A proposta deste blogue é incentivar boas discussões sobre o mundo econômico em todos os seus aspectos: econômicos, políticos, sociais, demográficos, ambientais (Acesse Comentários). Nele inserimos as colunas "XÔ ESTRESSE" ; "Editorial" e "A Hora do Ângelus"; um espaço ecumênico de reflexão. (... postagens aos sábados e domingos quando possíveis). As postagens aqui, são desprovidas de quaisquer ideologia, crença ou preconceito por parte do administrador deste blogue.
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sábado, março 17, 2007
EDITORIAL: REFORMA MINISTERIAL & EMPREGO INDUSTRIAL
Esta semana findou sem que soubéssemos efetivamente qual é [ou será] a equipe que comporá o “primeiro escalão” no segundo governo do presidente Lula. De acordo com o próprio presidente, em vários pronunciamentos a respeito da troca de alguns ministros ou da Reforma Ministerial, as respostas têm sido: “não há pressa...”, “quem decide sou eu” ou “em time que está ganhando não se mexe”. Em relação ao compasso de espera na composição da equipe, isto não resta qualquer dúvida, porém, quanto a quem “contrata a equipe” é que paira certa dúvida, para usar uma expressão futebolística tão a gosto do presidente. Se nos permitimos, ainda citar o futebol, a maioria dos “players” foi contratada por “olheiros”, ou de acordo com o jargão político “pela base do governo” [base de sustentação do governo formada por 11 partidos políticos]. Também não seria exagero afirmar que o “cartola” que mais atuou nessa formação foi o presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP). Todavia, não conseguindo evitar que a indicação do deputado federal Odílio Balbinotti (PMDB/PR) para o Ministério da Agricultura fosse arduamente questionada pela “bancada ruralista”, através do deputado Ronaldo Caiado (PFL/GO) que a ele se referiu como uma “vaquinha de presépio” ou ainda que, para os demais “ruralistas” ele é “muito apagado” e “não tem relacionamento com a bancada nem com as entidades de classe”. Pesa ainda em seus ombros, a investigação do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre “crime de falsidade ideológica” e de “improbidade administrativa”. Outras indicações (poucas) foram feitas por líderes de partidos com assentos na Câmara dos Deputados, no Senado ou em governos estaduais, a exemplo de Jaques Wagner/PT (governador da Bahia) na indicação do deputado Geddel para o Ministério da Integração Nacional e de Sérgio Cabral/PMDB (governador do Rio de Janeiro) em relação ao médico-sanitarista Temporão (Saúde); até aí “compreensíveis” (!). Ainda em relação a “reforma” ministerial, outro “imbroglio” que foi transferido para a próxima semana (!) refere-se ao nome do sucessor do ministro Furlan para o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Como se sabe, o pedido de exoneração do ministro envolve discordâncias, senão contrariedades, quanto aos “marcos regulatórios” que (ainda) estão contidos no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Segundo Furlan, algumas “travas públicas”. Um nome para o Ministério do Desenvolvimento Agrário também está em discussão. Seria ingênuo não [querermos] pensar que nesse processo de reforma ministerial, lautos recursos financeiros estariam sendo considerados e com eles o “poder” conferido ao ministério e por extensão ao ministro. Como exemplo, tomemos o Ministério da Saúde (PMDB) com um orçamento da ordem de R$ 49,7 bilhões, o da Integração Nacional (PMDB) com R$ 8,1 bilhões, ou mesmo da Agricultura (PMDB ?) orçado em R$ 6,4 bilhões. Melhor ainda, quanto ao poder conferido ao partido político, via ministério ou pasta com “status” de ministério. Nesse caso, observemos os cargos ocupados por Tarso Genro/PT (Justiça), José Toffoli/PT (Advocacia Geral da União) e Marta Suplicy/PT (Turismo), não obstante, aos prós e contras em seu processo de indicação.
Por tudo isto é que ficou quase despercebido ou foram pouco evidenciados os resultados da pesquisa de emprego industrial, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgado ontem (16), quanto ao desempenho de alguns setores industriais (ainda que modesto: 0,3%) verificado no mês de janeiro/2007 em comparação a dezembro/2006. Após três meses em contínua retração, o “emprego industrial” deu sinais de recuperação, em relação ao número de pessoas ocupadas setorialmente, porém, configurando ainda um quadro de estagnação da ocupação da mão-de-obra. Nestes termos, os segmentos mantêm as características do ano passado: poucos segmentos apresentaram grande dinamismo nas contratações. Destaque aos setores de alimentos e bebidas (6,9%), coque, refino de petróleo e produção de álcool (14,1%) e produtos de metal (3,4%), em contraste, os setores do vestuário (-5,9%), fumo (-7,5%), calçados e artigos de couro (-9,4%), que apresentaram menor produção e conseqüente menor contratação de trabalhadores. Em termos regionais o desempenho positivo (+) nas contratações (emprego) foi verificado nos estados de São Paulo (1,7%), Espírito Santo (5,2%), Pernambuco (4,2%) e Ceará (1,3%) e “negativo” nos estados do Rio Grande do Sul (-5,0%), Minas Gerais (-0,5%) e Paraná (-0,4%).
Resta-nos perguntar: em que “escalão” estaria enquadrado o IBGE ou qual o “grau de importância” dos resultados de seus estudos, como termômetro de desempenho de governo(s)?
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