PENSAR "GRANDE":

***************************************************
[NÃO TEMOS A PRESUNÇÃO DE FAZER DESTE BLOGUE O TEU ''BLOGUE DE CABECEIRA'' MAS, O DE APENAS TE SUGERIR UM ''PENSAR GRANDE''].
***************************************************


“Pode-se enganar a todos por algum tempo; Pode-se enganar alguns por todo o tempo; Mas não se pode enganar a todos todo o tempo...” (Abraham Lincoln).=>> A MÁSCARA CAIU DIA 18/06/2012 COM A ALIANÇA POLÍTICA ENTRE O PT E O PP.

----

''Os Economistas e os artistas não morrem..." (NHMedeiros).

"O Economista não pode saber tudo. Mas também não pode excluir nada" (J.K.Galbraith, 1987).

"Ranking'' dos políticos brasileiros: www.politicos.org.br

=========
# 38 RÉUS DO MENSALÃO. Veja nomes nos ''links'' abaixo:
1Radio 1455824919 nhm...

valor ...ria...nine

folha gmail df1lkrha

***

terça-feira, março 23, 2010

VALE DO RIO DOCE/MINÉRIO DE FERRO [In:] A MÃO VISÍVEL...

VALE REAJUSTA MINÉRIO DE FERRO EM 114%

VALE REAJUSTA PREÇOS E ADOTA NOVO SISTEMA


Autor(es): Vera Saavedra Durão, do Rio
Valor Econômico - 23/03/2010

A Vale enviou documento a seus clientes em todo o mundo comunicando a adoção de um novo sistema de preços, denominado Iodex (IronOre Index). No mesmo comunicado, a mineradora já informa a nova tabela do minériode ferro a vigorar no segundo trimestre. O preço do minério tipo sinterfeed Carajás, de maior teor de ferro, sobe para US$ 122,20 a tonelada FOB (posto no porto da Vale), valor que é 114,38% superior ao preço de referência de US$ 57 vigente no mesmo período do ano passado.

A Vale enviou este mês documento aos seus clientes do mundo inteiro comunicando a adoção de um novo sistema de preços, o IODEX (IronOre Index) em alternativa ao "benchmark", acompanhado de uma nova tabela de preços do minério de ferro a vigorar no segundo trimestre do ano. O preço do minério do tipo minério fino (sinter feed) de Carajás, de maior teor de ferro, sobe para US$ 122,20 a tonelada FOB (entregue em portos da Vale), correspondendo a um aumento de 114,38% acima do preço de referência de US$ 57 vigente no ano passado. O novo preço vai vale para o período de abril a junho. O IODEX passa a vigorar a partir de 1º de abril, quando tem início o ano fiscal dos países asiáticos.

No comunicado, ao qual o Valor teve acesso, a Vale explica que a nova tabela de preços foi elaborada tendo por base o preço de referência de US$ 125,90 - a média da tonelada do minério no bimestre janeiro/fevereiro, calculada pela fórmula do Índice Platts, o mais antigo do mercado, que leva em conta US$ 4,56 pelo teor de 62% de ferro do minério e frete de US$ 18,58 a tonelada.

Foto Destaque

O Platts é um índice americano que tem por base o mercado à vista na China e leva em conta um teor básico de ferro do minério de 62% e retira do cálculo final o valor do frete. Ou seja, o sistema calcula o preço FOB do minério para o cliente, que terá de arcar com o transporte até o destino final do produto.

Fontes do setor siderúrgico criticaram a iniciativa da Vale, que levou a nova sistemátiva para apresentá-la à seus clientes, que consideraram que este "fato consumado" tolhe a discussão dos preços e do novo sistema de precificação do minério da maior produtora do insumo no mundo.

Os interlocutores afirmaram ainda que a Vale usou no cálculo, com referência no IODEX/Platts para calcular os preços vigentes a partir do segundo trimestre, um valor de frete de US$ 18,58 entre Brasil e China, bem abaixo do preço do frete do mercado (atualmente na faixa de US$ 29 a tonelada embarcada). O fato torna o preço do minério fixado pelo modelo IODEX mais caro, pois o desconto do frete é menor do que o valor do mercado.

As críticas se estendem ainda ao prêmio pela qualidade do minério que é somado à média do mercado à vista chinês no período de vigência dos preços. Isso porque a cada 1% a mais no teor de ferro do minério é acrescido US$ 4,56. Assim, o preço do sinter feed Carajás que foi fixado em US$ 122,20 a tonelada FOB para o segundo trimestre, leva em conta um p rêmio pela qualidade do minério de US$ 22,28 por tonelada, já que este tipo de minério tem um teor de ferro de 66,89%.

"O preço de referência do bimestre de US$ 125,90 a tonelada do minério é para o tipo com 62% de teor de ferro. Ou seja, a Vale vai cobrar mais US$ 4,56 para cada ponto percentual adicional de ferro. Além do que, isto dificulta às siderúrgicas fazer o cálculo do novo preço", destacou um especialista em mineração.

O comunicado da Vale sepulta definitivamente o benchmark, que a companhia defendia até 2008, quando acabou adotando preços com desconto para seus clientes e até mesmo vendendo no spot por conta da crise global que paralisou as atividades da indústria do aço na Europa e no Japão e manteve a Vale refém das vendas chinesas. Hoje, a referência do mercado spot de minério é muito elevada no mercado transoceânico onde a Vale detém 30% dos negócios. Em 2000 esta referência era zero, como destaca um relatório do Credit Suisse, divulgado ontem.

Ao explicar a seus clientes porque está enterrando o benchmark a Vale se baseia justamente nesse movimento do mercado. Hoje a demanda por minério é avaliada em 1,032 bilhão de toneladas, ante uma oferta de 1 bilhão. "O insaciável apetite por minério de ferro por parte da China criou um crescente mercado spot, que vem ganhando importância dia após dia", destaca o documento da Vale. A mineradora traça um cenário de stress que viveu com a crise para justificar a medida. "A Vale foi a mineradora mais afetada dentre os maiores fornecedores de minério de ferro no mercado transoceânico". Em 2008, a companhia embarcou 296,2mihlões de toneladas de minério, ante 247,3 milhões de toneladas em 2009, ou seja, menos 16,5%., argumentou a Vale.

De acordo com o jornal "Financial Times", edição de ontem, as mineradoras mundiais e as siderúrgicas japonesas tinham já chegado a acordo preliminar para substituir o sistema de preços do minério de ferro, que existe há 40 anos e é baseado em contratos anuais e longas negociações, com os contratos de curto prazo ficando ligados ao mercado à vista. "Há um entendimento de ambos os lados para passarmos a preços trimestrais", afirmou um alto executivo envolvido nas negociações. "As negociações não são mais sobre contratos anuais".

As mineradoras, entre as quais estão a Vale, a BHP Billiton e a Rio Tinto, e as siderúrgicas Nippon Steel, JFE, Sumitomo Metals e Kobe, ainda precisavam resolver obstáculos significativos para chegar a um acordo final, segundo o executivo. "O entendimento é o sinal mais claro até agora do fim do sistema anual tradicional, em meio às pressões das mineradoras por uma mudança", destacou o jornal inglês. O executivo disse que um acordo final poderia ser anunciado até o fim do mês. "Estamos falando de semanas, não meses". Por outro lado, ainda eram visto muito distante um acordo com as usinas siderúrgicas da China e Europa.

Pelo sistema tradicional do minério de ferro, o primeiro preço acertado entre uma mineradora e um siderúrgica torna-se referência para o resto da indústria por um ano. Como o custo do minério de ferro afeta os preços siderúrgicos e, no fim das contas, o custo dos produtos em geral, a definição do preço referencial vem sendo uma das mais importantes negociações sobre o custo das commodities.

As siderúrgicas, conforme a reportagem, enfrentariam custos mais altos se passassem a usar preços trimestrais ligados ao mercado à vista. O atual preço à vista, de US$ 143,80 por tonelada é, quando ajustado pelo custo do frete, mais do que o dobro dos US$ 60 firmados no acordo anual de minério de ferro para o ano 2009-2010, que se encerra em abril.

Ontem, em Bruxelas, a associação europeia da indústria siderúrgica, Eurofer, anunciou que pedirá aos reguladores antitruste da União Europeia para que avaliem se a Vale está abusando de sua posição dominante, afirmou o diretor-geral da organização, segundo relato da Reuters.

A Eurofer, cujos membros incluem ArcelorMittal e ThyssenKrupp, pode encaminhar reclamação formal à Comissão Europeia ainda esta semana, disse o diretor-geral da entidade, Gordon Moffat. "Encaminharemos uma queixa contra a Vale por abuso de domínio de mercado. Nosso argumento não é tanto sobre o aumento de preços, mas a mudança nos termos dos preços e propostas para uma alteração no preço anual para preços de mercado à vista", afirmou. "Mudar unilateralmente os termos em contratos sem negociação pode ser considerado abuso de posição de mercado", acrescentou.

Nenhum comentário: