A proposta deste blogue é incentivar boas discussões sobre o mundo econômico em todos os seus aspectos: econômicos, políticos, sociais, demográficos, ambientais (Acesse Comentários). Nele inserimos as colunas "XÔ ESTRESSE" ; "Editorial" e "A Hora do Ângelus"; um espaço ecumênico de reflexão. (... postagens aos sábados e domingos quando possíveis). As postagens aqui, são desprovidas de quaisquer ideologia, crença ou preconceito por parte do administrador deste blogue.
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quinta-feira, maio 24, 2007
OPERAÇÃO "OCTOPUS": DE NAVALHA EM NAVALHA...
Investigações da Operação Octopus, que deu origem à Operação Navalha, revelam que a máfia das obras avançou na própria Polícia Federal. Grampos, fotos e filmagens indicam que o dono da Construtora Gautama, Zuleido Soares Veras, buscava dentro da PF a sustentação para o esquema de corrupção, direcionamento e superfaturamento de obras públicas. Por meio do ex-superintendente da PF na Bahia Joel Almeida de Lima e do advogado e lobista Francisco Catelino, Zuleido teria criado uma rede de amigos importantes na polícia. Desses contatos a quadrilha obteria informações sigilosas, chegando a marcar data e local para depoimentos, e receberia orientação de como se posicionar durante uma investigação. Curiosamente, foi a PF um dos órgãos públicos que alimentaram o crescimento da Gautama. A empreiteira recebeu da corporação cerca de R$ 70 milhões para construir seus prédios em Brasília e São Paulo. O relatório parcial da Operação Navalha diz que foram identificadas ligações entre um grupo de empresários especializados em fraudar licitações e policiais, apontando “indícios de prática de crimes de corrupção passiva, violação de sigilo funcional e prevaricação”. A lista envolve nomes de peso na PF, como os dos então superintendentes no Ceará, João Batista Paiva Santana, em Sergipe, Rubem Patury, e na Bahia, Paulo Bezerra, atual secretário de Segurança do Estado, assim como o do delegado regional Antônio Cesar Nunes, hoje superintendente na Bahia. Procurados na quarta-feira, eles não foram localizados. Lima e Catelino são apontados como responsáveis pelos “atos de corrupção ativa”, servindo como ponte entre os empresários e policiais de vários Estados. As investigações acabaram frustradas após o vazamento de informações de dentro da PF. Numa das escutas telefônicas, Lima e Catelino acertam a transferência de um depoimento que Zuleido teria que dar à PF em São Paulo. Em 30 de setembro, por exemplo, Zuleido pergunta a Lima se recebeu o documento em que é convocado para depor na PF. Lima diz: “Já está tudo resolvido. Eu já tratei ontem com a escrivã Cida, em Brasília, e você vai ser ouvido aqui. Pode ficar tranqüilo que não precisa comparecer dia 3.” No mesmo diálogo, Zuleido relata que um empresário parceiro seu teria sido convocado para depor em São Paulo: “Eu queria ver como poderíamos fazer para orientá-lo, mesmo que por telefone.” Lima responde: “Por telefone é complicado.” Outro relatório da PF revela pedidos de dinheiro para Zuleido: “Em 2 de dezembro de 2005, Patury solicitou R$ 7 mil para sua festa de posse como superintendente.” Exemplo da participação da PF no esquema é visto em uma das conversas entre Zuleido e o ex-delegado Joel de Almeida Lima. Poderia ser só um diálogo de instrução entre advogado e cliente, mas na verdade é uma aula de como um empresário suspeito deve se comportar durante uma oitiva policial para não levantar suspeitas.
No dia 30 de setembro de 2005, Zuleido liga para Joel e lê as perguntas que serão feitas a um empresário paulista parceiro em seus negócios, que havia sido intimado a depor. Depois de falar quais perguntas seriam feitas (sabe-se lá, como foram obtidas), Joel dá sua aula: "se ele recorda dos fatos: ele tem que dizer que sim, porque se ele participou do evento (licitação) ele não vai negar porque senão vai ficar parecendo que tá dirigido. Tem que dizer que recorda que participou em tal época, tratando de tal obra; Se ele se recorda dos fatos: Como não foi coisa pequena, se ele dizer que não se recorda, eu acho até capcioso; Se ele lembra do nome da vencedora: Evidentemente, ele tem que dizer que sim, porque se ele recorda dos fatos, recorda da vencedora; Se ele recorda do tipo de direcionamento: ele tem que dizer que não porque foi um processo lícito em que todos participaram em igualdade de condições e a que teve melhor preço foi a que venceu". Joel conclui a aula orientando para que o parceiro mantenha a calma: "quando o delegado for para as perguntas finais é que ele tem que ter o equilíbrio para não se desesperar. Qualquer coisa não me recordo e não sei. Coisa que sabe e está na dúvida que vai dar complicações, não me recordo, não sei, para não comprometer nem um nem outro. Não precisa de detalhes porque é sempre comprometedor". Estadão, Ricardo Brandt e Tiago Décimo.
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