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quarta-feira, fevereiro 01, 2012
O PAÍS DA ''51''
Deputado flagrado ao dirigir embriagado
Autor(es): » JÚNIA GAMA |
Correio Braziliense - 01/02/2012 |
Gladson Cameli, do Acre, é levado para a delegacia depois que teste do bafômetro feito durante blitz na Asa Norte confirma a ingestão de bebida alcoólica. Por ter foro privilegiado, no entanto, parlamentar só poderá ser investigado por tribunais superiores
O deputado federal Gladson Cameli (PP-AC) foi flagrado por uma blitz de lei seca da Polícia Militar do Distrito Federal na madrugada desta terça-feira. Ele dirigia depois de ter ingerido uma quantidade de álcool considerada criminosa pela legislação. Sem se identificar como parlamentar, ele concordou em fazer o teste do bafômetro no local da fiscalização, na 504 Norte. Foi detectada uma taxa de alcoolemia de 1,14 miligrama de álcool por litro de ar expelido dos pulmões. Basta que o equipamento registre mais de 0,3 mg/l para que o condutor seja detido em flagrante, o que ocorreu com o deputado. Cameli, assim como a Mercedes Benz azul, modelo C-180 avaliada em R$ 120 mil, acabaram levados para a 2ª Delegacia de Polícia (Asa Norte), onde seria aberto um inquérito criminal. Segundo o delegado responsável pelo caso, Waldek Fachinelli, foi somente durante o depoimento prestado na unidade policial que o parlamentar informou ser deputado. Por esse motivo, o parlamentar teve de ser liberado, inclusive sem a necessidade de pagamento de fiança. "É injusto com o cidadão comum. Por causa do foro prerrogativo de função, um deputado só pode ser preso em flagrante em caso de crime inafiançável, como homicídio e estupro", criticou o delegado. Segundo Waldek, o deputado "não estava cambaleando", mas apresentava sinais de embriaguez. O investigador acrescentou que as provas do crime — exame de alcoolemia, depoimento do deputado e relato dos policiais — serão recolhidas para serem enviadas ao Supremo Tribunal Federal (STF), já que a polícia não tem autonomia para abrir investigação contra parlamentares. Isso ocorre porque, em 2007, o STF fixou posição segundo a qual a abertura de investigação contra pessoas que tenham foro privilegiado depende de autorização dos tribunais superiores. No caso de parlamentares com mandato federal, é o próprio STF que define se poderá ser aberto o inquérito. Com isso, vedou-se à Polícia Federal e à Procuradoria-Geral da República a iniciativa de promover a apuração de possíveis crimes cometidos pela categoria. Processo O deputado chegou a ingressar na comissão com um requerimento de informações às autoridades de saúde e de trânsito sobre a correta e adequada aplicabilidade da lei. A intenção, segundo a assessoria dele, era "dar a completa e definitiva interpretação da lei e não deixar lacunas onde os infratores possam se beneficiar". Caso o STF decida que há motivo suficiente para que seja aberto um inquérito, Cameli pode ser punido com multa de R$ 957, por infração gravíssima, e suspensão do direito de dirigir por um ano. Ele perde ainda sete pontos na carteira e pode responder a processo criminal por dirigir alcoolizado. O Correio tentou localizar o deputado diversas vezes durante o dia, mas não obteve retorno. No DF, um motorista é flagrado a cada 50 minutos dirigindo sob efeito de álcool diariamente. Em 2011, a fiscalização distribuiu 10.499 multas por desrespeito à lei seca, 497 a mais do que em 2010. É o maior número de autuações desde a publicação da norma. O que diz a lei Perfil |
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