No "JN", ela afirma que fato de não ter deixado governo na época não significa conivência
A senadora Marina Silva, candidata do PV à Presidência, disse ontem que ficou indignada com o escândalo do mensalão em 2005. O fato de não ter saído do governo, segundo a candidata, que na época chefiava o Ministério do Meio Ambiente, não significa que tenha silenciado ou sido conivente.
"Não foi conivência e também não foi silêncio. Eu sempre dizia que era condenável, que deveria ser investigado, que deveriam ser punidos todos aqueles que praticaram irregularidades", afirmou.
A relação entre a permanência de Marina no governo e o escândalo foi um dos principais assuntos da entrevista de 12 minutos que ela concedeu ontem ao Jornal Nacional da TV Globo. "Em nome do público", o apresentador William Bonner insistiu três vezes para que a presidenciável explicasse o fato de ter continuado no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e filiada ao PT - principal partido envolvido no escândalo. Ele quis saber se o desconforto ético alegado por Marina não fora suficientemente forte para levá-la a se afastar do cargo.
"Foi forte sim", respondeu a candidata. "Mas eu sabia que estava combatendo por dentro. E que conseguiria ser vitoriosa."
Mais adiante ela fez questão de lembrar que em sua vida política sempre combateu a corrupção. "Acho que a corrupção é o pior câncer da sociedade. E ninguém pode se vangloriar de ser honesto. Para mim, ser honesto é uma condição do indivíduo, de qualquer pessoa, onde quer que ela esteja."
Marina foi a segunda entrevistada da série do Jornal Nacional com os principais presidenciáveis. Na segunda-feira o lugar ao lado de Bonner e Fátima Bernardes havia sido ocupado pela candidata do PT, Dilma Rousseff. Hoje será a vez do tucano José Serra.
A senadora explicou que deixou o governo em 2008, quando constatou que não contava com apoio suficiente para levar adiante a política ambiental que defendida. "Eu era minoria no combate das questões ambientais. Não encontrava o apoio necessário."
A entrevista de ontem começou com uma pergunta que tem sido recorrente nos encontros entre jornalistas e a candidata do PV: como ela pretende governar se seu partido não conseguiu formar aliança sequer para disputar o pleito presidencial?
Ela respondeu repetindo o que tem dito desde o início da campanha: pretende aproximar o PT e o PSDB, os partidos que hoje polarizam a disputa política no País. "Quero governar com os melhores, criando um diálogo entre PT e PSDB", afirmou.
Segundo dados preliminares do Ibope na medição de audiência instantânea da Grande São Paulo, o Jornal Nacional obteve na edição de ontem média de 30 pontos (cada ponto corresponde a 56 mil domicílios na região). Durante a edição toda, foi sintonizado por 48% dos televisores ligados no horário (share).
A edição de segunda-feira, quando Dilma foi entrevistada, obteve 33 pontos na audiência preliminar. Na audiência consolidada, calculada pelo Ibope apenas no dia seguinte, com possibilidade de oscilar 1 ponto para cima ou para baixo, a edição com Dilma teve 32 pontos e 50% de share.
Altos...
1. Empenhou-se em concluir seus raciocínios, mesmo sob pressão dos entrevistadores
2. Seguiu a recomendação de assessores de usar roupas claras, para suavizar a imagem
3. Tentou demonstrar que desenvolvimento econômico e respeito ao meio ambiente são conciliáveis
...e Baixos
1. Questionada sobre alianças políticas e quadros para compor seu governo, não citou um nome sequer
2. No início da entrevista, adotou discurso monotemático, falando apenas de meio ambiente
3. Com tom de voz monocórdio, deixou de fazer modulações capazes de enfatizar pontos do discurso |
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