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sábado, agosto 02, 2008
EDITORIAL: DOHA [OU ATÉ QUE UM NOVO 11 DE SETEMBRO OS UNA...]
Concebida em novembro de 2001 na capital do Qatar, para transmitir solidariedade a um mundo sacudido pelo terrorismo, com os atentados de 11 de setembro daquele ano em Nova York e Washington, a Rodada de Doha se apaga, quase sete anos depois, quanto tomam corpo outras ameaças de crise global nos setores de alimentos, energia e clima.
Gustavo Capdevila (IPS)
GENEBRA – As negociações comerciais da Rodada de Doha fracassaram estrepitosamente arrastadas pelas mesmas discrepâncias entre países ricos e pobres que a caracterizaram durante seus quase sete anos de vida. Uma discordância irreparável entre os Estados Unidos, por um lado, e China e Índia, por outro, precipitou o final da conferência de ministros convocada pela Organização Mundial do Comércio, que havia chegado ao nono dia de sessões. O chanceler da Argentina, Jorge Taiana, considerou o ocorrido com Doha o fracasso de uma tentativa dos países industrializados de dar pouco e pedir muito. “E isso não foi aceito em linhas gerais pelos países em desenvolvimento. Me parece que esse desequilíbrio impediu de se resolver estas negociações”, afirmou. A faísca deste sinistro político internacional foi um assunto caro aos países em desenvolvimento, a criação de um mecanismo de salvaguardas especiais que aumentaria os direitos de aduana quando as importações de produtos agrícolas superassem certo nível e causassem prejuízo aos camponeses das nações pobres. “É incrível que tenhamos fracassado em um único tema”, lamentou o chanceler brasileiro, Celso Amorim. “Não significa que a questão não seja importante para alguns países, mas já havíamos decidido muitos outros assuntos intratáveis”, acrescentou. O diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, disse que de uma lista de 20 tópicos em discussão já se havia progredido em 18. Mas a brecha não pôde ser fechada no tema 19, lamentou. Os Estados Unidos se opuseram por considerarem que o mecanismo poderia levara a abusos, enquanto China e Índia o exigiam como uma defesa do sustento, da segurança alimentar e do desenvolvimento rural dos camponeses dos países em desenvolvimento. A divergência impediu que os ministros de 30 países e representantes dos demais 153 membros da OMC chegassem a um acordo sobre os parâmetros das negociações para liberalizar a agricultura e os produtos industriais, ou acesso aos mercados dos produtos não-agrícolas (Nama). Concebida em novembro de 2001 na capital do Qatar, para transmitir solidariedade a um mundo sacudido pelo flagelo do terrorismo, com os atentados de 11 de setembro desse ano em Nova York e Washington, a Rodada de Doha se apaga quanto tomam corpo outras ameaças de crise, em alimentos, energia e clima. Diante da crise mundial nos preços dos alimentos, é irônico que se pretenda criar mais barreiras ao intercâmbio mundial destes produtos, disse Susan Schwab, representante de Comércio dos Estados Unidos. Carin Smaller, do Instituto de Políticas para a Agricultura e o Comércio (IATP), afirmou que Washington propõe a abertura dos mercados como a melhor forma de conseguir segurança alimentar e promover o sustento. Por sua vez, Índia e China, com apoio da maioria dos países em desenvolvimento, dizem que as salvaguardas são o melhor resseguro em caso de ocorrer grandes transtornos nos mercados agrícolas. A subsecretária de Economia do México, Beatriz Leycegui, considerou o fracasso de Doha uma perda para todo o mundo, porque ocorre em meio a uma crise econômica muito forte, onde há protecionismo e falta credibilidade no sistema multilateral. “Nessas condições, era urgente obter um resultado”, disse. Lamy aceitou que Doha “fracassou”. Deixemos a poeira baixar, respondeu sobre futuras atividades negociadores da OMC. Mas, explicou que “minha reação não é a de jogar a toalha”. Alfredo Chiaradía, secretário de Relações Comerciais Internacionais da chancelaria da Argentina, disse que durante a última reunião de ministros, ontem, alguns se declararam partidários de novas tentativas para ressuscitar a Rodada. Leycegui reconheceu que o México insistiu em “não jogar no lixo tudo o que se conseguira” nos nove dias de negociações. “Foi uma frustração porque pensávamos que o acordo estava muito próximo, mas faltou um pouco de compromisso político”, disse. Anne-Laure Constantin, outra especialista do IATP, falou à IPS de suas esperanças de que os países-membros da OMC encontrem outra fórmula de encarar o comércio em nível multilateral. “Uma forma que se adapte mais às novas condições do mundo e ajude os países diante da crise que enfrentam, de alimentos, energia e clima. O processo de Doha deveria se converter em uma rodada do desenvolvimento, para favorecer os países mais pobres. Por esse motivo este desenlace se converte em frustração”, disse Taaiana.Jeremy Hobbs, diretor da Oxfam Internacional, disse estar decepcionado com o ocrrido. Quando os preços dos alimentos e da energia sobem e que as perspectivas da economia mundial se mostram incertas, o número de pobres crescem sem parar, afirmou. “Por isso, um acordo comercial decente teria dado a oportunidade de prevenir o agravamento da pobreza”, disse Hobbs. Por sua vez, Aftab Alam Khan, da ActionAid, entidade dedicada à promoção do desenvolvimento, atribuiu a responsabilidade do fracasso ao Estados Unidos e à União Européia, “que não puderam pensar além dos interesses de suas empresas multinacionais, que querem se apropriar de todas as oportunidades nos mercados dos países pobres. O fato de Estados Unidos e União Européia responsabilizarem China e Índia pelo ocorrido é de fazer rir”, concluiu. (IPS).
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