EDITORIAL [In:] ''QUEM TEM MEDO DO VIRGINIA WOOLF ?'' *

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Lula refuga o debate com FHC. Não quer “bater boca” com ele, diz o presidente do PT

Com todo o respeito, é bem o estilão dele, embora as palavras não tenham sido proferidas por ele.

O presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, afirmou agora há pouco, que o presidente Lula “não vai ficar batendo boca” com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, referindo-se ao desafio feito ontem por FHC para que os dois conversem “olho no olho” após Lula deixar o Planalto.

A proposta de FHC, obviamente, não é “bater boca”, como vocês podem conferir aqui.

Dutra é aquele ex-senador que, perdendo as eleições para o governo de Sergipe em 2002, ganhou de Lula, com dezenas de outros derrotados nas urnas, um presentão: a presidência da Petrobrás, cujo PIB equivale a vários Sergipes e que ele dirigiu até meados de 2005.

Tentou ser senador em 2006, perdeu de novo, e desta vez, no ano seguinte, ganhou outro presente do presidente: o comando da Petrobrás Distribuidora.

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Antes, era Augusto Nunes quem desafiava Lula para um debate com FHC. Agora, quem desafia é o próprio FHC

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Amigos do blog, agora, não é mais o Augusto Nunes quem está propondo um debate entre Lula e FHC, que FHC já topou duas vezes — a primeira há oito meses, a segunda há poucos dias — e que Lula refugou.

Depois de silenciar durante uma semana, disse, por meio do ministro da Comunicação Social, Franklin Martins, que só o faria “como ex-presidente”.

Vários leitores escreveram para VEJA on-line perguntando quem era o Augusto para propor o desafio. Pois bem, agora quem desafia Lula para uma conversa “olho no olho”, e “em qualquer lugar do Brasil” não é mais o Augusto — é o próprio FHC. E exatamente com Lula na condição de ex-presidente, que Lula passará a ser a partir da tarde do próximo dia 1° de janeiro, como queria o zeloso ministro Franklin Martins.

Sei que muitos de vocês já devem ter visto a fala de FHC ontem pela TV, na internet, ou lido hoje nos jornais. Mas não resisti e entro no assunto.

SOLTANDO OS CACHORROS — Ontem, em discurso a militantes do PSDB reunidos no salão de um hotel em São Paulo, e após meses de campanha eleitoral em que esteve na berlinda, levando bordoada do PT sem que a maioria das vozes dos tucanos o defendessem ou a seu legado de governo — em atitude pusilânime, quando não covarde, que já comentei várias vezes –, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2003) finalmente soltou os cachorros.

Algumas frases:

– Estou calado há muitos anos, ouvindo. Agora, quando o presidente Lula vier, como deve vir, como todo ex-presidente democrata eleito, e perder a pompa toda, perder o monopólio da verdade, está desafiado a conversar comigo em qualquer lugar do Brasil.

– Não é para conversar para dizer o que eu fiz, o que ele fez. Isso o povo vai julgar. É para ter firmeza, olhando cara a cara, um ao outro, e ver se um é capaz de dizer ao outro as coisas que diz.

“VOTOU CONTRA O REAL, QUERO VER DIZER QUE FOI ELE QUEM ESTABILIZOU O BRASIL”

– Quero ver o presidente Lula, que votou contra o Real, que fez o PT votar contra o [Plano] Real, dizer que [foi ele quem] estabilizou o Brasil. Ele não precisa disso. Ele fez coisas boas que eu reconheço. Ele agiu bem na crise atual, financeira. Para que, meu Deus, ser tão mesquinho? É isso o que quero perguntar a ele: “Lula, por que isso, rapaz?”

Esse debate, se Lula aceitar — do que eu DUVIDO –, promete.

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http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/

15/10/2010

às 12:50 \ Política & Cia

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(*) ... Título de filme.

Who's Afraid of Virginia Woolf? (1966). Drama. Warner Bros.

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