A proposta deste blogue é incentivar boas discussões sobre o mundo econômico em todos os seus aspectos: econômicos, políticos, sociais, demográficos, ambientais (Acesse Comentários). Nele inserimos as colunas "XÔ ESTRESSE" ; "Editorial" e "A Hora do Ângelus"; um espaço ecumênico de reflexão. (... postagens aos sábados e domingos quando possíveis). As postagens aqui, são desprovidas de quaisquer ideologia, crença ou preconceito por parte do administrador deste blogue.
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sexta-feira, julho 25, 2008
REPORTAGEM ESPECIAL: REVISTA VEJA"
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Ipojuca/PE
De Pernambuco para o mundo
O Porto de Suape inaugura um novo ciclo de riqueza na economia nordestina.
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Inaugurado em 1984, Suape foi planejado para operar em associação com um complexo industrial, concepção idêntica à dos terminais de Marselha, na França, e de Kashima, no Japão. O potencial logístico, as vantagens fiscais e a mão-de-obra barata atraíram setenta empresas nos primeiros anos de funcionamento do porto. Para o fabricante de veludos Corduroy, o terceiro maior do mundo, foi fundamental instalar uma fábrica na área industrial de Suape. Mais perto da Europa e dos Estados Unidos, ela entrega uma encomenda à clientela em vinte dias, quarenta a menos que seus concorrentes asiáticos. Ainda assim, o potencial do terminal foi subaproveitado. Em 2005, o governo iniciou dois grandes projetos que lhe deram mais consistência econômica. Um deles é a refinaria Abreu e Lima, da Petrobras, que dará auto-suficiência em diesel ao Brasil.
Também determinante para o sucesso de Suape foi sua escolha para sede do maior estaleiro do Hemisfério Sul, das empreiteiras Camargo Corrêa e Queiroz Galvão. O Atlântico Sul já tem encomendas de doze petroleiros, que só serão concluídos em 2014. Para atender a sua demanda e à de outras fábricas, a CSN construirá no local uma siderúrgica de 6 bilhões de dólares. A industrialização está mudando as relações de trabalho e a sorte de uma população. O destino das vizinhas de Masilda de Souza, de 36 anos, foi o canavial. Ela só escapou dele porque seu pai tinha uma venda. Adulta, sobreviveu vendendo roupa de cama de porta em porta. Carregava diariamente um fardo de 15 quilos. "Sofria com o sol e dores nos braços, mas dizia: ainda vou trabalhar em Suape." Há sete meses, o Atlântico Sul a contratou porque ela obteve um dos primeiros lugares num concurso com 5 000 candidatos. Antes chamada de Masilda do Lençol, ela é, agora, "a mulher do estaleiro".
Casos como o de Masilda mostram que Suape está fazendo em Pernambuco uma revolução comparável à produzida pela cana-de-açúcar no século XVII. Até os anos 90, pensava-se que o futuro do porto estava atrelado apenas ao desenvolvimento industrial. Ele está se convertendo em escoadouro de soja. A ferrovia Transnordestina o conectará às regiões produtoras do grão no Nordeste. "Suape mudará a matriz econômica de Pernambuco", diz o economista Osmil Galindo, da Fundação Joaquim Nabuco. Os investimentos desembocam no porto de Ipojuca por causa de sua situação privilegiada. Seus 15 metros de calado e seu canal de 300 metros de largura comportam a maioria dos grandes cargueiros do mundo. Bem abrigados, os cais permitem a atracação sob quaisquer condições de tempo. Por causa dessas características, além da ampla área de retroporto e dos equipamentos modernos de que dispõe, Suape é considerado o melhor terminal público do país.
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