A proposta deste blogue é incentivar boas discussões sobre o mundo econômico em todos os seus aspectos: econômicos, políticos, sociais, demográficos, ambientais (Acesse Comentários). Nele inserimos as colunas "XÔ ESTRESSE" ; "Editorial" e "A Hora do Ângelus"; um espaço ecumênico de reflexão. (... postagens aos sábados e domingos quando possíveis). As postagens aqui, são desprovidas de quaisquer ideologia, crença ou preconceito por parte do administrador deste blogue.
PENSAR "GRANDE":
[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
***************************************************
“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.
----
''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).
"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).
"Ranking'' dos políticos brasileiros: www.politicos.org.br
=========valor ...ria...nine
folha gmail df1lkrha
***
segunda-feira, agosto 29, 2011
POVO JUDEU: (Livro) by SHLOMO SAND
A invenção do povo judeu
Marcos GutermanO Estadão.
Um livro com o título acima acaba de sair no Brasil. Obra do historiador israelense Shlomo Sand, dedica-se a mostrar que o “povo judeu” que reivindicou e obteve um pedaço de terra ancestral é uma criação do movimento sionista do século 19, sem conexão com a realidade. Em resumo, ele diz que não há um “povo” judeu, mas judeus de diferentes origens, que se converteram à religião ao longo do tempo, sem relação nem remota com a Israel antiga – cuja existência é usada como justificativa para a fundação da Israel atual, estabelecendo a ideia de “retorno” a essa raiz.
Essa teoria de Sand já foi desmentida por diversos estudos genéticos, como mostra o New York Times. Há linha direta de ancestralidade entre boa parte dos judeus atuais e os que foram expulsos pelos romanos no ano 70 da Era Cristã. Uma das soluções que Sand oferece – a de que a maioria dos judeus do leste europeu, inclusive os líderes sionistas, descende dos khazares, povo de origem turcomana – já foi descartada como improvável, o que não impede que neonazistas e outros extremistas a utilizem largamente. Mas a discussão do “DNA judaico” desvia o foco do problema mais importante do livro.
A questão central é considerar que o povo judeu foi “inventado” no século 19 pelos sionistas. Não é verdade. É possível dizer que os judeus se tornaram “povo”, no sentido político do termo, no século 15, precisamente em 1492 – o ano de sua expulsão da Espanha. A partir desse momento, e com o zeloso trabalho da Inquisição, ficou claro aos judeus que, não obstante sua assimilação, eles permaneceriam sendo considerados judeus.
Ser judeu, portanto, a partir de então deixou de ser uma opção exclusivamente religiosa e passou a ser uma condição sanguínea, irrenunciável. É isso que está no centro da grande tragédia do povo judeu, a Shoah (Holocausto). Os judeus estavam perfeitamente integrados à sociedade alemã, e muitos nem sequer se viam como judeus, mas isso foi irrelevante no momento em que o Estado nazista considerou que o judaísmo não era uma religião, mas um traço nacional. Pode-se dizer, sem medo de errar, que quem “inventou” o povo judeu não foram os judeus, mas seus algozes.
É possível até especular que, se não fossem as perseguições, os judeus nem teriam necessidade de retornar a seu Lar Nacional, já que sua relação com a Israel bíblica se dava por meio de um livro, a Torá, e não de um pedaço de terra. Logo, a questão não é religiosa, mas obviamente política. A inteligência da sociedade das nações foi reconhecer a demanda dessa forma – e a escolha de Israel como lugar da realização foi natural, uma vez que a história do povo judeu começou ali e ali se manteve, com maior ou menor presença, durante três mil e tantos anos.
Mas Sand é somente mais um militante de extrema esquerda a criar “teorias” espertas para deslegitimar Israel, seguindo a ideia de que Israel representa a delinquência ocidental encravada no pobre mundo árabe, eterna vítima dos imperialistas. Seguindo a lógica de Sand, no entanto, pode-se argumentar que o “Estado Palestino” também está assentado num mito de origem, já que, como todos sabem, a “Palestina” reclamada pelos “palestinos” nada mais era do que parte da Síria. Isso não significa que eles não tenham direito a sua terra, mas, se mitos de origem deslegitimam reivindicações políticas, os “palestinos” teriam de ser incorporados à Síria ou à Jordânia.
O Estado palestino (agora sem aspas) é uma consequência natural da luta nacional palestina iniciada nos anos 60. É nisso que deve ser baseada a legitimidade de sua fundação, e não na desmoralização histórica de seus futuros vizinhos.
---
Nenhum comentário:
Postar um comentário