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segunda-feira, novembro 10, 2008

OBAMA vs. PODER DE MERCADO (LOBISMO & LOBOS)

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Para cumprir meta, Obama precisa driblar lobby do carvão


DO EDITOR DE CIÊNCIA


As mudanças vislumbradas por Barack Obama para reduzir a emissão de gases e reduzir a dependência do petróleo não serão fáceis num país cuja política energética é chamada pelo jornalista Thomas Friedman, do "New York Times", de "a soma de todos os lobbies". E no qual um lobby poderoso, o do carvão -o mais sujo de todos os combustíveis fósseis-, passou oito anos ditando as regras para o setor em Washington.
As empresas de energia e os Estados carvoeiros, como Ohio e Pensilvânia (que também são Estados sem preferência partidária definida -e, diz Friedman, isso não é coincidência), devem liderar a resistência a uma futura legislação de cotas de emissão, pressionando os republicanos no Congresso. A tática tem dado certo e impediu que a lei que prevê baixar as emissões ao nível de 1990 em 2020 passasse neste ano.
A seu favor para implementar o "New Deal verde", Obama -que ainda prevê regulações que aumentem a eficiência energética, como um padrão de consumo mais estrito para automóveis- tem a oportunidade criada involuntariamente pela crise, que reduziu a demanda por energia (e as emissões). Também conta com a imensa boa vontade que sua eleição gerou dentro e fora dos EUA e com o crescimento exponencial das energias renováveis, como a solar e a eólica.
Essas tecnologias, segundo a Agência Internacional de Energia, crescem 7,2% ao ano -mais do que qualquer outra fonte-, mas dependem de investimentos maciços em pesquisa e desenvolvimento para ganhar escala e se tornarem tão baratas quanto o carvão mineral.
Como Bush não conseguiu matar a inovação tecnológica, o motor do capitalismo americano, a dose certa de regulação estatal pode fazer dos EUA, o país mais sujo do mundo, exportador de tecnologia limpa.
"Agora energia e clima estão na lista [de prioridades], mas vamos ver como as coisas mudam até janeiro", diz Diringer. "Certamente o governo Obama terá uma posição proativa, mas as coisas não vão mudar do dia para a noite." (CA)
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http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft0911200810.htm
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