Empresa anuncia usina de biodiesel no Paraná:A Brasbiofuel, do italiano Daniele Panicci e do brasileiro Oséias Alves da Cruz,
vai construir o que promete ser uma das maiores indústrias para produção de biodiesel no Paraná. Com investimento de R$ 480 milhões, a nova indústria contará com quatro unidades, que deverão ser construídas nos próximos quatro a cinco anos.
A primeira delas será instalada em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba, e
deverá produzir 360 milhões de litros de biodiesel por ano a partir de janeiro de 2008.
A segunda também será instalada no Paraná, porém o local ainda não está definido -
a região de Apucarana, norte do Estado, é uma forte candidata. As outras duas ainda estão em processo de estudo, mas é grande a possibilidade de que pelo menos uma seja em
Santa Catarina - entre as possibilidades estão Imbituba e Itajaí, especialmente por conta do porto. A meta é que as quatro unidades juntas produzam anualmente 1,5 bilhão de litros de biodiesel. O projeto da nova indústria foi apresentado ontem à tarde à imprensa e, à noite, a empresários, representantes políticos, instituições financeiras e organizações ligadas ao agronegócio. De acordo com o diretor presidente da Brasbiofuel, Daniele Panicci,
é grande o desequilíbrio entre oferta e demanda de biodiesel no mundo. “A produção é de aproximadamente 8 bilhões de litros por ano, enquanto a demanda é de 35 bilhões”, apontou. Trabalhando com biodiesel há 12 anos na Itália - onde possuía uma empresa do ramo -, Panicci decidiu apostar no Brasil, principalmente pela característica agrícola do País. A Brasbiofuel foi constituída há oito meses e tem como sócios Panicci e Cruz - cada qual com participação de 50%. O investimento de R$ 480 milhões, segundo Panicci, é 60% de capital próprio e 40% financiado em bancos internacionais, entre eles o Deutsche Bank e o Credit
Suisse. O biodiesel a ser produzido pela nova indústria utilizará o girassol como matéria-prima. Pelo menos nos dois primeiros anos, a semente de girassol será importada da Ucrânia. “Há pouca oferta de semente de girassol no mercado interno”, justificou Panicci. A indústria deve usar cerca de 1 bilhão de toneladas de matéria-prima por ano, ao passo que em todo o Brasil a oferta de girassol é de no máximo 150 milhões de toneladas. Segundo o diretor industrial Oséias Alves da Cruz,
a idéia é incentivar o cultivo de girassol no Paraná. Para tanto, estão sendo formadas parcerias com entidades como a Fetaep (Federação dos Trabalhadores da Agricultura no Estado do Paraná), Ocepar (Organização das Cooperativas do Paraná), Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), Iapar (Instituto Agronômico do Paraná), entre outros.
A idéia é incentivar o cultivo de sementes de girassol de qualidade. Em troca, a indústria irá oferecer aos produtores rurais a garantia de compra e o apoio técnico. Além do girassol, a empresa estuda a possibilidade de usar
outras matérias-primas, como o algodão, a canola e o pinhão manso. A nova indústria deve empregar 400 pessoas de forma direta e mil de forma indireta. A princípio,
grande parte do biodiesel que será produzido no Paraná terá como destino o mercado externo. A italiana Agip já assinou contrato de intenção de compra. No contrato, a multinacional pediu que fossem estabelecidos seis anos de fornecimento do biodiesel, de 360 milhões de litros por ano. “A primeira planta já tem garantia de compra”, destacou Panicci, referindo-se à produção da unidade de Araucária. Além da empresa italiana, já assinaram contrato de intenção de compra com a Brasbiofuel a norte-americana First Americana Petroleum, a holandesa Petrogas e a suíça Europe Oil. Os acordos somam R$ 660 milhões, que correspondem a 420 milhões de litros já garantidos em contrato.
A médio prazo, porém, a idéia é vender 50% para o mercado interno e 50% para o externo, afirmou Panicci. O biodiesel que será produzido em Araucária será escoado pelo Porto de Itajaí (SC), uma vez que a especialidade do Porto de Paranaguá é granel. [
Lyrian Saiki Paraná Online].
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