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terça-feira, abril 02, 2013
(...) É O CLÁSSICO: ME ENGANA QUE EU GOSTO!
02/04/2013 | |
IPI ficou menor, mas preço subiu
Entre dezembro e fevereiro, preço médio dos carros subiu entre 3,3% e 3,5%, segundo consultoria. Depois da indústria automobilística, setor de eletrodomésticos também quer volta do IPI menor.
Preço de carro subiu apesar da redução do IPI
Entre dezembro e fevereiro, altas foram de até 3,5%, diz consultoria
Ronaldo D"Ercole, Lino Rodrigues
e Marcio Beck Pouca transparência. O consumidor Ricardo Nascimento Lopes não vê vantagem no IPI menor: "Não sabemos se o desconto é do mesmo tamanho da redução do imposto" Marcos Alves SÃO PAULO e RIO
A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) ajudou a sustentar as vendas da indústria automobilística em 2012, levou milhares de consumidores às revendas, mas pouco contribuiu para deixar os carros mais baratos. Levantamento da consultoria Oikonomia, especializada no mercado automotivo, revela que o preço médio dos carros subiu 10% entre 2009 e 2011. Em 2012, mesmo com o corte de até sete pontos percentuais no IPI, os preços recuaram só 1,5%. E, entre dezembro e fevereiro, houve altas de até 3,5%.
- A indústria aumentou continuamente os preços dos carros entre 2009 e 2011, ao ponto de os preços derrubarem as vendas. E, então, se cortou o IPI. Os preços até caíram em 2012, mas pouco. O crédito mais farto, barato e com prazos maiores é que faria diferença - diz Raphael Galante, da Oikonomia. Considerando os preços médios dos modelos de uma mesma marca nos últimos meses, a consultoria identificou altas expressivas: o preço médio dos modelos da Volkswagen vendidos em fevereiro chegou a R$ 39.075, 3,3% a mais que em dezembro. No caso da General Motors, o preço passou de R$ 40.928 para R$ 42.362, salto de 3,5%. Mesmo com a prorrogação do IPI e o mercado esboçando uma reação em março - quando foram licenciados 268,3 mil automóveis e comerciais leves, 20,6% mais que em fevereiro, segundo dados divulgados ontem pela Fenabrave, que reúne as concessionárias -, especialistas e dirigentes do setor reconhecem que o efeito do IPI mais baixo nas vendas é positivo, mas limitado. Flávio Meneghetti, presidente da Fenabrave, aplaudiu a medida e disse que permitirá avanço de 3% nas vendas este ano. Mesmo com as vendas acumuladas do primeiro trimestre 2% acima das de igual período de 2012, apesar do IPI menor, a Anfavea, que reúne as montadoras, aposta num crescimento de até 4,5%. Para Cledorvino Belini, presidente da entidade, se a alíquota do IPI não fosse mantida, dificilmente a meta seria atingida. Para o presidente do Sindipeças (entidade que reúne os fabricantes de autopeças), Paulo Butori, o imposto menor trará "um leve aumento" nas vendas, pois ainda há muita restrição ao crédito no setor. Prazos mais longos e entradas menores, porém, virão somente à medida que o calote (em 6%) diminuir, observa Vadner Papa, da Consult Motors. O publicitário Ricardo Nascimento Lopes, que pesquisava preços ontem em uma revenda da Renault, em São Paulo, acredita que as montadoras são pouco transparentes no repasse do IPI menor. - Para as montadoras, que precisam vender mais, é vantajoso. Para nós, consumidores, não vejo vantagem, não sabemos se o desconto é do mesmo tamanho da redução do imposto. Quanto aos eletrodomésticos, a desoneração do IPI ajudou a reduzir em 2012 o preço de geladeiras, fogões, máquinas de lavar automáticas e tanquinhos e turbinar as vendas da linha branca. Mas, à medida que as alíquotas retomam seus níveis normais, a indústria de eletroeletrônicos já sente as perdas estimadas em até 10% nas vendas nos dois primeiros meses do ano, e seus representantes pretendem pedir ao governo que o imposto seja mantido como está, em vez de retornar em junho aos patamares anteriores. - Gostaríamos muito disso, e vamos esperar até o fim de abril para verificar o desempenho das vendas e ter argumentos para defender a manutenção dessa medida - disse o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos, Lourival Kiçula. |
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