PENSAR "GRANDE":

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quinta-feira, maio 17, 2007

DOLAR EM QUEDA: "LIVRE" OU "FORÇADA"?

Dólar chega a R$ 1,95; veja como a queda pode afetar sua vida .

O dólar comercial despencou 1,46% e fechou a quarta-feira cotado a R$ 1,954 para venda. A queda refletiu na Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo), que encerrou o pregão com alta de 2,41%, em novo patamar recorde de 51.737 pontos. A desvalorização da moeda norte-americana ante o Real já reflete no bolso do consumidor e faz cair os preços de eletroeletrônicos, produtos alimentícios e passagens aéreas. A queda acentuada desta quarta-feira ocorreu após mais uma agência de classificação de risco, a Standard & Poor's, ter elevado a nota do Brasil. Na semana passada, a Fitch Ratings já havia aumentado seu indicador. Para tentar deter a alta de hoje, o Banco Central realizou um leilão de 'swap reverso cambial', equivalente a uma compra de dólares no mercado futuro. No meio da tarde, o BC realizou um leilão de compra da moeda, mas não conseguiu deter a queda da moeda norte-americana. No acumulado deste ano, o dólar já sofreu perdas de quase 9%. Entre os fatores que podem explicar a desvalorização estão os sucessivos recordes da balança comercial; o diferencial de juros domésticos e internacionais, que atrai capital financeiro para o país; e a perspectiva de que o país seja considerado mais seguro para investir, à medida em que agências especializadas em classificação de risco de crédito melhorem sua avaliação pública sobre o Brasil. O consumidor tem sentido no bolso as vantagens da valorização do real em relação ao dólar, principalmente no segmento de eletroeletrônicos e em alguns produtos alimentícios. Nos itens analisados pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), o celular foi o que teve a queda mais acentuada, sob a influência do dólar, com redução de 73% no preço nos últimos três anos, e de 22% nos últimos 12 meses. A depreciação da moeda americana também ajudou a derrubar o preço de outros campeões de venda do segmento, como a TV, que ficou 32% mais barata nos últimos três anos e 14,6% considerando a comparação entre maio de 2006 e o mês passado. As viagens para conhecer a Disneylândia, que foram esquecidas pela classe média por um tempo, voltaram a ficar em alta. Na Trade Tours, uma das representantes oficiais da Disney no Brasil, o valor do pacote, com passagem aérea e seis noites de hospedagem, caiu de R$ 4.778, em 2004, para R$ 4.068 neste ano. O financiamento, com a redução das taxas das administradoras de cartão de crédito, também ficou mais elástico, com o pagamento passando de duas para cinco parcelas. Se a tendência de queda do dólar continuar, a agência prevê crescimento de 40% no fluxo de passageiros para o destino em 2007 no confronto com 2006. No comparativo do ano passado, com relação a 2005, a alta tinha sido de 13%. A Bovespa fechou com forte alta de 2,41% e registrou novo patamar recorde de 51.737 pontos. O volume financeiro movimentado também foi histórico: R$ 4,87 bilhões. A desvalorização do dólar torna a Bolsa mais "cara" para os investidores estrangeiros, hoje os maiores responsáveis pelos recordes consecutivos das ações. Para profissionais do mercado, no entanto, o que pode ter mantido os "estrangeiros" no pregão foi a expectativa de novas valorizações. A queda do dólar também afeta a balança comercial e, portanto, o desempenho de grandes empresas exportadoras, algumas delas entre as principais companhias de capital aberto do país, com forte influência sobre os rumos da Bovespa, a exemplo da Vale do Rio Doce. da Folha Online, Tatiana Resende, da Folha de S.Paulo.

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