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quinta-feira, abril 24, 2008

ALIMENTAÇÃO: O "PF" (PRATO-FEITO) ESTÁ MAIS CARO

Depois do feijão, arroz é novo vilão dos preços

Depois de sofrer o impacto da alta do feijão nos últimos meses, o consumidor começa a sentir no bolso o peso de outro produto básico na mesa do brasileiro, o arroz. Nos últimos 30 dias, o produto já aumentou 15% nos supermercados e deve ter novas altas nas próximas semanas. No acumulado de 12 meses até março, nos supermercados de São Paulo, o feijão subiu 168,44%. Mas teve queda de preço de 12,34% no mês anterior. “Do fim do ano passado para cá, o arroz vinha subindo em marcha lenta e até março estava com alta acumulada em torno de 5%. Mas, nas últimas semanas, deu um salto e deve subir mais”, prevê o vice-presidente da Associação Paulista de Supermercados (Apas), Martinho Paiva Moreira. O preço médio da saca do produto em abril ficou em R$ 65. Em março, era de R$ 57,70. A alta dos preços do arroz não é exclusividade brasileira – o produto também sobe lá fora. Segundo o diretor da RC Consultores, Fábio Silveira, a demanda mundial explodiu, principalmente na Ásia, onde ele é muito consumidor, e há escassez do produto. O Brasil, embora seja produtor, não teve uma safra muito boa para elevar os estoques domésticos diante de uma economia aquecida. “Os dois países que nos abastecem para equilibrar a oferta, Argentina e Uruguai também elevaram seus preços .” O resultado desse cenário, diz Silveira, é escassez e alta de preços.
Restrição às exportações
Temendo o desabastecimento do produto no mercado interno, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, informou, nesta quarta-feira (23), que o Brasil suspendeu temporariamente a exportação de arroz. “O Brasil é auto-suficiente em arroz e tem um pequeno estoque de excedente, mas, para a segurança do abastecimento nos próximos seis a oito meses, quando tiver o período da entressafra, as exportações foram suspensas”, declarou Stephanes. O país havia recebido a solicitação de países africanos e sul-americanos para a venda de cerca de 500 mil toneladas de arroz. Os maiores produtores mundiais, localizados na Ásia, paralisaram as exportações, causando um desequilíbrio na oferta mundial, conforme explicou o ministro da Agricultura. “A questão do arroz é um fenômeno novo. Vamos acompanhar o movimento dos maiores produtores mundiais. Com o preço favorável, é possível que haja um aumento na produção e que a situação do abastecimento seja sanada até o ano que vem. Com base nisso é que vamos tomar outras providências no Brasil”, completou Stephanes. No atacado, segundo levantamento da RC Consultores, em abril o preço do arroz subiu 23% em relação a abril do ano passado e está 20% acima de dezembro. Na comparação com março, a alta é de 14%. “O arroz pode ficar em alta algum tempo, mas a demanda tende a se ajustar e os preços devem cair”, prevê. Do G1, com informações da Agência Estado. 2404.

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