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quarta-feira, março 20, 2013

PETRÓPOLIS/RJ: DESCASOS. (FOCO: OBRA$ DO MARACANÃ)

20/03/2013
Tragédia na Serra: Número de mortos em Petrópolis sobe para 27

De R$ 112,8 milhões orçados para reassentamento na cidade, só 1,9% foi gasto.

Entre as vítimas, doze são crianças. Sem teto chegam a 1.463 pessoas.
O número de mortos na tragédia provocada pelo temporal em Petrópolis, na Região Serrana do Rio, subiu para 27, desde a noite de domingo. Desse total, 12 são crianças. A chuva deixou outras 18 pessoas feridas e 1.463 desalojadas. 

Dados do Sistema de Acompanhamento Financeiro do Estado obtidos pelo GLOBO mostram que, no ano passado, de uma previsão orçamentária de R$ 112,8 milhões para o programa de reassentamento da população instalada em áreas de risco, só R$ 2,2 milhões foram gastos.


Mortos chegam a 27


Do total de vítimas em Petrópolis, 12 são menores. Cidade já tem 1.463 sem teto

Diego Barreto, Sérgio Ramalho e
Selma Schmidt


Desorientado e envolto em cerca de 30 metros de corda, o jardineiro José Ventura Fernandes, de 42 anos, caminhava ontem pela manhã numa busca incessante para tentar localizar os corpos dos sobrinhos Nicolás e Letícia, de 8 e 4, de seu irmão Pedro, de 45, e da mulher dele, Cristina Malter. A família desaparecida vivia às margens do rio que corta a Favela Boca do Mato, no bairro Quitandinha, em Petrópolis. No último levantamento divulgado à noite pela prefeitura, dos 27 mortos na enxurrada que atingiu a cidade na noite de domingo e na madrugada de segunda-feira, dez eram crianças e dois eram adolescentes. Somente ontem, dos dez mortos encontrados, seis eram menores. A estimativa do comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Sérgio Simões, é que ainda haja entre quatro e oito desaparecidos. E a prefeitura de Petrópolis contabiliza 1.463 desabrigados e desalojados.

José tinha os olhos vermelhos. Estava sem dormir desde segunda-feira, quando soube que a casa onde Pedro vivia com a família fora arrastada por um deslizamento de terra. Ele não conseguia lembrar os sobrinhos sem chorar.

- O menino era muito apegado à gente - disse David, outro irmão de Ventura, que também ajudava nas buscas. - Foi uma desgraça.
O 27º corpo foi encontrado ontem à noite. Simões contou que um homem parou o carro para socorrer vítimas na localidade de Lopes Trovão e foi soterrado.

Já a aposentada Ilceli Alves Freitas, de 65 anos, conseguiu ser retirada de casa na noite de domingo pelo filho, o ambulante Paulo Roberto Alves Freitas. No entanto, foi a última vez em que o viu com vida. No meio do temporal, Paulo Roberto, de 42 anos, pegou uma enxada e partiu para ajudar os vizinhos. Acabou soterrado por um desmoronamento que arrastou pelo menos quatro casas na Boca do Mato.

- O meu filho morreu como herói, tentando salvar vidas - disse Ilceli.
Paulo Roberto vivia com a mulher, Francisca, e quatro filhas num imóvel ao lado da casa da mãe. As residências da família escaparam da enxurrada, mas foram interditadas pela Defesa Civil. Desalojados, os moradores estão abrigados numa igreja evangélica.

- Não posso nem entrar na minha casa para retirar o pouco que tenho - lamentou a aposentada, que não desgruda da bolsa preta, suja de barro, onde estão algumas roupas e seus documentos.

Outras três pessoas também morreram como heróis. Paulo Roberto Filgueiras e Fernando Fernandes Lima, agentes da Defesa Civil de Petrópolis, e o jardineiro Nilton Pereira Fonseca conseguiram salvar dezenas de vidas na Boca do Mato. No entanto, acabaram soterrados durante o trabalho de resgate.

Filgueiras, de 39 anos, fundou a ONG Anjos da Serra, que atua no resgate de vítimas de tragédias. Ele havia ingressado na Defesa Civil no início do ano.

- A satisfação dele era ajudar o próximo - contou Natali Lopes, socorrista voluntária da Anjos da Serra.

- Queremos seguir com a missão da ONG, resgatando vidas. Era isso que ele gostaria de estar fazendo - disse a enfermeira Juliana Araújo, durante o velório de Filgueiras realizado ontem.

Jardineiro costumava ajudar moradores

Morador da Boca do Mato, o jardineiro Nilton estava acostumado a ajudar quando temporais obrigavam parte da população a deixar suas casas.

- Era um herói anônimo. No domingo, ele soube que havia gente em perigo, saiu da casa dele e foi ajudar. O pessoal até brincava e o chamava de tenente Fonseca - contou o irmão mais velho de Nilton, Nelson Pereira Fonseca, de 57 anos. - Agora, vai ficar uma saudade muito grande, uma dor. Ele deixou cinco filhos e a esposa.

Outro herói da tragédia é Ricardo Correia, de 46 anos. Também funcionário da Defesa Civil, ele foi atingido por um deslizamento e se encontra em estado grave no CTI do Hospital Santa Teresa, em Petrópolis.

- Somos treinados a seguir até um determinado limite. Eles foram além. Tiveram atitude de heróis - disse o comandante da Defesa Civil de Petrópolis, tenente-coronel Rafael Simão.
Com 16 anos, outra vítima do temporal, Lucas Ladislau Santos, foi enterrado ontem. Ele e a irmã, Jade Siqueira Barbosa, de 12 anos, morreram quando a casa onde estavam, no Quitadinha, foi soterrada. Pai de Lucas e padrasto de Jade, Luciano dos Santos, de 38 anos, contou que há 20 anos quase perdeu o filho mais velho:
- Isso se repete todo ano. O meu filho mais velho tem 21 anos. Quando ele tinha 1, eu o salvei de um deslizamento. Mas dessa vez não conseguimos salvar nossos meninos. O Adriano, meu outro filho, está no hospital.
Na noite de domingo, Lucas Mateus Araújo, de 18 anos, decidiu dormir na casa da namorada, Jéssica, no bairro Alto Independência. Quando começou a cair a chuva, ele ligou para o pai, Naor Araújo. O jovem estava preocupado porque chovia e ventava demais, e o local onde estava era de risco de queda de barreiras. O pai ainda tentou convencer o filho a sair do lugar, mas, no meio da conversa, às 23h30m, a ligação caiu. Nesse momento, a casa onde Lucas estava foi atingida por um deslizamento. Ontem de manhã, Naor foi ao Alto Independência acompanhar os trabalho dos bombeiros, que buscam não só por seu filho, como também por outros moradores desaparecidos.
- Ele não saiu daqui porque não sabia para onde ir - contou Naor, desolado.

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