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quinta-feira, abril 08, 2010

RJ/NITERÓI [in:] ... SÃO AS ÁGUAS DE ABRIL...

TRAGÉDIA SE AGRAVA COM MAIS 50 CASAS SOTERRADAS EM NITERÓI

MORTE E DOR DEPOIS DA CHUVA


Autor(es):
Agencia O Globo/Antônio Werneck,
Claudio Motta,
Vera Araújo e
Waleska Borges
O Globo - 08/04/2010


Mortos no estado já são 149; Rio recebe uma das menores verbas contra enchentes

A tragédia no Estado do Rio — que até ontem à noite registrava 149 mortes — foi agravada com novo deslizamento de terra que soterrou cerca de 50 casas em Niterói. Quatro corpos foram resgatados, elevando para 83 o número de vítimas no município.

Vinte e duas pessoas foram resgatadas dos escombros. No Morro dos Prazeres, em Santa Teresa, os bombeiros lamentaram não ter conseguido salvar um menino de 8 anos, que sobreviveu por uma noite, soterrado.

Auditoria feita pelo Tribunal de Contas da União (TCU) constatou que o Rio, apesar dos temporais, ficou com apenas 0,9% das verbas do governo federal. A análise dos repasses confirmou que a Bahia foi, sem histórico ou análise de risco justificáveis, o estado mais favorecido pelo Programa de Prevenção e Preparação para Desastres (64,6% do total das verbas) na gestão do exministro Geddel Vieira Lima (PMDB), que vai concorrer justamente ao governo baiano. Mesmo que as chuvas deem trégua nos próximos dias, continuarão interditadas vias importantes como a Estrada da Grota Funda, a Grajaú-Jacarepaguá, a Linha Amarela, a Avenida Niemeyer e o Alto da Boa Vista. Moradores de condomínios e comunidades de Vargem Grande e Vargem Pequena, na Zona Oeste, ainda ontem estavam ilhados por causa do temporal de segunda-feira e da chuva que continuava caindo na região.

Número de óbitos sobe para 149, mas novo deslizamento em Niterói pode agravar muito mais a tragédia



Pelo menos quatro corpos foram retirados, no fim da noite de ontem, no deslizamento de terra do Morro do Bumba, no bairro de Viçoso Jardim, em Niterói. A informação é do secretário de Segurança Pública e Defesa Civil de Niterói, Marival Gomes. Vinte e duas pessoas foram retiradas com vida dos escombros e levadas para o Hospital Azevedo Lima, no município, inclusive duas crianças de uma creche que funcionava no lugar. Com esse deslizamento, sobe para 149 o número de mortos por causa das chuvas no estado. A tragédia deixou pelo menos 135 feridos e mais de 15 mil desabrigados.

A avalanche carregou cerca de 50 casas, e o morro foi praticamente todo abaixo. O comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Pedro Machado, não sabe o número exato de desaparecidos. De acordo com o militar, antes de o morro ter sido ocupado irregularmente, o local serviu de vazadouro de lixo, há 30 anos, e não era considerado área de risco.

No momento em que houve o deslizamento, as pessoas contaram que ouviram pequenas explosões, provavelmente de gás metano.

Segundo Machado, além dos 80 bombeiros que trabalham no resgate das vítimas, parentes e vizinhos auxiliaram nas buscas aos sobreviventes.

Também há policiais militares, técnicos da Defesa Civil do município e do estado e integrantes da Força Nacional ajudando nas buscas.

‘Está caindo tudo aqui.... Caiu tudo’

Os bombeiros utilizaram pás, retroescavadeiras e, principalmente, as mãos. A falta de energia elétrica dificultou o trabalho de resgate. Os bombeiros tiveram que usar holofotes e as luzes de um helicóptero.

Abalado, o funcionário de um supermercado, Wilder Jaime de Almeida, de 25 anos, procurava a noiva, a operadora de caixa, Poliana Carla Felizberto, de 24. Wilder contou que Poliana chegou a telefonar para ele, desesperada, na hora do deslizamento.

“Está caindo tudo aqui”, teria dito Poliana.

Ela encerrou a ligação gritando: “ Caiu tudo”. O rapaz tentou falar com a noiva de novo, mas não conseguiu.

Segundo o coronel Alves Souza, que comanda a operação de resgate, o trabalho é muito difícil, devido ao grande volume de terra: — A remoção tem que ser feita com cuidado — disse.

O jornalista Brener Lemos, morador do local, contou que tinha acabado de jantar com a família quando ouviu o barulho da avalanche, por volta das 21h. Ele conseguiu sair de casa com a família.

O secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, foi ao local e disse que o policiamento foi reforçado para ajudar no isolamento da área.

Outro lugar de Niterói onde a tragédia das chuvas se abateu com força foi o bairro de Santa Rosa. Ali, na Travessa Beltrão, 11 casas desabaram, arrastadas por uma queda de barreira.

O pintor Igor Brito de Moura, de 30 anos, perdeu três filhas — de 3, 5 e 10 anos — no deslizamento. Igor e a mulher estavam em Friburgo, na Região Serrana, quando souberam do deslizamento. As filhas do casal tinham ficado na comunidade com a avó, retirada viva dos escombros.

Sem esperanças de encontrar vivos o cunhado e o sobrinho soterrados, Arlindo da Silva Filho, de 32 anos, acompanhava desolado o trabalho dos bombeiros ontem à tarde.

— Diferentemente de um terremoto onde tudo fica seco, o deslizamento da chuva traz uma avalanche de lama e água. É muito difícil sobreviver a uma situação dessas — lamentou Arlindo contando que sua sobrinha, de 17 anos, e a cunhada morreram soterradas.

Irmã de Arlindo, Ana França era exmulher de José Carlos de Paula, de 39 anos, e tia de Márcio dos Santos Silva, de 24. Até ontem à tarde, ambos continuavam soterrados. Ana conta que, na madrugada de terça-feira, quando soube que a casa dos parentes tinha desabado tentou ir de ônibus de Caxias, onde mora, para Niterói.

No Morro dos Prazeres, em Santa Teresa, até bombeiros choraram.

Quando viu o filho Marcos Vinícius Vieira França da Mata, de 8 anos, sendo retirado morto ontem de manhã dos escombros no Morro dos Prazeres, o pai, Valmir França da Mata, não se conteve. Depois de quase 40 horas do deslizamento, chorando muito, ele tirou o corpo das mãos dos bombeiros e o abraçou.

— Meu filho, minha vida, eu te amo — gritou Valmir.

Outros parentes que acompanhavam o drama de perto também se emocionaram com o resgate, que não pôs fim à espera da família. Geucilanda da Silva, de 42 anos, tia do menino, ainda estava sob a lama e, até o fim da tarde de ontem, não tinha sido encontrada.

A morte de Marcos Vinícius engrossa a estatística das vítimas dos temporais que castigam o estado desde a segunda-feira. Niterói é a cidade que mais sofreu, registrando até agora 86 mortes confirmadas. O Rio já tem 46 mortos, enquanto em São Gonçalo há 16 mortes e pelo menos cinco mil desabrigados.

Só no Morro dos Prazeres já são 22 mortes, sendo que quatro corpos foram resgatados ontem. O sargento bombeiro Luiz Carlos dos Anjos Lira ficou inconsolável por não conseguir retirar o menino com vida.

Cheio de lama, ele abraçou Valmir.

— Era a razão da minha vida tirar este garoto hoje (ontem). Não consegui.

Era uma criança, isso toca a gente — disse o bombeiro.

Vinícius morava a cerca de 200 metros da casa onde foi soterrado.

Como lá também houve queda de barreira, a família achou mais seguro levá-lo até a casa das tias. Meia hora depois de chegar, aconteceu o desastre. Além de Geucilanda, que era professora em Niterói, a irmã dela, Ana Lúcia dos Santos, de 30, também foi atingida. Seu corpo fora resgatado pouco antes do menino.

De acordo com bombeiros, Ana Lúcia estava sentada numa cadeira e, na hora do deslizamento, o menino teria corrido em sua direção para obter proteção. Eles foram achados abraçados.

Ela era recepcionista do Hospital dos Evangélicos, na Tijuca.

— Ele jogava futebol, brincava com meu filho de 4 anos que era louco por ele. Era um bom menino. A vida continua, mas vai ser muito difícil viver sem eles — disse a tia Raquel Brito Leite Silva, que mora no segundo andar do prédio em cujo térreo o menino morava.

Durante os trabalhos de resgate anteontem, os bombeiros chegaram a localizar e conversar com Vinícius, dando esperança de que ele seria retirado com vida. Mas, no início da noite de anteontem, um deslizamento e as chuvas interromperam os trabalhos.

Bombeiros relatam, ainda, que foi detectado um vazamento de gás, o que também atrapalhou as buscas.

A família de Maria de Lourdes Barreto, que mora há 18 anos nos Prazeres, escapou por pouco da tragédia.

A casa dela foi totalmente destruída. Mas, por estar em obras, não havia ninguém no local: — Voltaríamos no domingo. Perdi 15 amigos e vizinhos.

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3 comentários:

Pod papo - Pod música disse...

É difícil não se solidarizar, não se comover com tudo isso. Estou acompanhando pela talevisão e torço para que o número de mortos pare de crescer.

MEDEIROS, Natalino Henrique disse...

Juliana! concordo plenamente. Contudo, não há como não ''cobrar'' das autoridades públicas a responsabilidade pelo não controle da ocupação das encostas (morros, mangues, alagados, etc.), principalmente quando se sabia que a área fora um lixão e que a decomposição dos detrilhos formam gás metano.
Att.
Prof. Medeiros.

MEDEIROS, Natalino Henrique disse...

E.T., ''detritos''.