PENSAR "GRANDE":

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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.

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sábado, março 15, 2008

EDITORIAL: ELEIÇÕES 2008-2010.

Opinião: O encaroçado angu da autopromoção

No lançamento semi-oficial, com os devidos disfarces da impostura, da campanha de autopromoção com o recheio do virtual lançamento da ministra Dilma Rousseff, chefe da Casa Civil, como a candidata prioritária para sucedê-lo, o presidente Lula bateu todos os seus recordes de contradição no emaranhado de exageros e escorregões propositais ou não da evidência.
Numa tentativa de selecionar os mais evidentes, difícil escolher por onde começar. Talvez pelo menor dos tropeços, na volta do escândalo do cartão corporativo, que empalidece na CPI de tão moderada cautela, com a divulgação do relatório da Controladoria-Geral da União que levantou mais uma trampa, embora sem maior originalidade: por duas vezes, o cartão mágico da ex-ministra Matilde Ribeiro, da Secretaria de Igualdade Racial, foi usado por outra pessoa, em São Paulo, enquanto a perdulária titular com o dinheiro público desfrutava de viagem ao exterior, nas lonjuras de Dakar, no Senegal.
Ora, Lula atenuou a demissão da ministra com a categórica afirmação de que ela não cometera nenhum crime, mas um simples erro administrativo, por má interpretação do manual dos usuários.
Mas são os descuidos de avalista de coração mole. O caldo engrossa quando sobe ao palanque de campanha de não-candidato em 2010 (e com que pesar...) e arrisca a tacada de visitar três favelas, com a justificável proteção de aparato militar de uma operação de guerra. Ao contrário: a visita de quem descobriu a miséria, o sofrimento e o desamparo da desassistida população de milhões em todo o país, rigorosamente esquecida pelo governo e que só dá o ar de sua graça nas invasões para os confrontos com os traficantes.
Lula dedicou um improviso para cada fatia do eleitorado. No Complexo do Alemão, para uma platéia de cerca de 7 mil moradores, pisou na bola ao tentar chutar um argumento furado: "Foi importante que nós não anunciássemos o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) antes das eleições de 2006, porque senão vocês iriam ler que nós estaríamos lançando um programa puramente eleitoral".
Ora, e por que esperou tanto, desperdiçando dois anos e três meses fundamentais para não embolar as obras com a campanha para a eleição, este ano, de prefeitos e vereadores? Ou o PAC é uma saída de emergência, improvisada na undécima hora para tapar a longa temporada de esquecimento?
No vôo mais arriscado do giro nas favelas, o presidente descobriu que os pobres e favelados agora já podem comprar um automóvel com o alongamento do prazo para a compra a crédito de 24 para 72, 82 meses. Ora, o esticão do prazo do financiamento de carros, de TVs, de geladeiras, de móveis é o milagre às avessas que enriquece os vendedores e penduram os compradores na força de uma dívida que incha os juros escorchantes. Um negócio da China para os donos de loja que nadam no mar de horas de um negócio com a carga dobrada do lucro: do preço e filé dos juros.
Na gangorra da retórica, uma hora "o que não pode é a polícia não ser educada para que comece a entrar na favela respeitando as pessoas, não pode entrar batendo em todo o mundo, senão nós partimos do pressuposto de que todo o mundo é bandido até prova em contrário"; noutra, falando à tropa, os policiais são alçados ao pedestal de defensores da lei, da população desprotegida, sempre esquecida por todos os governos na história etc.; até o ingresso no mundo da ventura pelo nordestino que só tem o diploma primário (sic) e um curso do Senai. E se ele chegou à Presidência da República, qualquer um pode chegar. É uma chance para milhões de eleitores...

[Villas-Bôas Corrêa. 12/03/2008].

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