasil gosta de pensar que não tem discriminação e gosta de se citar como exemplo de integração. É assim que a senhora vê a situação? Matilde Ribeiro - É o seguinte: chegaram os europeus numa terra de índios, aí chegaram os africanos que não escolheram estar aqui, foram capturados e chegaram aqui como coisa. Os indígenas e os negros não eram os donos das armas, não eram os donos das leis, não eram os donos dos bens de consumo. A forma que eles encontraram para sobreviver não foi pelo conflito explícito. No Brasil, o racismo não se dá por lei, como foi na África do Sul. Isso nos levou a uma mistura. Aparentemente todos podem usufruir de tudo, mas na prática há lugares onde os negros não vão. Há um debate se aqui a questão é racial ou social. Eu diria que é as duas coisas. BBC Brasil - E no Brasil tem racismo também de negro contra branco, como nos Estados Unidos? Matilde Ribeiro - Eu acho natural que tenha. Mas não é na mesma dimensão que nos Estados Unidos. Não é racismo quando um negro se insurge contra um branco. Racismo é quando uma maioria econômica, política ou numérica coíbe ou veta direitos de outros. A reação de um negro de não querer conviver com um branco, ou não gostar de um branco, eu acho uma reação natural, embora eu não esteja incitando isso. Não acho que seja uma coisa boa. Mas é natural que aconteça, porque quem foi açoitado a vida inteira não tem obrigação de gostar de quem o açoitou. BBC Brasil - Este mês, a Inglaterra comemora os 200 anos da proibição do comércio de escravos, coisa que no Brasil só aconteceu muito tempo depois. O Brasil ainda continua atrasado nesta área? Matilde Ribeiro - Não, nós temos acompanhado os fóruns internacionais. O Brasil é um dos países mais progressistas neste aspecto de legislação e de ação efetiva. A legislação no Brasil é extremamente avançada. Não é pela via legal que o racismo acontece. O que falta é mudança de postura das pessoas. Não adianta só o governo fazer. Muito já foi feito, mas como você disse no início: alterou os índices? Ainda não, portanto temos muito a fazer. BBC Brasil, Denize Bacoccina.
AQUECIMENTO GLOBAL & AMAZÔNIA
Segundo Williams, o novo clima na Amazônia "não terá apenas uma temperatura mais elevada como uma precipitação maior. Choverá mais nos meses de julho, junho e agosto".
Os cientistas dizem que essas mudanças afetarão várias espécies, em particular em regiões altas ou frias, como as áreas polares e os Andes, e regiões com grande biodiversidade, como é o caso da Floresta Amazônica. "Com o desaparecimento de climas, existe o risco de extinção de várias espécies", disse Williams. "Muitas das espécies em áreas de grande biodiversidade não conseguem migrar para outras áreas". Segundo ele, novos tipos de clima podem oferecer novas oportunidades para algumas espécies, mas é difícil prever quais sofrerão e quais se beneficiarão com isso. A equipe de Williams usou modelos do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (o IPCC, na sigla em inglês) para prever onde as mudanças em temperaturas e volumes de chuvas deverão ocorrer. Os cientistas constataram que, se forem mantidos os atuais níveis de emissão de dióxido de carbono e outros gases causadores do efeito estufa, surgirão novas zonas climáticas em 39% da superfície do planeta. Mantidas as mesmas condições, o modelo prevê o desaparecimento de 48% dos climas atuais. Mesmo levando em conta as atuais estratégias globais de redução de emissões, os modelos prevêem o fim de determinados climas e o surgimento de novos em 20% da Terra. O estudo foi publicado em Proceedings of the National Academy of Sciences. BBC Brasil.
"QUEM LÊ TANTA NOTÍCIA?"
MÉXICO: "ALCOHOL ES MEJOR..."
MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES: CURVA PERIGOSA !
Alfredo Nascimento, ex-titular dos Transportes, é acusado de comprar votos, usar CNPJ falso e comandar obras superfaturadas. Mesmoassim, pode voltar ao governo.
Ex-cabo da Aeronáutica, Alfredo Nascimento entrou para o mundo dos negócios com uma borracharia e logo se tornou um grande fornecedor de pneus para a Prefeitura de Manaus (AM). Virou servidor público, formou-se em letras e matemática, galgou postos na administração pública e se elegeu prefeito da capital amazonense. Chegou a Brasília como ministro dos Transportes no primeiro governo Lula, em 2003. Deixou o cargo para se candidatar a senador, na última eleição. Está rico e foi eleito. Presidente de honra de seu partido, o PR, Alfredo pode se tornar novamente ministro dos Transportes – uma pasta com orçamento de R$ 11 bilhões – e ter a missão de tocar grandes obras e destravar os gargalos do crescimento. Na semana passada,Gilberto Carvalho, secretário particular da Presidência, informou que o presidente Lula já formalizou o convite a Alfredo. E ele aceitou. No entanto, ainda tentar manter sob o controle do Ministério a gestão dos portos, tarefa que Lula pretende remeter ao PSB. O problema é que a presença de Alfredo no governo poderá ser uma enorme dor de cabeça para o presidente e um prato cheio para a oposição, por três diferentes razões. Primeiro: a Justiça Eleitoral do Amazonas pode levar o presidente à situação vexatória de ter um ministro com mandato parlamentar cassado. Alfredo é acusado de falsificar documentos fiscais, comprar votos e ter cometido o crime de abuso do poder econômico na campanha. Segundo: líderes de oposição afirmam ter ouvido relatos de deputados que foram sondados para se filiar ao PR, por Alfredo ou seus emissários, em troca de cargos e liberação de verbas administradas pelo Ministério dos Transportes, prática que aponta para a existência de um segundo mensalão. Terceiro: a volta de Alfredo ao governo trará a reboque as irregularidades constatadas em uma das mais polêmicas séries de obras do governo Lula, a Operação Tapa-Buracos.Alfredo elegeu-se senador com 629,6 mil votos (47,49% do total). Três processos, porém, tramitam na Justiça. O ex-governador Gilberto Mestrinho, do PMDB, o acusa de ter usado um CNPJ falso no início da disputa. A Lei Eleitoral é clara: a campanha só pode começar quando o candidato tiver um comitê financeiro para receber doações. Esse comitê tem que ter uma inscrição na Receita Federal, o CNPJ. Mestrinho afirmou à Justiça que o número que aparecia no material de campanha de Alfredo, o CNPJ 08.134.682/0001-37, não existia. O corregedor eleitoral Jovaldo Aguiar enviou um ofício à Receita para comprovar a denúncia. Em 18 de setembro, o chefe da Receita em Manaus, Eduardo Ponte Barbosa, respondeu: “Não consta em nosso sistema cadastral o CNPJ indicado.” Mestrinho argumenta que, se não havia CNPJ, não poderia haver doações oficiais para comprar material de campanha. Ou seja, aquilo seria produto de caixa 2. Há ainda um segundo processo movido por Pauderney Avelino, do PFL, sobre uso de material de campanha não declarado. Alfredo defende-se dizendo que ambas são acusações típicas de adversários derrotados. Contudo, um terceiro processo é movido pelo Ministério Público Eleitoral. Alfredo é acusado de “captação ilícita de sufrágio”. Ou seja: compra de votos. De acordo com a denúncia, ele pagou a gasolina usada numa carreata na cidade de Manacapuru. Bastava passar num posto local, o Pinheirinho, para que a gasolina fosse entregue junto com um santinho eleitoral de Alfredo. A Justiça apreendeu no posto 36 requisições de cinco litros de gasolina cada uma e 334 santinhos. “Não se admite que sejam (...) oferecidos quaisquer tipos de bem (...) com a intenção de se obter votos dos eleitores”, escreve na ação o procurador regional eleitoral Edmilson Barreiros. Trata-se de um caso grave. No Amapá, o senador João Capeberibe perdeu o mandato por comprar votos de duas eleitoras por R$ 50. Quando o PR nasceu, na fusão do PL do mensalão com o Prona do Enéas, Alfredo virou o presidente de honra da legenda. Ocupou o vácuo político deixado pelo vice-presidente José Alencar, que trocou de partido. Embora batizado de Partido Republicano, líderes do PFL, do PSDB e do PPS reclamam que deputados de seus partidos têm sido assediados para ingressar no PR a partir de propostas pouco republicanas. Oito casos foram relatados a ISTOÉ. Eles seguem padrão semelhante. Quem aborda os deputados é o líder do PR na Câmara, Luciano Castro (RR). A conversa, segundo os oito relatos, sempre se inicia com o argumento de que deputado de Estado pobre não pode ser de oposição, porque precisa de recursos federais para as suas regiões ou não se reelege. Aí, oferece-se a possibilidade de indicar cargos e liberar recursos orçamentários nas áreas ligadas ao Ministério dos Transportes. Seis deputados receberam a oferta de ganhar o poder sobre o escritório local do DNIT, órgão encarregado da construção e manutenção das rodovias federais. No Congresso, o expediente ganhou o apelido de “mesadão”. O homem que denunciou a existência do mensalão, o ex-deputado Roberto Jefferson, confirma: “Ouvi falar de pagamento de luvas de R$ 400 mil e mesada de R$ 50 mil. Tomara que o presidente ponha um ponto final nisso.” Com ou sem mensalão, é certo que o PR tem ganhado corpo. Saiu das urnas com 23 deputados eleitos e hoje contabiliza 38. No Amapá, Lucenira Pimentel trocou o PPS pelo PR. Ela é mulher do prefeito de Macapá, João Pimentel, do PT. Na festa de sua filiação, ela disse que foi para a legenda por conta da promessa de implantar uma unidade do DNIT no Estado. Os mesmos argumentos teriam sido tentados com um outro parlamentar do Amapá, David Alcolumbre. Ele confirmou a abordagem, mas recusou. “Sou deputado de primeiro mandato, não posso falar”, disse. Outro pefelista assediado foi Lira Maia, do Pará. O PR conseguiu tirar do PFL os baianos José Rocha e Tonha Magalhães. Teriam envolvido cargos em portos as conversas que levaram Nelson Goetten a deixar o PFL em Santa Catarina e Maurício Quintella a sair do PDT em Alagoas. “Isso são acusações levianas”, reage o líder republicano Luciano Castro. Segundo ele, os oferecimentos àqueles que quiseram migrar para o PR giraram em torno da possibilidade de influir na montagem dos diretórios regionais do partido que, novo, ainda tem de se estruturar. Em todos os casos acima, de acordo com os relatos, os deputados foram abordados pelo líder Luciano. Em um caso, relata-se o envolvimento direto de Alfredo. O deputado Márcio Junqueira (PFL-RR) conta que manteve dois encontros pessoais com o provável futuro ministro. Nessas conversas, Alfredo lhe prometeu a liberação de emendas de obras rodoviárias. Esse caso foi relatado por ISTOÉ, em entrevista gravada, e publicado na edição da semana passada. Pressionado, Junqueira enviou uma carta à revista na qual dava a entender que voltava atrás no que dissera. Na última semana, em outra entrevista gravada, explicou o teor da carta: “Eu não estou retirando nada do que disse. Mas tive de dar outro enfoque por conta da pressão que fizeram em cima de mim”, disse. A volta de Alfredo ao governo trará ainda a reboque os problemas constatados pelo TCU na Operação Tapa-Buracos. Em 13 processos já concluídos, obtidos por ISTOÉ com exclusividade, há casos assombrosos. No Amazonas, os auditores do TCU procuraram em quatro diferentes endereços e não conseguiram sequer encontrar a empresa contratada – a BemBrasil Construtora Ltda. – para duas obras na BR-174. Em um dos trechos, somou-se um segundo rolo: a estrada estava em boas condições, não precisava de obra tapa-buraco. Mas o dinheiro foi pago. Na BR-153, em São Paulo, verificou-se indício de superfaturamento. A Construtora Planalto Ltda. foi contratada por R$ 5,2 milhões quando, desde 2004, o Comando do Exército já fazia a conservação da rodovia por R$ 4 milhões. Os auditores também questionam se havia necessidade de obras emergenciais ali, já que a estrada estava em bom estado. Pagaram-se R$ 4,5 milhões como obra emergencial (e, por esse argumento, dispensando-se a licitação) por serviços prosaicos, como pintura de faixas e capina do mato na margem da estrada, à Sconntec Construtora de Obras Ltda. em trecho da BR-476, no Paraná. Obras foram pagas sem que houvesse sequer contrato assinado. Caso, por exemplo, da BR-265, em Minas Gerais, numa obra de R$ 2,9 milhões feita pela Egesa Engenharia S.A. Ou com a Torc – Terraplenagem, Obras Rodoviárias e Construções Ltda., num trecho da BR-377, no Rio Grande do Sul. Nesse relatório específico, o ministro Augusto Nardes reservou uma advertência especial ao DNIT: “Diante da situação descrita, permito-me externar minha preocupação quanto à administração do DNIT, (...) a ausência de um planejamento adequado às ações de manutenção da malha viária (...) contribui (...) para a precariedade da conservação das rodovias.” No total, o TCU questiona R$ 32,4 milhões em obras da Operação Tapa-Buracos. Um rolo de 1,3 mil quilômetros, mais que a distância que separa, por exemplo, Brasília do Rio de Janeiro. A Operação Tapa-Buracos foi idealizada e encomendada por Alfredo Nascimento quando era ministro dos Transportes. Agora ele pode voltar a ser o titular da Pasta, com ou sem os portos. Conseguirá? IstoÉ Online, Rudolfo Lago e Hugo Studart.