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quarta-feira, abril 30, 2008

INDÚSTRIA/INFLAÇÃO: REAJUSTE DE PREÇOS vs. NEGOCIAÇÕES

Negociação de reajustes é intensa nas indústrias

A indústria enfrenta pressão crescente de custos, o que tem levado a negociações intensas entre fabricantes de bens finais e fornecedores. Parte dos reajustes deve chegar ao consumidor nos próximos meses. A diferença entre a inflação acumulada no atacado e no varejo aumentou de 2,7 pontos em abril de 2007 para 7,4 pontos (ver gráfico) neste mês, considerando os dados do IGP-M.
A pressão ficou evidente no Índice de Preços Industriais no Atacado (IPA-Industrial), que subiu 1,37% em abril, variação mais alta desde novembro de 2004, quando o avanço foi de 1,87%. Em abril, 49% dos itens industriais registraram aumentos de preços, mas as maiores altas estão concentradas em alimentos elaborados, derivados de petróleo, produtos químicos e bens metalúrgicos. As usinas siderúrgicas de aços planos - entre elas ArcelorMittal Tubarão, CSN e Usiminas-Cosipa - preparam novos aumentos para maio e junho, depois de terem aplicado, em março, reajustes entre 3,6% e 13,5%. No próximo bimestre, os reajustes já comunicados às distribuidoras variam de 5,26% até 15,98%. Na lista estão aços usados tanto na construção civil como em automóveis e linha branca. Cristiano Freire, presidente do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço, diz que ainda há espaço para um terceiro reajuste no mercado doméstico no terceiro trimestre. Pressionados pelos reajustes no aço, os setores automotivo e eletroeletrônico atravessam um momento delicado de renegociação de preços com fornecedores. "Estamos em processo de discussão com os clientes. Temos motivação inclusive para pleitear reajustes no mercado externo, porque o aumento do aço é um fenômeno internacional", diz André Bevilácqua, supervisor de controladoria da fabricante de autopeças Fupresa. As pressões também estão presentes nos derivados de petróleo. Até março, a nafta petroquímica subiu 14,7% em dólar. "As negociações de preços estão duríssimas", diz José Ricardo Roriz Coelho, presidente da fabricante de embalagens plásticas Vitopel. (Valor Econômico, págs. 1 e A6).

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