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terça-feira, agosto 03, 2010

ORIENTE MÉDIO: ETERNO CONFLITO ?

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É inevitável a guerra no Oriente Médio?

Autor(es): Volker Perthes
Valor Econômico - 03/08/2010

A história mostra que as tensões no Oriente Médio raramente se dissolvem com o passar do tempo

Foto Destaque

Fuad Siniora, ex-ministro do Líbano, é um homem ponderado que tem profunda experiência na política do Oriente Médio. Então, quando ele fala de "trens sem condutores em rota de colisão", como fez recentemente, as partes interessadas deveriam preparar-se para situações indesejáveis. Ninguém na região está chamando para guerra. Mas está se intensificando um clima pré-guerra.

Quatro fatores, nenhum deles novo, mas cada um, individualmente, desestabilizador, estão se somando: falta de esperança, políticas governamentais perigosas, um vácuo de poder regional e a ausência de mediação externa ativa.

Pode ser reconfortante o fato de a maioria dos palestinos e israelenses ainda serem favoráveis a uma solução de dois Estados. É menos tranquilizador que a maioria dos israelenses e uma grande maioria dos palestinos tenham perdido a esperança de que essa solução algum dia se materialize. Acrescente-se a isso que em setembro expira o congelamento parcial de assentamentos que Israel aceitou e o prazo fixado pela Liga Árabe para as denominadas conversações intermediadas entre palestinos e israelenses, que não começaram a sério, também terminará.

É improvável que negociações diretas sérias comecem sem um congelamento da construção de assentamentos, que, também é improvável, o primeiro-ministro israelense Netanyahu venha a anunciar ou a implementar, dada a resistência em seu governo de coalizão. A Síria, que até o final de 2008 estava envolvida em suas próprias negociações com Israel intermediadas pelos turcos, não espera para breve uma retomada das negociações com Israel. Essa pode ser uma razão pela qual o presidente sírio, Bashar al-Assad mencionou a guerra como uma opção, como fez recentemente em Madrid.

Além disso, israelenses e pessoas próximas ao Hezbollah no Líbano estão falando sobre "uma nova rodada", enquanto muitos especialistas no Oriente Médio acreditam que uma guerra limitada poderia desbloquear uma situação estagnada. Seu ponto de referência é a guerra de 1973, que ajudou a trazer paz entre Egito e Israel. Mas as guerras que se seguiram e as últimas - a do Líbano em 2006 e a guerra em Gaza entre dezembro de 2008 e janeiro de 2009 - não corroboram essa teoria imprudente.

Alguns dos atores mais importantes no Oriente Médio estão intensificando os riscos de confronto, porque perderam uma percepção adequada de seu ambiente regional e internacional ou buscam ampliar seu próprio poder político mediante arriscadas provocações. A míope relutância de Netanyahu para desistir dos assentamentos e abandonar os territórios ocupados ameaça o interesse israelense de longo prazo de chegar a um acordo justo com os palestinos. Em seu ataque mortal contra a flotilha que viajava com destino a Gaza, em maio, o governo de Netanyahu demonstrou uma espécie de autismo político, em sua incapacidade de perceber que até mesmo os melhores amigos de Israel não querem mais aceitar as consequências desumanas do bloqueio contra Gaza.

A única potência regional atualmente no Oriente Médio é o Irã, mas não é uma força estabilizadora. Os países árabes estão cientes disso e por mais que não gostem, eles também temem uma guerra entre Israel e os EUA contra o Irã, pois sabem que teriam pouca influência sobre os acontecimentos.

Na verdade, a dinâmica intraregional atual no Oriente Médio é movida por três países, nenhum dos quais é árabe: Israel, Irã e, cada vez mais, a Turquia. Nos últimos anos, a Turquia tentou mediar entre Israel e Síria, Israel e o Hamas, facções rivais no Líbano e, recentemente, entre o Irã e os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU mais a Alemanha.

O governo Obama teve um início vigoroso, no que diz respeito ao Oriente Médio. Mas, um ano e meio depois de sua posse, a mão "estendida" de Obama ao Irã transformou-se num punho e suas tentativas de encorajar as negociações entre israelenses e palestinos parecem travadas. Problemas internos provavelmente preocuparão Obama e sua equipe pelo menos até as eleições, em novembro deste ano, o que esvazia a possibilidade de diplomacia ativa durante os críticos meses à frente.

E a União Europeia? Não tem havido muita diplomacia ativa para prevenção de crises oriunda de Bruxelas ou de capitais nacionais europeias. Nenhum dos ministros de Relações Exteriores dos países da União Europeia sequer parece ter feito uma tentativa de mediação entre os dois parceiros mais próximos da Europa no Mediterrâneo: Israel e Turquia.

Vinte anos atrás, nas semanas que antecederam a invasão do Kuwait pelo Iraque, muitos observadores viram sinais de uma crise iminente. Mas os atores árabes e ocidentais conseguiram convencer-se de que as coisas não escapariam do controle. Essa e outras crises mostram que as tensões no Oriente Médio raramente se dissolvem com o passar do tempo. Às vezes elas são resolvidas mediante intervenção diplomática ativa dos atores regionais ou internacionais. E às vezes eles são desatadas violentamente.

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