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Em 4 meses, US$ 15 bi deixam o País
Investidores e empresas enviaram ao exterior US$ 15,1 bilhões nos últimos quatro meses. Em tempos de crise internacional, dólares têm deixado o Brasil para, principalmente, cobrir prejuízos nos Estados Unidos. No ano, essa saída se aproxima de US$ 20 bilhões, segundo dados do Banco Central.Esses números se referem ao saldo das operações de câmbio no segmento financeiro - investimentos, aplicações financeiras e pagamentos diversos. Os números do chamado segmento comercial do mercado de câmbio, ligado às operações de importação e exportação, continuam positivos, mas nos últimos dois meses não foram suficientes para cobrir as saídas financeiras.Em julho, o fluxo cambial fechou com resultado negativo de US$ 2,4 bilhões, o mais elevado desde dezembro de 2006. De janeiro a julho, ficou positivo em US$ 12,4 bilhões, mas o valor caiu 80% na comparação com o mesmo período do ano passado. A conta financeira teve resultado negativo pelo quarto mês seguido. Apenas em julho, US$ 5,1 bilhões deixaram o Brasil, depois de resultado também expressivo (US$ 5,6 bilhões) em maio. Economistas não têm dúvidas que os números refletem a situação externa. A crise nos EUA tem provocado prejuízos seguidos em empresas e investimentos como a bolsa de valores. Para cobrir o rombo e evitar novos tropeços com o dinheiro, agentes financeiros costumam procurar "portos seguros". Títulos do governo americano, papéis em euro e até o ouro têm sido as opções."De um lado, empresas remetem mais lucro porque enfrentam dificuldades nas sedes. Por outro, a crise aumenta a aversão ao risco e isso reduz o fluxo de recursos para o Brasil", resume o economista-chefe do Banco Safra, Eduardo de Faria Carvalho. BOLSAEntre as aplicações financeiras, a Bolsa de São Paulo (Bovespa) foi a que mais sofreu. Em julho, R$ 7,6 bilhões - cerca de US$ 4,8 bilhões - de investimentos externos deixaram o País. É quase metade do acumulado no ano, quando estrangeiros retiraram R$ 14,2 bilhões. "Esse investidor saiu de bolsa em boa parte dos mercados emergentes, foi um movimento global", diz o economista-chefe do Banco Schahin, Silvio Campos Neto.Além de o fluxo negativo para investimentos estar negativo, a balança comercial tem trazido menos dólares porque as importações têm crescido mais rápido que as exportações. Em julho, a entrada de dólares pelo comércio exterior somou US$ 2,6 bilhões, 52% menos do que em julho do ano passado. No ano, caiu 37,4%, para US$ 32,1 bilhões.
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Fernando Nakagawa. Estadáo.
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