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terça-feira, março 25, 2008
ECONOMIA (OFERTA DE CRÉDITO): PÉ-NO-FREIO?
Inflação
Mantega afirmou ainda que não há um processo inflacionário preocupante no Brasil. Segundo ele, a pressão vem de fora, como os preços internacionais das commodities, mas, mesmo assim, disse o ministro, é possível que a crise externa ajude a baixar esses preços. Em entrevista, Mantega disse que a pressão sobre os preços no mercado doméstico também deve diminuir, em função da entrada da safra agrícola, que deve provocar uma queda nos preços dos alimentos. O ministro afirmou que não há uma preocupação do governo com inflação neste momento. "A preocupação é com o futuro", disse Mantega, que, em seguida, declarou que não vê risco de inflação, "nem para agora nem para 2009 nem para 2010". Segundo ele, quando o governo se preocupa em aumentar os investimentos, é para aumentar a oferta de produtos em 2009 e em 2010. "É uma preocupação positiva, de quem está vivendo um momento muito favorável. Ao contrário dos nossos colegas nos Estados Unidos e na Europa, que querem evitar que o nível de atividade caia", afirmou Mantega.
Juros
O ministro da Fazenda, apesar de se manifestar preocupado com o atendimento da demanda no futuro para evitar uma pressão inflacionar, não quis comentar a possibilidade de o Comitê de Política Monetária (Copom) vir a aumentar a taxa básica (Selic) de juros no País. Mantega relatou que, na reunião dos ministros da Coordenação Política com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, hoje, no Palácio do Planalto, não foram discutidas medidas concretas de redução do crédito. Segundo ele, um dos itens desse encontro é sempre o cenário internacional, que, na sua avaliação, continua ruim. "A crise é séria, mas não tem repercussão no Brasil, mas isso não quer dizer que não tenhamos que ter uma posição de atenção, de precaução", disse Mantega. Ele contou que, na reunião da coordenação, fez uma avaliação das medidas cambiais que entraram em vigor na semana passada para incentivar as exportações. "É muito cedo para saber a repercussão dessas medidas, mas a liberação das exportações (isenção de IOF) foi bem recebida pelo mercado", afirmou o ministro. Acrescentou que a cobrança de IOF sobre capital estrangeiro em aplicações de renda fixa é positiva e deve surtir os efeitos desejados. "Mas ainda é cedo para avaliarmos. Temos que esperar o comportamento da economia", disse Mantega. Renata Veríssimo e Fabio Graner, da Agência Estado. 2503.
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