RENAN CALHEIROS: O [NOVO] REI DO GADO III

Oposição deve entrar na Justiça se denúncia contra Renan for arquivada.

Peritos da Polícia Federal (PF) e funcionários do Senado começam, nesta segunda-feira (18), em Maceió, a perícia nos documentos de defesa do senador Renan Calheiros (PMDB-Alagoas). O presidente do Senado é suspeito de ter despesas pessoais pagas por uma empreiteira. Os peritos da PF trabalham em duas frentes. Em Brasília, desde sábado (16), eles checam os originais dos recibos, notas fiscais e guias de trânsito animal, apresentados pelo presidente do Senado, Renan Calheiros. Em Macéio, a perícia começa nesta segunda-feira (18) e vai ser feita com base em cópias da documentação que será levada pelo funcionário do Senado escalado pelo Conselho de Ética para acompanhar o trabalho da PF. Os documentos que estão sendo periciados se referem à venda de bois de fazendas do senador. Eles provariam, segundo Renan Calheiros, a origem do dinheiro para pagar pensão à jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha. Renan diz que não recebeu dinheiro do lobista Cláudio Gontijo, da empreiteira Mendes Junior. Na semana passada, o Jornal Nacional mostrou que os recibos dessas operações eram irregulares. Em Alagoas a PF vai concentrar os trabalhos na Receita Estadual. Os agentes vão cruzar as informações das notas fiscais entregues pelo senador com os registros da Receita para verificar se os documentos são verdadeiros. Os peritos não vão investigar se as vendas de gado realmente aconteceram por falta de tempo e porque isso nao foi pedido pelo Conselho de Ética. O presidente do conselho, Sibá Machado (PT-Acre), não exclui a possibilidade de adiar mais uma vez a decisão sobre o arquivamento da denúncia, caso ainda haja dúvida sobre a autenticidade dos documentos. "Eu deixei uma reunião em aberto, pra terça-feira, e eu espero que até lá a gente esteja com esse trabalho concluído. Se não tiver, com certeza, nós vamos pensar num momento posterior", afirmou. Os partidos de oposição PPS, PV e PSOL vão recorrer à Justiça, se o caso for arquivado no Conselho de Ética. "O Senado vai decidir, com base numa perícia absolutamente inadequada, uma perícia que não é reconhecida legalmente. Portanto, essa decisão em cima de uma perícia, se ela se basear numa perícia e se satisfizer com uma perícia inadequada, nós temos condições de entrar na Justiça e questionar isso", afirmou o senador Fernando Gabeira (PV-Rio de Janeiro). G1, SP.