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sexta-feira, junho 13, 2008
CPMF/CSS & SENADO [In:] QUAL SERÁ A DECISÃO ? [lembrem deles nas urnas!!!]
Em privado, Maciel revela simpatia pelo nome da colega de legenda Kátia Abreu (DEM-TO). Uma senadora que ganhou notoriedade como relatora da CPMF. A primazia na escolha do relator converte a oposição em ditadora do calendário. Pode apressar ou retardar a votação do projeto, conforme a sua conveniência. A dúvida do momento é a seguinte: o melhor é votar a proposta da CSS logo ou convém adiar o embate para depois das eleições municipais de outubro? Se achar que tem votos para enterrar o novo tributo, como fez com a CPMF, a oposição vai apressar. Se julgar avaliar que o governo pode prevalecer, vai adiar. Antes de chegar à comissão de Justiça, a proposta terá de passar por duas instâncias: a CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) e a CAS (Comissão de Assuntos Sociais).
A primeira é presidida por Aloizio Mercadante (PT-SP), favorável à CSS. A segunda e comandada por Patrícia Sabóia (PDT-CE), que torce o nariz para o tributo.
Nessas duas comissões, ainda que a análise seja feita a toque de caixa, serão consumidos pelo menos 15 dias. Na comissão de Justiça, se quiser, a oposição pode ganhar até 30 dias. Daí a importância da indicação do relator. Na Câmara, onde a supremacia do governo é absoluta, a CSS passou com margem de escassos dois votos. No Senado, a maioria de Lula é bem mais fluida.
É por isso que governistas como o líder do PSB, senador Reanto Casagrande (ES) condicionam a ressurreição da CPMF a um empenho inaudito do governo.
Nos subterrâneos, o governo trama a favor da CSS. Na superfície, porém, Lula soa como se remasse contra a maré.
O presidente esforça-se para dissociar sua imagem da recriação do imposto do cheque. Nesta quinta-feira (12), Lula disse que o tributo é um "grande problema da bancada da Saúde" do Congresso. Disse mais: "A CSS é uma criação do Congresso, o governo não participa de articulação.” Foi explícito: “O governo não vai articular, é um problema do Congresso.” As declarações foram vistas pelos operadores governistas no Congresso como “desastrosas”. Eis o que declarou ao blog um líder de partido governista: “Se o presidente lava as mãos, como vou convencer os meus liderados a votarem a favor de um projeto que aumenta a carga tributária da classe média”? Nos próximos dias, a oposição definirá o nome do relator da encrenca. Kátia Abreu tem a seu favor, além da preferência de Maciel, a simpatia da cúpula do PSDB. Há, porém, dois entraves à indicação da senadora que ajudou a enterrar a CPMF em dezembro do ano passado. Kátia flerta com a idéia de tirar uma licença do mandato de senadora. Deseja livrar-se da azáfama do Senado até outubro. Candidata à presidência da CNA (Confederação Nacional da Agricultura), a senadora quer ter tempo livre. Um tempo que usaria também para dedicar-se às campanhas de postulantes a prefeituras de Tocantins, seu Estado. De resto, há outros senadores ‘demos’ candidatos à vaga de relator da CSS. Entre eles Demóstenes Torres (DEM-GO). De concreto, tem-se, por ora, o seguinte: seja qual for o relator escolhido, a preferência do bloco oposicionista na designação do nome vai à crônica da CSS no Senado como um problema adiconal para o governo.
Escrito por Josias de Souza- Folha Online, 1306.
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