Dilma tenta frear protesto com verbas
Presidente anunciou repasses para mobilidade urbana, habitação e prevenção de enchentes em São Paulo
KARLA CORREIA
De volta a São Paulo pela primeira vez desde o início das manifestações que explodiram em junho, a presidente Dilma Rousseff divulgou, ontem, um pacote de R$ 8 bilhões em investimentos, sobretudo, na área de mobilidade urbana — justamente o setor que serviu de estopim para os protestos que tomaram as ruas do país e causaram a queda de 30 pontos percentuais em sua popularidade.
“É a primeira vez que nós anunciamos de forma concentrada, R$ 8 bilhões, e prevemos a viabilidade dessas obras começarem a ocorrer a curto prazo”, disse a presidente. Do montante, R$ 3 bilhões serão direcionados para a área de transporte público (corredores de ônibus). Outros R$ 2,2 bilhões vão para a recuperação de mananciais e águas que abastecem a capital paulista, e R$ 1,4 bilhão será investido em obras de drenagem e prevenção de enchentes. O governo federal ainda destinará R$ 1,5 bilhão em moradias do Minha Casa, Minha Vida, no reassentamento de um universo de 20 mil famílias que devem ser afetadas pelas construções na cidade.
Dilma aproveitou o discurso sobre os recursos para alfinetar o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), ao cobrar maior rapidez na conclusão das obras do metrô na capital paulista. “Nós sabemos que, ao longo das décadas de 1980 e 1990, uma das teorias divulgadas no Brasil é que o país não tinha renda suficiente para comportar metrô”, ironizou ela. Alckmin não compareceu à solenidade e apenas enviou representantes. “Como é possível ter uma cidade do tamanho de São Paulo sem metrô? Não é possível. Somos, talvez, a maior cidade do mundo com o menor sistema de metrô. Isso é uma questão muito séria. Temos que encarar e enfrentar esse desafio”, questionou.
Foco dos protestos de junho, a questão das tarifas de transporte público também foi abordada pela presidente, que enfatizou que o governo federal desonerou folha de pagamento e o PIS/Cofins das empresas do setor, para possibilitar a redução das tarifas. “Nós estamos propondo uma ampla reunião de todos os setores ligados à questão da mobilidade urbana, para discutir a planilha de cálculo das tarifas que, para vocês terem uma ideia, é de 20 anos atrás”, afirmou a presidente.
Com a popularidade em baixa, Dilma incluiu de surpresa em sua agenda uma visita ao Sindicato dos Comerciários. Ela caminhou da prefeitura até a sede da entidade e conversou com passantes no trajeto.
A agenda positiva da solenidade não impediu que a presidente fosse recebida com vaias na capital paulista, antes da cerimônia. Um grupo de funcionários da Infraero aguardava Dilma no estacionamento do aeroporto de Congonhas, e a vaiou no momento em que ela dirigia-se ao helicóptero. Parte dos servidores da estatal está em greve desde a madrugada de terça-feira.
Sarney está no Sírio-Libanês O senador José Sarney (PMDB-AP) chegou no início da tarde de ontem ao Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde continuará o tratamento de uma infecção pulmonar aguda. Ele estava internado desde domingo no Hospital UDI, em São Luís, depois de passar mal durante o casamento de uma neta. Sarney ficou internado por vontade própria, já que queria passar por uma bateria de exames que, no entanto, não apontaram nada grave no estado de saúde do ex-presidente da República e do Senado, de 83 anos. Foi a segunda vez que ele foi internado este ano. Em maio, foi medicado em São Paulo, para evitar risco de infarto.
No último boletim médico, divulgado em São Luís, que o quadro do senador apresentava melhoras clínicas significativas. Ele deixou o hospital e seguiu direto para São Paulo, onde chegou por volta das 14h. No final da tarde, o Hospital Sírio-Libanês divulgou nota afirmando que o político continuará o tratamento iniciado no Maranhão. Sarney é atendido pelos médicos David Uip e Roberto Kalil.
adicionada no sistema em: 01/08/2013 12:30 |
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