Dirceu mantém influência, diz Frateschi
Por De São Paulo
Condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento do mensalão, o ex-ministro José Dirceu continua muito influente dentro do partido e não precisa de cargo no comando petista para fazer articulação política, segundo o secretário de Comunicação do PT, Paulo Frateschi.
Ex-presidente do partido, Dirceu está fora das chapas que disputarão o comando partidário nas eleições internas do PT deste ano, em novembro.
"Dirceu não precisa de nenhum cargo hoje para fazer política. Ele tem influência no partido muito grande, tem voz ativa dentro da maioria", disse Frateschi ontem, antes de assistir ao debate dos seis candidatos à presidência do PT, em São Paulo. Segundo o dirigente, a defesa de Dirceu será boa para o PT.
Os deputados José Genoino (SP) e João Paulo Cunha (SP) condenados pelo STF no caso do mensalão, também não participam das chapas para a direção do PT. Segundo Frateschi, Genoino disse que não teria como se dedicar à disputa partidária e Cunha afirmou que está terminando o curso de Direito e que também optou, por decisão própria, não participar da eleição petista.
O PT promove seu processo de renovação do comando partidário em meio ao julgamento do STF dos recursos apresentados pelos condenados no caso do mensalão, como Dirceu, Genoino e Cunha.
Frateschi disse que o processo de eleição interna será importante nesse momento do PT. "Vai mexer de novo com o ânimo dos petistas", disse. "É essa visão que vamos passar aos petistas: tudo bem, cometemos um delito, estamos sendo processados. Agora vamos mostrar a verdadeira face desse negócio ai, que não houve roubo, não houve dinheiro público envolvido, não houve enriquecimento de ninguém, não houve compra de votos. O que houve foi processo de caixa dois", afirmou Frateschi.
O dirigente petista defendeu que o partido vá às bases mostrar essa posição. Frateschi citou uma declaração de Luiz Inácio Lula da Silva, na qual o ex-presidente disse ter o "maior orgulho" de ser do PT e disse que irá às ruas "mostrar o que realmente aconteceu" no processo do mensalão.
Secretário-geral do PT e candidato à presidência do partido, o deputado federal Paulo Teixeira (SP) adotou um tom cauteloso e disse que o partido deve aceitar a decisão do Supremo. "Acho que o PT tem que finalmente respeitar o resultado do Supremo Tribunal Federal. Ele foi composto por membros indicados pelo governo e temos que condenar a politização", disse Teixeira, à frente do segundo cargo mais importante do partido. "A primeira fase [do julgamento] teve muita politização. Hoje há um equilíbrio maior", afirmou o parlamentar. (CA)
adicionada no sistema em: 27/08/2013 12:35 |
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