03 de setembro de 2008
O Globo
General admite que grampo pode ter sido feito na Abin
O chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Jorge Félix, admitiu que servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) podem ter participado do grampo nos telefones do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes. Ao depor na CPI dos Grampos, o general defendeu o ex-diretor da Abin Paulo Lacerda, afastado pelo presidente Lula, mas disse que funcionários da agência podem ter feito a escuta clandestina à revelia da cúpula do órgão. E que quem teme ser grampeado deveria evitar usar o telefone: “Tecnologia antigrampo, a única efetivamente eficaz, seria não abrir a boca”. Os delegados da Polícia Federal encarregados do inquérito sobre o grampo foram apresentados ao presidente do STF – que será ouvido como testemunha no caso. Em Vitória, o presidente Lula disse que afastou a direção da Abin para mostrar que a investigação será transparente. O substituto de Lacerda será Wilson Roberto Trezza, funcionário de carreira da agência. (págs. 1, 3, 4 e editorial “Melhor cenário”)
Petróleo só em 2010, mas a eleição...
Assim como no ano de 2006, quando disputava a reeleição e anunciou a auto-suficiência em petróleo que não se concretizou, o presidente Lula comemorou com pompa o início da extração do pré-sal no Espírito Santo, onde uma camada rasa de 250 metros permitirá a produção de apenas 18 mil barris/dia. A exploração para valer, na Bacia de Santos, só está prevista para 2010 e será preciso furar dois mil metros de sal. Na solenidade de ontem, o marketing também foi minuciosamente elaborado. O presidente Lula afagou a Petrobras e disse que ela era “a mãe da industrialização” no Brasil. A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse que o país é o Sítio do Picapau Amarelo e a Petrobras descobriu petróleo atrás do galinheiro, em alusão ao “O poço do Visconde”, de Monteiro Lobato. (págs. 1, 21, 22 e editorial “Pré-sal político”)
STJ reduz pena de Pimenta, ainda solto
O Superior Tribunal de Justiça reduziu de 18 para 15 anos de prisão a pena do jornalista Pimenta Neves, condenado em 2006 pelo assassinato de Sandra Gomide, há oito anos. Desde a condenação, Pimenta jamais foi preso. (págs. 1 e 13)
TRE apreende 500 quilos de 'lixo eleitoral'
O TRE apreendeu 500 quilos de propaganda eleitoral ilegal no Jacarezinho. Foram retiradas placas de quatro candidatos a prefeito e galhardetes de vários candidatos a vereador. “Isso é lixo eleitoral”, disse o chefe da fiscalização. (págs. 1 e 12)
A prioridade de Kassab é Serra
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), disse, em sabatina no GLOBO, que tem duas prioridades: fazer o melhor para a cidade e eleger José Serra (PSDB) presidente em 2010. (págs. 1 e 8)
Aeroporto de SC terá mais verba que Galeão
Com movimento de passageiros cinco vezes menor, o Aeroporto Hercílio Luz, em Florianópolis, tem previsto no orçamento de 2009 três vezes mais verba que a do Aeroporto Tom Jobim, que recebeu R$ 11 milhões de passageiros no ano passado. A proposta encaminhada pelo governo federal ao Congresso destina apenas R$ 47,4 milhões para a reforma e a modernização do antigo Galeão. (págs. 1 e 15)
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Folha de S. Paulo
Abin tem maleta de gampo, diz Jobim
A informação de que a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) adquiriu ilegalmente maletas de interceptação telefônica, segundo afirmou o ministro Nelson Jobim (Defesa) em reunião de coordenação política do governo, foi decisiva para o afastamento do diretor da agência, Paulo Lacerda. Por lei, a Abin é proibida de fazer escutas telefônicas. A agência negou ter equipamento de escuta. Disse ter adquirido aparelhos para identificar grampos. A maleta executa ambas as funções. A aquisição, segundo a Defesa, foi feita pelo sistema de compras do governo. Na CPI dos Grampos da Câmara, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Jorge Amando Felix, negou que a Abin, como instituição, tenha grampeado o telefone do presidente do STF, Gilmar Mendes, mas não descartou a hipótese de o grampo ter sido feito por agentes. Félix disse ter determinado perícia para saber se o equipamento pode fazer interceptações. (págs. 1 e Brasil)
Lula 'inaugura' pré-sal e não fala em novas regrasSem citar a hipótese de novas regras para o setor, o presidente Lula inaugurou, numa plataforma a 112 Km da costa, a produção do primeiro paço poço a extrair petróleo da camada pré-sal. O poço fica no campo de Jubarte, na parte da bacia de Campos situada no litoral capixaba. A produção iniciada no local é experimental (18 mil barris/dia), em condições de exploração muito menos difíceis que as da bacia de Santos, que possui as maiores reservas já detectadas do pré-sal – somente no campo Tupi, são estimados 8 bilhões de barris. (págs. 1 e B1)
Frases
Eu tenho tanta sorte que acho que Deus passou por aqui e resolveu ficar. Porque a sorte aumenta a cada dia. - PRESIDENTE LULA, na solenidade de extração do primeiro óleo do pré-sal
Por isso que a água é salgada? É por causa do pré-sal? eu pensei que fosse por causa do xixi que as pessoas fazem na praia no domingo. IDEM, dirigindo-se ao diretor de Exploração da Petrobras, Guilherme Estrella
Sem dúvida nenhuma, a Petrobras achou petróleo atrás do galinheiro do Sítio do Pica-Pau Amarelo. - DILMA ROUSSEFF, ministra da Casa Civil.
Chefe interino da agência trabalhou com Daniel Dantas
Escalado para assumir interinamente o comando da Abin, Wilson Trezza já trabalhou com o banqueiro Daniel Dantas, preso na Operação Satiagraha, da PF e da qual participaram agentes da própria Abin, informa Fernanda Odilla. Trezza declarou que não se relacionava com Dantas. (págs. 1 e A7)
País tem 9.000 presos com pena cumprida
Cerca de 9.000 pessoas estão presas no país mesmo com a pena cumprida, informa Lílian Christofoletti. A maioria fica presa por falta de defensor que relate ao juiz o término da pena. Os que esperam julgamento em prisão preventiva são 133 mil, ou seja, 30% da população carcerária. (págs. 1 e A10)
Editoriais
Leia "Equilibrio peculiar", que comenta as contas externas; e "Cortina de fumaça", sobre má qualidade da gasolina no país. (págs. 1 e A2)
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O Estado de S. Paulo
Grampo acirra crise entre PF e Abin
A crise das escutas clandestinas acirrou a divisão interna no governo Lula, opondo os defensores da Polícia Federal e os da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). O ministro da Justiça, Tarso Genro, admitiu que o grampo nos telefones do presidente do STF, Gilmar Mendes, possa ter sido obra de integrantes da Abin no rastro da Operação Satiagraha. Disse que a agência “não poderá sonegar informação” no inquérito aberto para investigar o caso, sob risco de ficar com a pecha de praticar espionagem. Auxiliares do Planalto suspeitam que Mendes tenha sido alvo de gravações ilegais por ter mandado soltar duas vezes o banqueiro Daniel Dantas. Já o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Jorge Félix, saiu em defesa da Abin. “Não aceitamos a hipótese de a Abin ter feito institucionalmente a escuta”, afirmou, ao depor na CPI dos Grampos, na Câmara. Ele disse ser muito difícil que as escutas tenham sido realizadas por conta própria por algum membro da agência e elogiou o diretor afastado Paulo Lacerda: “Ele é um homem honrado, sério.”(págs. 1 e A4)
Novo chefe da agência era do SNI
Wilson Roberto Trezza, substituto de Paulo Lacerda na direção da Abin, é um dos poucos remanescentes do SNI, órgão da repressão no regime militar. Recentemente, Trezza se recusou a falar dos gastos do órgão. É considerado um agente de gabinete.(págs. 1 e A6)
Planalto fortalece Petrobras no pré-salA festa de retirada do primeiro óleo da camada pré-sal, na costa do espírito Santo, serviu para fortalecer a Petrobras. O presidente Lula disse que nada ameaça a hegemonia da estatal: “Seria como se eu acordasse um dia e dissesse que minha mãe não presta mais e quero outra. Isso não existe. Mãe é única e a Petrobras é a mãe da industrialização do País”. (págs. 1 e B1)
Alckmin quer 18 mil câmeras de segurança
O candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, Geraldo Alckmin, prometeu ontem instalar 18 mil câmeras de vídeo na cidade para combater a ação de criminosos. O tucano anunciou seu plano, inspirado em sistema de Bogotá, ao participar de sabatina promovida pelo Estado. Ele negou divergências com o governador José Serra e minimizou sua queda nas pesquisas. Alckmin se disse em melhor condição que Gilberto Kassab (DEM) de enfrentar Marta Suplicy (PT) no segundo turno. Sobre erros que cometeu quando no governo do Estado, o candidato respondeu: “Quem não erra? Só quem não faz”. Hoje, o sabatinado será Kassab. (págs. 1, A8 e A9)
Reformar a Abin e a PFAs duas principais estruturas de segurança interna se encontram mergulhadas no descalabro. Clamam por reformas para o desmantelamento dos poderes paralelos nelas enquistados.(págs. 1 e A3)
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Jornal do Brasil
Abin diz que grampos não partiram de suas máquinas
Levantamento da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) descarta o uso de equipamento do órgão para gravação da conversa telefônica entre o presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres. Com isso, ganha força no governo a hipótese de que o grampo teve origem no sistema de telefonia do Senado e não na Abin. Diretor afastado da agência, Paulo Lacerda, disse a assessores suspeitar de espionagem a serviço do banqueiro Daniel Dantas. (págs. 1, A2 e A3)
Pré-sal vai render R$ 2 trilhões até 2017, promete governo
Após a primeira extração simbólica de petróleo da camada pré-sal no campo de Jubarte (ES), o presidente Lula projetou investimentos de R$ 2 trilhões na economia até 2017. O tamanho real das reservas descobertas, porém, ainda é incerto. Estudos solicitados pelo governo para definir as regras da nova fronteira alertam para a falta de recursos para processar o petróleo. (págs. 1, A17 e A18)
Cesar Asfor Rocha assume STJ
O ministro Cesar Asfor Rocha assume hoje a presidência do Superior Tribunal de Justiça para uma mandato de dois anos. No discurso de posse, defenderá um “choque de gestão” no STJ, o fim de privilégios para a magistratura e uma reforma na legislação processual. (págs. 1 e A11)
Brasileiro crê numa vida melhor
O jovem brasileiro de 15 a 29 anos é o de maior esperança de felicidade para os próximos cinco anos, informa estudo comparativo de 133 países divulgado ontem pela Fundação Getulio Vargas. O resultado é creditado ao aumento da renda e do tempo de estudo no Brasil.(págs. 1 e A19)
TRE tira 500 kg de propaganda no Jacarezinho
Fiscais do TRE foram à favela do Jacarezinho e apreenderam 500 kg de propaganda eleitoral irregular, a maior parte da campanha de Eduardo Paes (PMDB), Jandira Feghali (PcdoB), Solange Amaral (DEM) e Marcelo Crivella (PRB). A operação foi deflagrada após a publicação de uma fotografia na capa da edição do JB do dia 28. (págs. 1 e A4)
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Correio Braziliense
A farra dos bancos na sua conta: tarifas sobem até 433%
Tirar um extrato, usar talão de cheques, transferir dinheiro de uma conta para outra. o preço desses serviços bancários básicos sofreu uma escalada e mais do que quadruplicou nos últimos seis meses. Após levantar as tabelas das principais instituições, o Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central acusa o BC de fazer vista grossa ao “tarifaço”. (págs 1 e 12)
Lula faz “inauguração simbólica” do pré-salPresidente vai à plataforma P-34, instalada na costa do Espírito Santo, e repete o gesto de besuntar as mãos de óleo para celebrar um feito no ramo de energia. Desta vez, a comemoração se deu pelo fato de a substância que melou os dedos presidenciais ter sido, segundo a Petrobras, retirada da camada de présal, a mais de 7 mil metros de profundidade, onde estão megarreservas de petróleo recém-descobertas pelo Brasil. (págs. 1 e 15)
Crise dos espiões - Governo quer culpar Dantas pelo grampo
O Palácio do Planalto iniciou ofensiva para responsabilizar o banqueiro Daniel Dantas pelo grampo clandestino feito contra o presidente do STF. A tática de Dantas seria “desestabilizar” a Operação Satiagraha, segundo o líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS). (págs. 1 e 4 A 6)
Decisão inédita - STJ manda juiz analisar união estável de gays
Como a Justiça estadual se negava a examinar processo de reconhecimento civil movido por casal homossexual, alegando que união de pessoas do mesmo sexo não é prevista em lei, Corte superior foi acionada e determinou que o caso seja examinado à luz do direito de família. (págs. 1 e 11)
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Valor Econômico
BC tira US$ 17 bi de bancos estrangeiros em um ano
Nas décadas de 80 e 90, sempre que havia uma crise internacional os bancos estrangeiros cortavam o crédito do Brasil, assim como o de outros países emergentes. Agora, acontece o contrário. Desde o início da crise atual, há cerca de um ano, o Banco Central do Brasil resgatou US$ 17,202 bilhões em depósitos feitos em instituições financeiras estrangeiras. O saque se deu para evitar perdas nas reservas internacionais em um ambiente de fragilidade do sistema financeiro mundial. O dinheiro foi redirecionado a títulos públicos de países desenvolvidos. De acordo com o Banco Central, em julho de 2007, um mês antes da eclosão da crise no mercado imobiliário americano, os depósitos em bancos estrangeiros somavam US$ 20,104 bilhões. De lá para cá, o saldo foi gradualmente reduzido e chegou a US$ 2,902 bilhões em julho. Esses depósitos, que representavam 13,7% das reservas em junho de 2007, passaram a apenas 1,5% em julho de 2008. Em nota publicada em seu balanço de junho, o Banco Central explica que reduziu os depósitos em bancos estrangeiros "por medida prudencial e temporária, motivada pelo cenário internacional de crise de crédito". O economista Roberto Padovani, do Banco WestLB, lembra que o BC mantém a política de investir em ativos de baixíssimo risco. Durante a crise, vários bancos foram rebaixados e o BC teve de rearranjar sua carteira porque as reservas só podem ser investidas em bancos com excelente avaliação de risco. Carlos Eduardo de Freitas, economista que foi da área internacional do BC na década de 80, quando o país enfrentou várias crises no balanço de pagamentos, diverte-se com o fato de que a situação tenha se invertido agora, com o Brasil sacando recursos depositados em bancos internacionais. "Estamos vivendo a experiência de ser o Bill Rodhes, só que numa posição contrária", disse, referindo-se ao ex-presidente do Citibank, maior credor do Brasil naqueles períodos turbulentos. As reservas brasileiras somavam US$ 205,2 bilhões na segunda-feira. Em julho, segundo a última informação disponível sobre os tipos de aplicação das reservas, 90,7% dos recursos estavam em títulos públicos, a maior partes dos Estados Unidos. Naquela data, 7,2% das reservas estavam aplicadas em operações compromissadas, que são empréstimos de curtíssimo prazo garantidos por títulos públicos. (págs. 1 e C1)
Indústria resiste à alta dos juros
A indústria encerrou agosto sem sinais claros de desaceleração no ritmo de produção e de encomendas. A alta da taxa básica de juros - que já soma 1,75 ponto percentual desde abril - não alterou o planejamento das empresas, ao menos por enquanto. Com vendas ainda fortes, novas contratações e pedidos antecipados para o fim do ano, vários fabricantes estão até elevando suas projeções de crescimento para 2008 - mesmo no setor de não duráveis, que registrou recuo em julho. No segmento de eletroeletrônicos e eletrodomésticos, que também registrou queda na produção em julho, os fabricantes observam recuperação da demanda. Os relatos das empresas confirmam análise do IBGE, segundo a qual o desempenho da produção industrial em julho, que avançou 1% na comparação com junho e 8,5% em relação a julho do ano passado, mostra a volta de uma tendência de crescimento do setor. (págs. 1 e A3)
Quem é o outro João do Recife
Sem nunca ter concorrido a uma eleição majoritária, pouco conhecido até dos moradores do Recife, onde pleiteia ser eleito prefeito pelo PT, o ex-secretário de Orçamento Participativo João da Costa, 47 anos, surpreende pela rapidez com que galgou as pesquisas de opinião. Ele começou a disputa sendo chamado pelos opositores de "poste", mas, pelo último Ibope, Costa, que tem três cursos universitários inconclusos, venceria já no primeiro turno, com 47% dos votos. O grande impulso em sua campanha vem de seu maior cabo eleitoral, o atual prefeito João Paulo (PT), que tem altos índices de aprovação. "Só se sabe que ele é o candidato de João Paulo. Por enquanto, isso tem bastado", diz um integrante de sua equipe. Uma vitória retumbante de João da Costa colocaria o presidente Lula numa situação espinhosa, pois fortaleceria João Paulo na disputa pelo governo do Estado em 2010, na qual deve enfrentar o governador Eduardo Campos (PSB), muito próximo do presidente. (págs. 1 e A12)
Idéias
Sérgio Leitão: decepções com os cem primeiros dias de Minc à frente do Ministério do Meio Ambiente. (págs. 1 e A14)
Idéias
Edward Amadeo: afinidades e discrepâncias entre os Bric. (págs. 1 e A15)
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Gazeta Mercantil
Pequenas auditorias avaliarão as líderes
Líderes mundiais em serviços de auditoria, as chamadas “big four” do setor — Deloitte, KPMG, PricewaterhouseCoopers e Ernst & Young — vão ter de provar de seu próprio trabalho, por determinação da nova legislação contábil brasileira, que entrou em vigor neste ano. A Lei 11.638 introduziu novos critérios para a contabilização das demonstrações financeiras das empresas. Entre as novidades, determina que as companhias fechadas de grande porte — com receitas de R$ 300 milhões e/ou ativos de R$ 240 milhões — tenham seus balanços auditados. As big four se enquadram neste critério e serão obrigadas a submeter suas demonstrações financeiras de 2008 à auditoria de terceiros.A nova lei ampliará o mercado para as auditorias menores, pois, a partir do ano que vem, cerca de 700 empresas de grande porte irão se somar às 570 companhias abertas existentes no País entre as que têm seus balanços auditados. Para as big four, embora a expansão do mercado seja um dado positivo, a exigência de ter auditados seus próprios balanços há aspectos negativos porque terão de abrir seus dados aos concorrentes, mesmo que optem por empresas menores. Segundo José Carneiro, sócio da Deloitte, “a preocupação é abrir nossos negócios aos concorrentes”. A Deloitte já está avaliando quem vai contratar e certamente não será um dos grandes, afirma. Admite, contudo, que, ao exigir que empresas de grande porte contratem auditorias, a lei foi altamente positiva para o País. “Insere o Brasil no contexto internacional e reduz o custo-país.” (págs. 1 e B1)
Meirelles defende metas de inflação
O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, defendeu ontem o regime de metas de inflação. “Pela primeira vez, o Brasil está aproveitando os benefícios da estabilidade econômica e tem condições de enfrentar a crise internacional. Estamos num momento de ajuste, de acomodação, mas algumas coisas vieram para ficar, como o regime de metas de inflação”, disse o presidente do BC durante seminário em São Paulo. No mesmo evento, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, defendeu a criação de um marco regulatório de exploração de petróleo exclusivo para o Brasil, elaborado a partir dos melhores pontos dos modelos de outros países. (págs. 1 e A7)
Grampo pode ter saído do Senado
Ganhou força ontem entre os órgãos de investigação a hipótese de que o suposto grampo no telefone do presidente do STF, Gilmar Mendes, tenha sido originado no sistema de telefonia do Senado. (págs. 1 e A8)
Judiciário
Cesar Asfor Rocha assume a presidência do STJ. (págs. 1 e A10)
Indústria
Produção sobe 8,5% sobre julho de 2007. (págs. 1 e A4)
Aneel adia edital do linhão do rio Madeira
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) postergou para o próximo dia 11 a aprovação do edital do leilão das linhas de transmissão específicas para as hidrelétricas do rio Madeira, em Rondônia, que deveria ter saído ontem. O linhão levará a eletricidade gerada nas usinas de Santo Antônio e Jirau ao mercado brasileiro. O adiamento se deu porque a Aneel decidiu esperar a posição formal do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre o assunto. A manifestação deve sair no dia 10. A agência diz que quer observar e contemplar eventuais orientações do TCU sobre o processo licitatório das linhas de transmissão. (págs. 1 e C6)
Aeronáutica
Embraer estuda produzir turboélice para enfrentar a crise do petróleo. (págs. 1 e C4)
Refino é o maior gargalo para desenvolver pré-salEstudos solicitados pelo governo federal para definir as regras do pré-sal alertam para o gargalo no refino. Mesmo com os investimentos da Petrobras previstos para o setor — nos últimos meses, a estatal anunciou a construção de pelo menos quatro novas refinarias —, o parque de refino projetado para o futuro ficará muito aquém da necessidade brasileira no período de produção do petróleo na camada pré-sal. O desejo apontado pelo governo é o de agregar valor ao óleo descoberto no pré-sal, transformando-o em derivados nobres como gasolina e diesel, que seriam vendidos para fora do País a preços bem superiores aos do óleo bruto, hoje exportado em quantidade significativa pela Petrobras.Com os aportes em refino, a estatal deve dobrar sua capacidade de processamento do petróleo, para 4 milhões de barris diários. Somente a produção de Tupi e de campos adjacentes alcançaria um volume de 5 milhões de barris/dia.Ontem, no evento que marcou a extração do primeiro petróleo da camada pré-sal, realizado no Espírito Santo, o presidente Lula defendeu a Petrobras e criticou os que dizem que a estatal “vai ser abandonada”. “A Petrobras é uma mãe para a indústria do País”, disse Lula, acrescentando que a estatal precisará de 200 plataformas e 38 sondas nos próximos anos. A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, defendeu, em São Paulo, um novo modelo de exploração de petróleo, tipicamente brasileiro. (págs. 1, C6 e A7)
Cultura do adiamento atrasa o País
No Brasil, o adiamento de prazos, a postergação de metas e determinações por parte de empresas e do governo atrasam o desenvolvimento. Esse quadro, aliado à burocracia e à elevada carga tributária, reduz o potencial produtivo e aumenta o prazo de maturação dos investimentos. Para o economista Alex Agostini, a autonomia das agências reguladoras não é devidamente reconhecida e suas decisões são questionadas na Justiça com freqüência. Além disso, o brasileiro geralmente conta com a protelação de medidas. O ex-secretário da Receita Federal Everardo Maciel comenta que ninguém acreditou quando se informou que seria a última vez que a data de entrega da declaração do Imposto de Renda seria adiada em 1995. A cultura do adiamento é um traço de comportamento dos brasileiros. Para o cientista político Ricardo Ismael, da Pontifícia Universidade Católica (PUC-RJ), as instituições brasileiras são particularmente propensas à mudança de regras, prazos e anistias. O Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), por exemplo, não consegue aplicar a norma para baixar o nível de enxofre do diesel e o governo reconhece que ela não entrará em vigor no dia 1º de janeiro de 2009. Em Pernambuco, 24 usinas de açúcar e álcool autuadas pelo Ibama por falta de licenciamento, uma exigência legal que existe desde 1981, trocaram as multas por recuperação de áreas. Para Marcio Peppe, da BDO Trevisan, “o que pesa para as empresas é o volume de novas instruções normativas, decretos e regulamentações”. (págs. 1 e A6)
Opinião
Rogério Mori: Como, em boa parte, o recuo da inflação resultou da queda dos preços dos alimentos, o processo de alta da Selic poderia ser suspenso. (págs. 1 e A3)
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http://clipping.radiobras.gov.br/clipping/novo/Construtor.php?Opcao=Sinopses&Tarefa=Exibir>
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