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quarta-feira, março 10, 2010

MENSALÃO/PT/VACCARI [In:] BANCOOP. UMA COOPERATIVA ''PrivaTizada''

Caso Bancoop: ex-segurança acusa Vaccari

Bancoop: depoimentos acusam PT e Vaccari


Autor(es): Agencia O Globo/Leila Suwwan
O Globo - 10/03/2010

O inquérito policial que investiga o rombo de R$ 100milhões naBancoop e o suposto abastecimento de campanhas petistasdesde 2002contém depoimentos com acusações ao partido e ao JoãoVaccari Neto,tesoureiro do PT e presidente licenciado da Bancoop.

Testemunhas relatam que recursos eram sistematicamente desviados das construções, por meio de superfaturamentos, notas frias e arrecadações paralelas.

Alémdisso,Vaccari é apontado como articulador do esquema e teriarecebidoenvelopes de dinheiro da Bancoop em 2003 e 2004. Ele negaRelatórioparcial da investigação, com depoimentos colhidos desde 2007,sugereque Vaccari estaria envolvido no esquema, como elo entre aBancoop, oSindicato dos Bancários e o PT. Segundo Andy RobertoGurczynska,segurança particular do exdirigente da Bancoop LuisMalheiro, morto emacidente de carro em 2004, envelopes com quantiassacadas em dinheiroeram entregues a Vaccari.

Gurczynska afirmouem janeiro de 2008que seu chefe se encontrava com Vaccari Neto fora dasede da Bancoop.Luís Malheiros determinava ao declarante que entregasseenvelopeslacrados retirados do Banco Bradesco, diz um trecho dodepoimento, queprossegue: Sendo que o declarante então escoltava LuisMalheiro, queentregava tais envelopes a Vaccari Neto na sede doSindicato dosBancários.

De acordo com Gurczynska, as reuniões aconteciam toda semana, entre 2003 e 2004.

Apósamorte de Malheiro, Gurczynska foi dispensado, e Vaccari Neto,queassumiu a presidência da Bancoop, contratou serviços de segurançadaempresa Caso, de propriedade de Freud Godoy, um dos envolvidosnoescândalo dos aloprados, quando petistas foram flagradostentandocomprar um falso dossiê contra tucanos.

Uma mala com R$ 1,7 milhão, de origem desconhecida, foi apreendida.

O MP investiga o pagamento de R$ 1,5 milhão da Bancoop à empresa de Godoy.

Emoutrodepoimento, em maio de 2008, o irmão de Malheiro, Hélio, disseque aBancoop abasteceu a campanha petista de 2002, sob promessa deserbeneficiada após a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva. Hélio esuamãe ingressaram no programa de proteção à testemunhas.

Presidentedo PT diz que partido é alvo de ataques Ele disse que seuirmão tinhaque ceder a pressões políticas e muitas vezes se viaobrigado a entregarvalores de grande monta para as campanhaseleitorais do PT, desviandorecursos da Bancoop. As pressões viriam deVaccari, que à época presidiao Sindicato dos Bancários.

Estou investigando a Bancoop.

Seseusdirigentes são ligados a um partido, não me importa qual, não mudanada.Ser político não estimula meu trabalho nem serve de salvo-condutoaoinvestigado disse promotor José Carlos Blat.

O presidentedo PT,José Eduardo Dutra, em nota, afirmou que o partido é alvo deumaescalada de ataques caluniosos e que representará no ConselhoNacionaldo Ministério Público contra Blat.

A Assembleia de SãoPauloinstalou a CPI da Bancoop. O advogado da cooperativa, FlávioDUrso,entrou com recurso para impedir a quebra de sigilo bancário deVaccaride 2001 a 2008. O pedido foi feito pelo Ministério Público.ParaDUrso, o pedido extrapola o período da investigação, de 2003 a 2005.

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