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quinta-feira, dezembro 03, 2009
OPERAÇÃO CAIXA DE PANDORA: DURVAL ''É O CARA''
DURVAL ACUSADO DE DESVIAR
R$ 432 MI
HOMEM-BOMBA ACUSADO DE DESVIAR QUASE MEIO BILHÃO | |||||||
Autor(es): Guilherme Goulart e Lilian Tahan | |||||||
Correio Braziliense - 03/12/2009 | |||||||
Por vários anos enquanto Durval coordenou a Codeplan, o GDF manteve as contratações com o argumento de que o Instituto era reconhecido como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscipe). Mesmo assim, o Ministério Público do DF considerou o esquema criminoso. De acordo com a ação, a dispensa de licitação se baseou no artigo 24 da Lei de Licitações, aplicável em casos de emergência ou calamidade pública. Não se aplicava aos contratos com as empresas de informática. Assim, o MP denunciou Durval em 12 ações penais, cinco de responsabilidade civil, duas ações populares, seis de improbidade administrativa e 12 civis públicas. Foro privilegiado Em maio de 2006, no entanto, Durval deixou a presidência da Codeplan e assumiu a Secretaria Extraordinária de Assuntos Sindicais. Ao ser alçado pela então governadora do DF, Maria de Lourdes Abadia, ao primeiro escalão do governo, passou a ter foro especial. Enquanto esteve na função de secretário, não pode ser investigado pela comissão composta por seis promotores de Justiça que desde setembro de 2005 apuravam irregularidades na terceirização de serviços prestados pelo ICS e pela Codeplan. Com a eleição de Arruda, Durval continuou no alto escalão e livre da investigação. Antes de entregar as escutas ambientais que deram início à Operação Caixa de Pandora, Durval estava à frente da Secretaria de Relações Institucionais do governo Arruda. Nos últimos tempos, porém, andava deprimido. Se ofereceu à Polícia Federal para gravar imagens do suposto esquema de corrupção e conseguiu entrar no Programa de Proteção à Testemunha do Ministério da Justiça. Passou a gravar, com escutas instaladas em sua roupa, várias conversas com integrantes do atual governo e da Câmara Legislativa do DF. Elas apontaram o esquema de pagamento de propina em troca de apoio para deputados da base aliada do governo. Escutas Durval também pressionava deputados e integrantes do Executivo com escutas telefônicas clandestinas — o meio político sempre acusou o delegado aposentado de gravar conversas sem autorização judicial. Durval chegou a ser indiciado pelo relator da CPI das Escutas Ilegais, da Câmara dos Deputados, Nelson Pelegrino (PT-BA), por suposta participação na montagem de um aparato de escutas clandestinas no telefone da casa da procuradora do Ministério Público de Contas Cláudia Fernanda de Oliveira Pereira. Ela investigou os contratos do ICS. O ex-secretário acabou, inclusive, condenado por improbidade administrativa. Na semana passada, o procurador-geral de Justiça do DF, Leonardo Bandarra, enviou ao Conselho Especial do Tribunal de Justiça do Distrito Federal duas denúncias contra Durval e Roriz por supostos crimes eleitorais da campanha eleitoral de 2002. O ex-governador acabou absolvido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas os processos na Justiça Comum permanecem. Em um dos casos, a acusação é de compra de urnas eletrônicas falsas para orientar o eleitor a votar em Roriz. Em 2008, a PF deflagrou a Operação Megabyte para cumprir mandados de busca e apreensão em sete endereços no DF e outros dois em Goiás. Entre os alvos da ação estava a casa de Durval, no Lago Sul, além de empresas de informática. A investigação envolvia suposto esquema de arrecadação de dinheiro proveniente do desvio de recursos de contratos firmados com o Executivo. No início do ano, Durval foi condenado pelo TJDF por improbidade administrativa. A 1ª Vara de Fazenda Pública determinou o ressarcimento do erário em R$ 224,4 mil, em valores atualizados desde 2002.
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Economia anual de R$ 300 milhões
Ações milionárias O ex-secretário Durval Barbosa Rodrigues responde a ações penais, de responsabilidade civil, populares, de improbidade administrativa e civis públicas. As cifras chegam a quase meio bilhão de reais. Algumas das causas não revelam os valores 1ª Vara da Fazenda Pública do DF 5 processos Total: R$ 8.433.616,56 2ª Vara da Fazenda Pública do DF 8 processos Total: R$ 120.328.101,39 3ª Vara da Fazenda Pública do DF 6 processos Total: R$ 22.371.685,77 4ª Vara da Fazenda Pública do DF 5 processos Total: R$ 94.679.632,74 5ª Vara da Fazenda Pública do DF 1 processo Total: R$ 9.282.637,53 6ª Vara da Fazenda Pública do DF 2 processos Total: R$ 2.026.282,85 7ª Vara da Fazenda Pública do DF 2 processos Total: R$ 112.754.716,08 8ª Vara da Fazenda Pública do DF 2 processos Total: R$ 21.717.068,09 1ª Vara Criminal do DF 1 processo Valor não especificado 6ª Vara Criminal do DF 1 processo Valor não especificado » Total: R$ 391.593.741,01 Corregedoria-Geral do Distrito Federal Valor: R$ 40,5 milhões » TOTAL GERAL: R$ 432 milhões ------------------
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