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terça-feira, dezembro 18, 2007

LULA/MORALES: OS NEGÓCIOS VÃO BEM, OBRIGADO!!!

Brasil vai investir US$ 1 bi na Bolívia


Com a promessa de investimentos de até US$ 1 bilhão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que Brasil e Bolívia iniciam "uma nova fase em suas relações", estremecidas com a nacionalização dos ativos da Petrobrás, em maio de 2006. Em cerimônia para assinar nove acordos de cooperação, Lula e o presidente da Bolívia, Evo Morales, trocaram afagos e se comprometeram a aprofundar a integração entre os dois países. Em seu discurso, o presidente brasileiro defendeu sua atuação após a tomada das unidades da Petrobrás. "Esses acordos respondem àqueles que pregavam o distanciamento, o congelamento das relações. Respondem àqueles que defenderam o enfrentamento. Nós respondemos com a cooperação", disse Lula. Para o presidente, o Brasil tem obrigação de ajudar a Bolívia, para "reduzir as assimetrias na região". "Vejam a União Européia: quantos bilhões de euros não foram gastos para ajudar Espanha, Portugal e Grécia a crescerem?" Os acordos no setor de petróleo foram fechados no último momento, com algumas reviravoltas nas reuniões realizadas durante o fim de semana. Depois de rejeitar a proposta brasileira, os bolivianos voltaram atrás, em reunião liderada por Lula. Estava em jogo o destino do gás produzido em novos projetos da Petrobrás. A estatal conseguiu incluir uma cláusula que lhe garante o direito de vender a maior parte da produção ao exterior, a preços mais atrativos, enquanto os bolivianos queriam priorizar o mercado interno, onde os preços são subsidiados. Embora o volume de recursos anunciados gire entre US$ 750 milhões e US$ 1 bilhão, a Petrobrás vai investir, no início, pouco menos de US$ 300 milhões: US$ 260 milhões na expansão dos campos de San Alberto e San Antonio e outros US$ 36 milhões na perfuração de um poço exploratório no bloco de Ingre. O restante dos recursos prometidos, porém, depende dos resultados da atividade exploratória, disse o presidente da companhia, José Sérgio Gabrielli. Petrobrás e a estatal local YPFB vão se unir ainda na busca por petróleo em três blocos pertencentes aos bolivianos, com a possibilidade de criação de uma empresa para desenvolver os projetos. Em tom mais ameno do que o adotado desde que assumiu, Evo Morales disse que nunca pensou em expulsar as companhias brasileiras. "Nós precisamos de vocês", afirmou, dirigindo-se a Gabrielli. "Mas queremos sócios, não patrões", repetiu.O presidente boliviano frisou que vai garantir a rentabilidade de novos investimentos no país. "Sabemos que qualquer investimento tem de ser retorno. Não só retorno, tem de ter direito ao lucro. Vamos garantir e respeitar qualquer empresa que queira atuar aqui."
Estadão, Nicola Pamplona. Foto capa edição. 1812.

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