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segunda-feira, setembro 10, 2007
GOVERNO LULA & OPOSIÇÃO [In:] "FÁCIL, EXTREMAMENTE FÁCIL..."
No primeiro semestre de 2007 o governo Luiz Inácio Lula da Silva conseguiu ditar o andamento das votações no Congresso de seu interesse com apoio não só da base, mas também de partidos da oposição como o DEM, o PSDB e até o PSOL. Levantamento feito pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) mostra que tanto na Câmara como no Senado há um distanciamento entre o que dizem e o que fazem alguns dos principais partidos da oposição. Nas 12 votações nominais do Senado, entre 2 de fevereiro e 16 de julho deste ano, parlamentares do DEM e do PSDB seguiram orientação de voto do líder do governo em 58,3% das vezes. Entre os senadores , apenas o do PSOL e o do PRB (cada um tem apenas um parlamentar na Casa) votaram contra o governo em mais de 50% das vezes. O líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN), afirmou que o fato de os parlamentares aprovarem mais da metade dos projetos não significa alinhamento. "A recomendação do voto pelo sim é feita em cima de acordos de mudança de texto em que o DEM negocia a inclusão de pontos de seu interesse nas propostas em discussão", explicou. Segundo Agripino, o índice de solidariedade dos partidos deve ser medido em casos de temas conflitantes, como foi a Medida Provisória 232, que ampliava a carga tributária para empresas prestadoras de serviço, a qual enfrentou dura resistência na Casa. "Mas nos outros casos é produto de interesse. Não é que o partido está seguindo a orientação do governo ou está submisso." O líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), também afirmou que não há apoio ao governo. "Muitas dessas matérias são assuntos que nós apoiávamos e eles do PT eram contra e agora voltaram a discutir." Segundo Virgílio, no Senado, se governo quiser aprovar suas propostas "goela abaixo", não vai conseguir. "As propostas são aprovadas porque o governo negocia conosco e são feitas modificações nos textos", disse o líder tucano, repetindo argumento de Agripino.De acordo com ele, o caso envolvendo o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), é a prova de que a oposição tem força equilibrada com o governo dentro da Casa. Na Câmara, só 4 dos 20 partidos representados (DEM, PSDB, PPS e PTC) foram contra a orientação da liderança do governo em mais de 50% das votações. Entre os deputados do DEM e do PSDB o comportamento é menos governista do que no Senado. Das 101 votações nominais realizadas no período, o PSDB acompanhou o governo em 34,6% dos casos e o DEM em 25,7%. Já o PSOL, que se posiciona como a oposição mais radical, acabou votando conforme a orientação do líder do governo em 54,4% dos casos. O líder do PSOL, Chico Alencar (RJ), afirmou que "o partido faz oposição programática e não sistemática" ao governo. Alegou ainda que o primeiro semestre não pode servir de parâmetro para análises." Por enquanto, como não houve nenhum grande embate demarcatório, eles conseguiram levar em banho-maria, mas agora que começaram as votações importantes, como a da CPMF, é que vamos ver", disse Alencar.Na avaliação do líder do PSOL, "a base é materialista" e o governo terá problemas para manter o apoio nas votações relevantes. "Só temos até agora votações de medidas provisórias", argumentou. "Não fazemos oposição burra. Apesar de repudiarmos esse sistema de governar por MPs, a maior parte delas trata de questões sociais que já chegam consumadas. Isso não significa apoio." Ricardo Brandt, Estadão.
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