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Brasileiro paga R$ 1,8 bi de imposto por dia
Mesmo sem a CPMF, extinta no ano passado, a arrecadação federal bateu recorde no primeiro semestre deste ano.
Se comparada com os seis primeiros meses do ano passado, a receita de impostos e tributos federais cresceu 10,43%, já descontada a inflação. O brasileiro pagou por dia, neste ano, R$ 1,820 bilhão em impostos.O secretário da Receita, Jorge Rachid, disse que o crescimento econômico e as ações administrativas e judiciais contra a sonegação foram os principais responsáveis pela arrecadação de R$ 333,2 bilhões no semestre. Em junho, o governo arrecadou R$ 55,7 bilhões, 7% a mais que no mesmo mês de 2007, descontada a inflação.A arrecadação com o Imposto de Renda cresceu 17% no semestre, para R$ 97 bilhões. Só as pessoas físicas pagaram R$ 8,3 bilhões, 12% a mais que no mesmo período de 2007. O aumento das alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e da CSLL (Contribuição Social sobre Lucro Líquido) no início do ano, para compensar o fim da CPMF, também contribuiu para o aumento das receitas. A arrecadação com o IOF cresceu 151%, somando R$ 9,8 bilhões.A previsão do governo ao elevar o IOF era aumentar a arrecadação com o imposto em R$ 8 bilhões. Na primeira metade do ano, o objetivo já ficou próximo, com a receita do imposto R$ 5,9 bilhões maior que o apurado no mesmo período do ano passado. Rachid disse que a alta do crédito, de 32,4% para pessoas físicas e de 42,1% para empresas, surpreendeu o governo. Os dados divulgados são do Banco Central, mas ainda não foram divulgados oficialmente pelo órgão."Em janeiro, não se apontava aumento do crédito nessa magnitude", disse Rachid. Carlos Thadeu de Freitas, ex-diretor do BC, avalia que o governo elevou as alíquotas não só para garantir a arrecadação mais alta mas também para tentar conter o consumo, tarefa, segundo ele, malsucedida. A arrecadação com a CSLL cresceu 29,5% no semestre, para R$ 22,9 bilhões. A maior lucratividade das empresas contribuiu para o resultado. O aumento da alíquota para o setor financeiro de 9% para 15% só começou a vigorar em maio, com recolhimento em junho.Puxado pelo consumo maior e pelo câmbio, o crescimento das importações elevou em 27,6% a arrecadação do Imposto sobre Importação, para R$ 7,5 bilhões. Já a arrecadação com o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) cresceu 15,8%, para R$ 18,6 bilhões. Marco Aurélio Garcia, professor de Economia do Ibmec-RJ, lembra que o governo poderá usar o excesso de arrecadação para aumentar o superávit primário (saldo antes do pagamento dos juros da dívida) e reduzir o endividamento ou para elevar os gastos. Ele lamenta que a segunda hipótese seja a mais provável. Nos cinco primeiros meses deste ano, as maiores despesas do governo foram com pagamentos de benefícios da Previdência Social (R$ 75,8 bilhões), salários e encargos sociais dos servidores públicos (R$ 49,5 bilhões) e pagamento dos juros da dívida (R$ 45,5 bilhões).
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Folha Online, JULIANA ROCHA; DA SUCURSAL DE BRASÍLIA - 2207.
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