A proposta deste blogue é incentivar boas discussões sobre o mundo econômico em todos os seus aspectos: econômicos, políticos, sociais, demográficos, ambientais (Acesse Comentários). Nele inserimos as colunas "XÔ ESTRESSE" ; "Editorial" e "A Hora do Ângelus"; um espaço ecumênico de reflexão. (... postagens aos sábados e domingos quando possíveis). As postagens aqui, são desprovidas de quaisquer ideologia, crença ou preconceito por parte do administrador deste blogue.
PENSAR "GRANDE":
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“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.
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terça-feira, maio 06, 2008
GOVERNO LULA, BANCO CENTRAL, DÓLARES: "LUCROS"
Lula falou ao jornal noturno da TV Cultura. A entrevista foi ao ar na noite desta segunda-feira (5). Perguntou-se a ele se não receia que o Brasil seja inundado por uma torrente de dólares, depois de ter sido reconhecido como um porto seguro para investidores externos.
E o presidente: “Primeiro, eu quero que entrem todos os dólares do mundo dentro do Brasil. Segundo, eu acho que nós temos que ter mecanismos para não misturar o dólar que entra para o setor produtivo, para construir uma fábrica, para gerar emprego, com o dólar que vem para especulação.”
Em seguida, Lula admitiu algo que seus ministros econômicos vêm evitando debater em público. Disse que, para frear a entrada dos dólares que vêm ao Brasil só para beliscar os juros e ir embora, o governo pode recorrer ao aumento de imposto.
“Nós já criamos o IOF de 1,5% para tentar impedir” o investimento especulativo”, disse o presidente. “Se for preciso cria-se mais [IOF]. O Conselho Monetário Nacional saberá o momento adequado de discutir isso.”
O presidente revelou certa apreensão com o comportamento das exportações brasileiras, cujo desempenho vem sendo corroído pela valorização do real frente ao dólar. “Nós temos que ter uma preocupação com as nossas exportações porque o Brasil não quer construir déficit de contas correntes mais.”
Qual é o remédio? “No dia 12 [de maio] nós vamos ao Rio de Janeiro, na sede do BNDES, lançar uma proposta de política industrial para o Brasil, que tem política de inovação tecnológica, que tem política de incentivo às exportações, que tem política de desoneração [tributária]. Acho que é o mais importante movimento para o desenvolvimento industrial do Brasil que aconteceu nesses últimos 50 anos no Brasil.”
A entrevista durou 25min e 17s. Pode-se assistir à íntegra pressionando aqui. Para aqueles que não dispõem de tempo, vai abaixo um extrato do essencial:
Grau de investimento: “Temos que ter uma euforia comedida, porque o jogo tem muito tempo pela frente. [...] Vai levar algum tempo ainda pra gente estar consolidado como uma grande nação e uma grande economia [...]. O que é que eu digo para os meus ministros? Cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém [...]. É importante a gente continuar com a mesma preocupação de que o Brasil é um país em construção.”
Gastos públicos: “Não gastamos muito porque não temos muito. Mas a verdade é que há muito sofisma sobre a questão do Estado brasileiro. Houve um tempo em que esse Estado passou oito anos sem dar reajuste para o servidor público e não melhorou a vida do Estado [...].O importante não é discutir se o Estado custa muito ou custa pouco. O que é importante é a gente discutir a qualidade dos serviços que o Estado presta ao contribuinte brasileiro. E nós não prestamos um bom atendimento. É preciso que a gente preste um bom serviço. E, para isso, nós precisamos fazer as reparações nas categorias profissionais que trabalham no Estado.”
PAC: [...] Digo sempre que o último grande investimento em infra-estrutura foi feito no governo Geisel. Naquele tempo, a gente não tinha reservas, não tinha dólar. A gente foi obrigado a tomar petrodólares emprestado, porque estava muito barato. Depois, viramos vitimas dele. Os juros aumentaram e estávamos com uma dívida externa impagável [...]. Hoje, nós estamos em situação altamente confortável. Primeiro, porque nós temos quase US$ 200 bilhões de reservas. Segundo, porque estamos fazendo o PAC com recursos do governo e com recursos das empresas. São R$ 504 bilhões, mais de US$ 270 bilhões [...]. Quando o Estado arrecada um pouco mais, tem fôlego para fazer aquilo que outros governos não tiveram condições de fazer [...]. Por isso disse no último dia 30 [de abril], em Alagoas que espero que depois que eu deixar presidência da Republica nunca mais o Brasil eleja um presidente que não tenha sorte.”
Greves no setor público: “Tem uma decisão da Suprema Corte de que deve descontar os dias dos servidores que fizerem greve. Ora, meu deus do céu! Eu, primeiro, defendo a liberdade e autonomia sindical. Segundo, eu defendo o direito de greve. Mas as centrais precisam entender que eu ganho um salário pelo dia que eu trabalho. Se eu não trabalho, quero ficar em greve 30 dias, 20 dias, 40 dias, 50 dias e eu pago o salário, isso não é greve, é férias. Então, a ordem que o Ministério do Planejamento tem é descontar os dias das pessoas que estão em greve [...]. Não trabalhou, não ganha [...]. Não queremos que o servidor seja tratado também, na relação com o Estado, como se fosse de segunda categoria. Eles têm direito de fazer a negociação coletiva, sentar na mesa. Têm até o direito de fazer greve. Como eu tinha quando era metalúrgico. Agora, a greve tem um custo. Qual é o custo? É não receber o dia que eu não trabalhei.”
Projeto de lei que estende o reajuste do salário mínimo aos aposentados: “[...] Tudo o que for aprovado na Câmara e no Senado e que vier para o presidente sancionar e não for compatível com a possibilidade de o governo pagar, eu, como presidente da Republica vetarei. Nessas coisas eu não brinco [...]. É humanamente impossível [acabar com] o fator previdenciário, igualar para os trabalhadores aposentados o aumento que dá para o salário mínimo. Não tem caixa, não tem dinheiro pra isso. É simplesmente isso [...].”
Acordo PT-PSDB em Belo Horizonte: “A mim não [incomoda]. Para mim, é acordo que o PT faz em função da realidade política local [...]. A sabedoria de quem conhece a grandeza desse país, a diversidade política e cultural desse país, é permitir que as cidades decidam as alianças em função da realidade local.”
Escrito por Josias de Souza, Folha Online, 0605.
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