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quinta-feira, outubro 04, 2007

GOVERNADOR/MT/BLAIRO MAGGI: MEIO AMBIENTE

Maggi propõe moratória para toda a Amazônia

BRASÍLIA, 4 de outubro de 2007 - O governador de Mato Grosso, Blairo Maggi, propôs uma moratória para a plantação de qualquer cultura na Amazônia por cinco anos. Ele sugere que sejam paralisadas todas as atividades agrícolas, até mesmo os 20% que são autorizados por lei, com exceção do setor madeireiro de base, com plano de manejo florestal já aprovado. A sugestão do governador foi feita ontem durante o lançamento do Pacto Nacional pela Valorização da Floresta e pelo Fim do Desmatamento na Amazônia, na Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados. Maggi ainda destacou que, apesar de ter sido chamado de "Nero da Amazônia", seu estado vai assinar o pacto. Ele defendeu que os estados compreendidos na região invistam na ampliação das estruturas de fiscalização. "Vamos arrumar tudo o que tem para arrumar e depois voltar a discutir a expansão de cultivos nessas áreas", afirmou. O pacto tem como meta reduzir o desmatamento em 100% nos próximos sete anos de forma gradual. A queda seria de 25% nos dois primeiros anos até chegar 100% no fim do período. Para alcançar a meta, as nove organizações não-governamentais que propõe o pacto sugerem que anualmente sejam investidos R$ 1 bilhão. Esses recursos seriam destinados a um fundo de gestão e viriam do orçamento público e da iniciativa privada. De acordo com a ambientalista Mara Régia, o pacto propõe a criação de instrumentos normativos e econômicos de valorização das florestas em pé. Ela explica que a população responsável pela preservação e aqueles que tiram seu sustento da terra passariam a contribuir através do chamado pagamento por serviços ambientais. Além disso, o pacto sugere a criação de incentivos para utilização de áreas que já foram desmatadas, proposta que vai ao encontro do zoneamento da cana-de-açúcar, que será anunciado em junho de 2008 pelo Ministério da Agricultura. As ações de fiscalização e controle da mata também seriam fortalecidas. "Nossa proposta prevê a atração de investimentos nacionais e internacionais, por isso, o BNDES é fundamental para criar as estruturas para receber esses investimentos", disse Mara Régia. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse que há quatro anos as preocupações com a Amazônia eram básicas, "mas devido às mudanças implementadas pelo governo", foi possível chegar à elaboração do pacto. O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, declarou apoio à iniciativa. (Alexandra Bicca - Gazeta Mercantil). 0410

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