A presidenciável do PT, Dilma Rousseff, reagiu ontem às acusações do adversário José Serra (PSDB) de que o MST vai invadir mais terras se ela for eleita e que o PT é ligado às Farcs afirmando que o tucano usa a tática do medo para assustar o eleitorado. Dilma chegou a exagerar: Por todo o retrospecto da vida democrática do país, este é um dos momentos dos mais desqualificados em toda a História das campanhas eleitorais depois da democratização do país. São acusações completamente infundadas, inconsequentes e irresponsáveis disse Dilma, em entrevista à rádio Difusora de Mossoró (RN), esquecendose dos aloprados do PT flagrados com malas de dinheiro para comprar um falso dossiê em 2006. E até da campanha de 1989, quando o então candidato Fernando Collor mostrou na TV Míriam Cordeiro, ex-namorada do presidente Lula, acusando-o de ter tentado obrigá-la a fazer aborto.
A petista também acusou Serra de ter escalado Indio da Costa (DEM), o vice do tucano, para fazer as acusações de ligação do PT com as Farcs, que Serra depois endossou.
Discorrendo ao longo da entrevista sobre extensa lista de obras do governo federal no Rio Grande do Norte, Dilma, mesmo fora do governo, comprometeuse com a liberação de recursos pendentes ou já garantidos no Orçamento. Um dos entrevistadores perguntou se ela assegurava as verbas para finalizar a adutora de Santa Cruz, em Apodi.
Dilma foi taxativa, falando como se ainda estivesse no governo: Eu asseguro, pois sou responsável por ela, nós colocamos ela no PAC e eu participei de todas as discussões que envolveram essa adutora. Os recursos, R$ 111 milhões do Orçamento da União, já estão em processo de liberação, e o financiamento de R$ 119 milhões está em avaliação final no Tesouro Nacional prometeu Dilma.
Em agenda em Igarassu, a 30 km de Recife onde esteve para fazer gravações para o programa eleitoral gratuito , Dilma acusou Serra de disseminar a estratégia do medo no eleitorado brasileiro e de olhar o país pelo retrovisor.
A petista repetiu que o tucano vem desqualificando o debate político. Anteontem, Serra havia dito em São Paulo que Dilma tem o apoio do MST porque, em um eventual governo seu, o movimento teria condições de fazer mais invasões, mais agitação.
Serra é um homem de uma estratégia só. Queria recordar que em 2002 ele fez a mesma estratégia com o hoje presidente Lula. Ele disse que o Brasil ia ser o caos, inclusive usou na televisão uma artista dizendo isso se Lula fosse eleito. E nós fizemos uma outra estratégia, que foi a da esperança vencendo o medo. Agora vem de novo com o mesmo método. Acredito que é extremamente inadequada a forma como o meu adversário está se comportando.
Porque ele trabalha com uma estratégia só: a do medo, do pessimismo, a de que o Brasil não vai dar certo, que as coisas vão ficar pior do que estão criticou a petista, que gravou imagens para o horário eleitoral gratuito em uma UPA.
Teremos também critérios políticos Em Recife, mais tarde, Dilma afirmou que o critério político também será adotado na escolha dos seus auxiliares diretos, caso seja eleita. Disse, no entanto, que não vai deixar de lado o aspecto técnico dos seus ministros e assessores.
Ao ser indagada sobre como reagirá à pressão dos correligionários por indicações para os cargos do governo, ela afirmou: Acho que um país como o Brasil tem que ter critérios técnicos para preenchimento dos cargos. Mas também tem que exigir critérios políticos. Não é possível pensar que não teremos pessoas técnicas para alguns cargos. Mas teremos também que ter critérios políticos, pessoas que tenham compromissos com seu povo, têm que estar ideologicamente vinculadas a ele e têm que saber que, na hora que tiverem que optar, têm que ter um lado.
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