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quinta-feira, julho 08, 2010

''BRAS-ILHA [In:] ... E CONTINUA O BAILE NA CORTE

...

NEM AÍ PARA O ESCÂNDALO DA PANDORA

CANDIDATOS ENROLADOS


Autor(es): Lilian Tahan
Correio Braziliense - 08/07/2010


Distritais investigados pela PF se lançam confiantes às eleições. Eles e os colegas vão ganhar R$ 3 mil por uma única sessão semanal.

Apesar de responderem a processo por quebra de decoro parlamentar, quatro distritais vão testar a boa vontade do brasiliense, concorrendo a novo mandato no Legislativo. Outros ainda estão em suspenso na disputa e um terceiro grupo não escapou da degola


Distritais que tiveram os nomes envolvidos nas investigações da Operação Caixa de Pandora não se sentiram intimidados com a repercussão negativa do maior escândalo político do Distrito Federal. Dos 10 deputados citados no Inquérito nº 650 do Superior Tribunal de Justiça (STJ), seis demonstraram disposição em enfrentar as urnas mesmo diante do desgaste da imagem pública e fizeram o registro de candidatura no Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Desses seis, quatro farão campanha enquanto tramita contra eles na Comissão de Ética da Câmara Legislativa processo por quebra de decoro parlamentar.

Aylton Gomes (PR), Rôney Nemer (PMDB), Benício Tavares (PMDB) e Benedito Domingos (PP) — além dos suplentes Berinaldo Pontes (PP) e Pedro do Ovo (PRP) — são investigados pelo Ministério Público e pelos próprios colegas de legislatura por suposto envolvimento em esquema de corrupção no qual integrantes do governo Arruda pagariam propina em troca do apoio político de parlamentares da base na Câmara. Sem condenação, o que caracterizaria um impedimento legal, esses deputados se sentem aptos para tentar a permanência no poder. Contra os dois suplentes não foi aberto processo por quebra de decoro.

A candidatura dos peemedebistas incluídos na Caixa de Pandora chegou a ser um dos pontos de divergência entre dirigentes do PT e do PMDB, quando os dois partidos negociavam uma coligação. Uma ala do PT defendia a exclusão dos políticos investigados. Mas os distritais pressionaram e conseguiram reverter a exigência. Eurides Brito ficará de fora, pois teve o mandato cassado ao ser considerada culpada por embolsar dinheiro pago por Durval Barbosa. Ela foi a única dos demais citados a ser punida pela quebra de decoro parlamentar.

Trauma
Dois meses de prisão não espantaram Geraldo Naves (DEM) da política. Ao contrário, o distrital espera se redimir do trauma com um novo mandato. De preferência, na condição de titular. Ele é segundo suplente na Câmara Legislativa, mas assumiu a cadeira de parlamentar com o strike provocado pelas denúncias de corrupção, que limaram da Casa Leonardo Prudente (sem partido) e Júnior Brunelli (PSC). Os dois renunciaram no auge da crise para escapar da cassação e não vão concorrer em outubro (leia quadro).

Naves não é investigado na Operação Caixa de Pandora. Ele, porém, se tornou um dos protagonistas do escândalo político porque foi acusado de participar de uma tentativa de suborno do jornalista Edson Sombra, considerado testemunha-chave nas investigações sobre o esquema de corrupção do DF. Para evitar que o distrital atrapalhasse as apurações, Naves foi preso na Papuda, onde permaneceu por dois meses. Enquanto esteve detido, foi expulso do DEM, mas conseguiu na Justiça garantir a legenda e o direito de se candidatar. “Não há saia justa em ser candidato. Se me recolho, estou assinando confissão, uma culpa que não tive. Não tenho que provar que sou inocente. O ônus da prova é de quem me acusa”, considera o candidato.

A Caixa de Pandora não é o único complicador de deputados interessados em manter o status de parlamentar. Cristiano Araújo (PTB) pode ser um dos políticos a cair na malha fina da Lei da Ficha Limpa. Foi condenado em 2008 e cumpriu pena de inelegibilidade de três anos. Como as novas regras estabelecem prazo de oito para as punições eleitorais, o petebista terá de lutar até a última instância da Justiça para prosseguir com a candidatura.

3441-1000 Telefone da Central de Atendimento ao Eleitor, do TRE-DF


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