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quarta-feira, agosto 05, 2009
BRAS-ILHA: SENADO E GERAIS
Collor ganha parabéns até de Lula
Lula parabeniza Collor | ||||||||
Autor(es): Daniel Pereira e Tiago Pariz | ||||||||
Correio Braziliense - 05/08/2009 | ||||||||
Desde o início da crise, o presidente da República opera para blindar Sarney. Com isso, espera estreitar os laços do PMDB com a candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. E, ao mesmo tempo, afastar o maior partido do país da corte feita por PSDB e DEM, que estão à frente da operação “fora, Sarney”. Ontem, Lula repetiu a Collor esse raciocínio. Aproveitou ainda para pedir ajuda na CPI da Petrobras. A meta é manter a comissão sob controle, a fim de impedir prejuízos nos investimentos da empresa e na candidatura da “mãe do PAC”. “Neoaliado” de Dilma, Collor está fechado com o Planalto também nessa queda de braço, conforme colegas do PTB.
O presidente do Conselho de Ética do Senado, Paulo Duque (PMDB-RJ), já decidiu o que fazer com parte das denúncias contra Sarney. A tendência é arquivar as cinco primeiras sob argumento de que não configuram quebra de decoro parlamentar. Duque anunciou ontem que pretende apresentar suas conclusões hoje, mas os defensores de panos quentes no caso apostam que a reunião será adiada. Para isso, lembram que, na mesma hora da audiência no colegiado, está previsto um discurso de defesa do presidente do Senado. Os primeiros pedidos de investigação abordam a relação de Sarney com as decisões sobre nomeação, exoneração e pagamentos de benefícios que não foram publicadas nos boletins do Senado. Os aliados do senador alegam que esse é um “erro administrativo” da antiga diretoria da Casa. Há também questionamento sobre a atuação do neto José Adriano Cordeiro Sarney, filho do deputado Zequinha Sarney (PV-MA), como intermediador de crédito consignado na Casa. Os defensores do arquivamento sustentam que o senador não pode ser responsabilizado por atos do parente. O PSDB pede também investigação sobre suposta irregularidade no desvio de R$ 1,3 milhão de patrocínio da Petrobras à Fundação José Sarney, constituída para manter um museu com acervo da época em que ele era presidente da República (1985-1990). Sarney disse não ser responsável pela administração da instituição.
Hoje, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), tem no senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) um dos fiéis aliados para se manter na cadeira mais alta do Congresso. A crise que sacode a Casa e testa a resistência do cacique maranhense mostrou-se como oportunidade para fechar feridas. Os dois já foram fortes adversários. Na época em que Sarney era presidente da República (1985-1990), Collor cumpriu o papel que o senador Pedro Simon (PMDB-RS) tem protagonizado atualmente. Na campanha eleitoral de 1989, nenhum candidato defendeu o governo vigente de Sarney, mas Collor o atacou tanto que o então presidente chegou a cogitar entrar com uma ação por crime contra a honra. Quando era governador de Alagoas, Collor acusou Sarney de tentar “bater a carteira da história” por tentar estender seu mandato por mais um ano. Mesmo com tal desavença no passado recente, ambos reconstruíram laços. Collor age para sustentar Sarney como presidente do Congresso Nacional. Vê nesse movimento uma possibilidade de se reerguer, de reconstruir sua imagem. O senador alagoano argumenta que, assim como ele, José Sarney é vítima de uma campanha difamatória da imprensa.
Protesto contido
Missões de Duque O presidente do Conselho de Ética, Paulo Duque (PMDB-RJ), prometeu apresentar hoje o parecer sobre as cinco primeiras denúncias referentes à crise que assola o Senado. Quatro são relacionadas ao presidente José Sarney (PMDB-AL) e uma pesa contra o líder do PMDB, Renan Calheiros (AL).
Desvio Consignado Próximos capítulos |
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