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sábado, janeiro 24, 2009

EDITORIAL: ... E NA POLÍTICA...

...
PT divulga nota condenando ataques à Faixa de Gaza

O Partido dos Trabalhadores divulgou hoje (5) nota oficial condenando a ofensiva do exército de Israel contra o território palestino. Assinado pelo presidente do PT, Ricardo Berzoini, e pelo secretário de Relações Internacionais, Valter Pomar, o texto diz que os ataques israelenses, que já causaram milhares de vítimas e centenas de mortes, além de danos materiais, "só podem ser caracterizados como terrorismo de Estado".

"Não aceitamos a 'justificativa' apresentada pelo governo israelense, de que estaria agindo em defesa própria e reagindo a ataques", diz a notas. Para o PT, atentados não podem ser respondidos através de ações contra civis. "A retaliação contra civis é uma prática típica do exército nazista: Lídice e Guernica são dois exemplos disso."

A nota, além de condenar os ataques, também dispara contra Israel. "O governo de Israel ocupa territórios palestinos, ao arrepio de seguidas resoluções da ONU. Até agora, conta com apoio do governo dos
Estados Unidos, que se realmente quiser tem os meios para deter os ataques", afirma.

Para os petistas, a ofensiva armada contra a Faixa de Gaza só deve aumentar o ódio popular contra os Estados Unidos e seus aliados no Oriente Médio. No fim da nota, o PT reafirma seu "apoio integral" à causa palestina. (Mário Coelho)

Leia a íntegra da nota:

"PT condena ataques criminosos

Os ataques do exército de Israel contra o território palestino, que já causaram milhares de vítimas e centenas de mortes, além de danos materiais, só podem ser caracterizados como terrorismo de Estado.

Não aceitamos a "justificativa" apresentada pelo governo israelense, de que estaria agindo em defesa própria e reagindo a ataques.

Atentados não podem ser respondidos através de ações contra civis. A retaliação contra civis é uma prática típica do exército nazista: Lídice e Guernica são dois exemplos disso.

O governo de Israel ocupa territórios palestinos, ao arrepio de seguidas resoluções da ONU. Até agora, conta com apoio do governo dos Estados Unidos, que se realmente quiser tem os meios para deter os ataques.

Feitos sob pretexto de "combater o terrorismo", os ataques de Israel terão como resultado alimentar o ódio popular e as fileiras de todas as organizações que lutam contra os EUA e seus aliados no Oriente
Médio, aumentando a tensão mundial.

O Partido dos Trabalhadores soma sua voz à condenação dos ataques que estão sendo perpetrados pelas forças armadas de Israel contra o território palestino e convoca seus militantes a engrossarem as
manifestações contra a guerra e pela paz que estão sendo organizadas em todo o Brasil e no mundo.

O PT reafirma, finalmente, seu integral apoio à causa palestina.

Ricardo Berzoini
Presidente nacional do PT
Valter Pomar
Secretário de Relações Internacionais do Partido dos Trabalhadores
"

http://congressoemfoco.ig.com.br/Ultimas.aspx?id=26049

ATUALIZADA EM:05/01/2009


Federação Israelita do Estado de SP se posiciona sobre a nota do PT

A Federação Israelita do Estado de São Paulo, entidade que representa a comunidade judaica do referido estado, recebeu com indignação a nota do Partido dos Trabalhadores (PT) relativa ao conflito no Oriente Médio.

Em primeiro lugar, jamais este partido se manifestou contra os ataques do grupo terrorista Hamas contra o território israelense, que acontecem há anos, inclusive durante o cessar-fogo, que jamais foi respeitado por esta milícia.

Jamais este partido se manifestou contra o assassinato de 400 civis em apenas dois dias no Congo, nem com a “limpeza étinica” que vitimou mais de 100 mil pessoas em Darfur.

Israel, como um país soberano tem todo o direito de se defender de ataques terroristas. Israel não atacou os palestinos.

O sul de Israel vem sendo quase ininterruptamente bombardeado pelos Hamas há 7 anos e o Exército não tem respondido para evitar congelar os progressos nos acordos de paz realizados com a Autoridade Palestina (oposição do Hamas). Israel retirou-se da Faixa de Gaza há 3 anos num gesto de paz e os ataques pioraram, pois o Hamas ficou mais próximo da fronteira israelense. Após uma breve trégua utilizada pelo Hamas para se fortalecer e se armar, os ataques palestinos se intensificaram. Nestas circunstancias Israel iniciou o contra-ataque atual para evitar os lançamentos de mísseis. Qualquer país no mundo faria o mesmo para se defender, no entanto, todos condenam Israel com o termo “Nazistas” ou “Massacre” num claro jogo sujo e baixo de desinformação e manipulação.

Convocar seus militantes a se manifestarem causando a importação do conflito é um erro crasso. O PT, como partido que governa este país, em seus 30 anos de existência deveria se preocupar mais em contribuir para um processo de paz duradouro e eficaz na região ao invés de jogar gasolina em uma história que desconhece.

http://www.fisesp.org.br/express/index.php/site/view/federacaeo_se_posiciona_sobre_a_nota_do_pt/

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CONIB responde ao Partido dos Trabalhadores

PRESIDENTE DA CONIB SE MANIFESTA DIRETAMENTE AO PRESIDENTE E A LIDERANÇA DO PT


Prezado Deputado Berzoini,

Causou-nos profundo espanto o teor do comunicado assinado por V. Exa., em nome do Partido dos Trabalhadores, relativamente ao atual conflito no Oriente Médio. Isto acontece, não só por se tratar de um manifesto de um Partido que se inspira nos ideais de justiça social, mas sobretudo por partir de uma pessoa por quem nossa comunidade guarda respeito e estima. A nota não leva em conta os fatos que ocorrem no Oriente Médio e, particularmente, na Faixa de Gaza, atendo-se apenas a questões recentes e de forma tendenciosa, sem levar em consideração fatores históricos de longo prazo.

Deputado Berzoini:

Se existem resoluções da ONU desrespeitadas, há que se retroagir seu exame a 1947, quando o eminente brasileiro Oswaldo Aranha conduziu a assembléia que deu origem ao Estado de Israel. Naquela época, a partilha da Palestina previa a criação de dois Estados, o que jamais foi aceito pelas linhas mais radicais do movimento palestino, como é o caso do Hamas, organização considerada terrorista também pela União Européia e pelos Estados Unidos. A afirmação de que o apoio a Israel restringe-se aos Estados Unidos não condiz com a realidade. Nem os países árabes, nem a própria Autoridade Palestina – legítima autoridade em Gaza, de onde foi expulsa pelo Hamas - até o presente momento, não tomaram atitudes drásticas contra Israel, assim como inúmeros países da Europa, que qualificaram a ação israelense como um movimento de legítima defesa. A comparação da resposta dada por Israel, após seguidos meses de ataques feitos pelo Hamas com morteiros e foguetes que mataram civis na região de Sderot, demonstra parcialidade e desconhecimento dos fatos.

É direito de toda nação garantir as condições de segurança de seus cidadãos e exigir que seus vizinhos tenham um comportamento adequado. Israel retirou-se da Faixa de Gaza em 2005 e, de lá para cá, vem se confrontando com o Hamas que se nega a reconhecer a existência do Estado de Israel, promovendo ações contra civis e não aceitando acordos feitos anteriormente com os próprios representantes palestinos. Assim, não restou alternativa senão responder com a força, contra quem não deseja dialogar, mas prega a extinção de um Estado membro da ONU, o que, até o momento, não foi objeto da atenção de seu Partido. Também, estranhamos o fato de o senhor, líder de um Partido surgido na luta contra a ditadura militar, alinhar-se no Oriente Médio às forças políticas da região que recusam a democracia.

Rejeitamos ainda sua comparação de qualquer movimento por parte de Israel com o exército nazista. Convido-o a conhecer um pouco da Historia dos campos de extermínio. Ali, as minorias assassinadas não carregavam morteiros e nem foguetes, não detinham conhecimento de técnicas terroristas nem se escondiam atrás de civis, de forma covarde, como fazem os líderes do Hamas. Muito pelo contrário, eram pessoas absolutamente desprotegidas que, por conta de um mundo que ficou em silêncio e que não tinham para onde ir, pagaram com suas vidas apenas pelo fato de terem nascido judias. Israel tem o direito de se defender e nós, cidadãos do mundo, o dever de lutar pela paz. E, para haver paz faz-se necessário que ambos os lados se respeitem e se aceitem, o que não é o caso do Hamas.

Cordialmente,

Cláudio Luiz Lottenberg
Presidente CONIB

http://www.fisesp.org.br/express/index.php/site/view/conib_responde_ao_partido_dos_trabalhadores/

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