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terça-feira, outubro 30, 2012
''MALANDRO É MALANDRO..." (Salvados de campanha)
DILMA FARÁ MUDANÇAS NO MINISTÉRIO
AJUSTE NA ESPLANADA |
Autor(es): PAULO DE TARSO LYRA J ULIANA BRAGA LEANDRO KLEBER |
Correio Braziliense - 30/10/2012 |
Pelo menos duas mexidas são dadas como certas. De olho na reeleição, a presidente deve entregar uma pasta para o PMDB abrigar Gabriel Chalita e outra para o PSD de Gilberto Kassab
Concluída a disputa nas urnas, Dilma prepara o terreno para a reforma ministerial. PMDB de Gabriel Chalita e PSD de Kassab serão agraciados com uma pasta cada um. Gleisi e Padilha aparecem como as apostas de 2014
A presidente Dilma Rousseff vai promover duas mudanças na Esplanada dos Ministérios para reacomodar a base após as eleições municipais e iniciar a caminhada rumo à reeleição em 2014.
Os dois novos espaços serão ocupados pelo PMDB de Gabriel Chalita (SP) e pela adesão do PSD ao governo federal. No caso de Chalita, os peemedebistas ouviram a sinalização de que ele iria para o Ministério da Ciência e Tecnologia, uma pasta ligada à área de educação e ocupada atualmente por um técnico, Marco Antonio Raupp. Para o PSD, o espaço será definido em uma conversa da presidente com o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab.
Uma das grandes vitoriosas nas urnas com a eleição de Gustavo Fruet (PDT) para a prefeitura de Curitiba, a chefe da Casa Civil, ministra Gleisi Hoffmann, permanecerá na Esplanada até 2014, quando deve retomar o mandato de senadora para concorrer ao governo do Paraná contra o tucano Beto Richa. Ela deixará o governo ao lado do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, nome cada vez mais forte no PT e no Planalto para concorrer ao governo de São Paulo.
A adesão do PSD ao governo, apesar de ser um desejo da presidente, ainda precisa ser mais bem articulada. Não existe uma pasta na Esplanada pronta para receber o partido de Kassab. Pelos corredores palacianos especula-se que a legenda poderia ocupar o ainda inexistente Ministério da Micro e Pequena Empresa, cuja criação tramita no Congresso. Três nomes são cotados: o vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos; o presidente da Confederação Brasileira da Indústria da Construção, Paulo Safady Simão; e a senadora Kátia Abreu (PSD-TO).
Nenhum dos três nomes é de fácil viabilização. Afif é o vice do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Ele sempre defendeu a manutenção da aliança com o PSDB paulista, mas Kassab já avisou que essa parceria não se repetirá em 2014. O prefeito demonstrou seu total descontentamento com o uso da máquina estadual em Ribeirão Preto para tentar eleger o deputado Duarte Nogueira (PSDB) contra a pessedista Dárcy Vera, que acabou garantindo mais um mandato. Kassab já afirmou que o PSD estará ao lado do PT em 2014 em São Paulo.
Reaproximação
A senadora Kátia Abreu é amiga de Dilma, mas expôs uma divergência com Kassab ao criticar a intervenção do diretório nacional do partido a favor da candidatura de Patrus Ananias (PT-MG) em Belo Horizonte. Mesmo que esse episódio seja superado com a reaproximação entre a senadora e o presidente do PSD, ela ainda terá que renovar o mandato em 2014, o que faria com que permanecesse na Esplanada pouco mais de um ano. "A presidente Dilma, quando escolhe um ministro, não escolhe para ser temporário, escolhe para passar um tempo e resolver os problemas", disse ao Correio um assessor palaciano.
Paulo Safady Simão também é próximo da presidente, especialmente pela atuação na implantação do Programa Minha Casa, Minha Vida. Mas como a intenção do Planalto é compensar o partido pelo "bom comportamento" no Congresso, existem dúvidas se ele seria um bom nome, pois tem um perfil mais técnico do que político.
O pós-eleição também mantém o tradicional pranto e ranger de dentes de aliados insatisfeitos. Como disse uma vez o ex-ministro de Relações Institucionais José Múcio Monteiro, "só os insatisfeitos e derrotados retornam para Brasília após as eleições para prefeito". Tanto o PMDB quanto o PT mineiro querem ser recompensados, apesar da derrota para o PSB de Márcio Lacerda. Existe uma boa vontade com Patrus Ananias, mas precisaria ser criado um espaço para ele. Ele não sofreria vetos de Fernando Pimentel (MDIC), já que Dilma selou uma paz entre ambos, promovendo a candidatura de Patrus a prefeito de Belo Horizonte e amarrando com a nome de Pimentel para o governo de Minas em 2014.
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