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terça-feira, outubro 26, 2010
POLÍCIA FEDERAL/DOSSIÊS [In:] DESINTELIGÊNCIA
25/10/2010 - 18h05
PF indicia jornalista no caso da violação de sigilo de pessoas ligadas a Serra
O jornalista Amaury Ribeiro Jr., ligado ao "grupo de inteligência" na fase da pré-campanha de Dilma Rousseff, foi indiciado nesta segunda-feira por quatro crimes no caso que investiga a violação do sigilo fiscal de dirigentes tucanos e familiares do candidato José Serra (PSDB).
A Polícia Federal, que investiga quem ordenou e pagou pela quebra ilegal dos sigilos, indiciou Amaury após o quarto depoimento prestado por ele. Para a PF, o jornalista cometeu violação de sigilo fiscal, corrupção ativa, uso de documento falso e deu ou oferecer vantagem a testemunha.
Em depoimento, Erenice contraria versão da Casa Civil e admite encontro com consultor
Erenice responde a mais de cem perguntas em quatro horas de depoimento à PF
Erenice e jornalista chegam para depor à PF
Leia os depoimentos anteriores do jornalista
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Em depoimento com cerca de seis horas de duração, Amaury confirmou o conteúdo das informações prestadas à Polícia Federal anteriormente --como o fato de ter encomendado informações fiscais de pessoas ligadas a Serra. Amaury, entretanto, ficou calado na maioria das novas perguntas.
SIGILO
Os alvos do jornalista tiveram seus dados violados em duas agências da Receita Federal em São Paulo.
O despachante Dirceu Rodrigues Garcia declarou à polícia que o jornalista o contratou para obter informações fiscais sigilosas de familiares e aliados de Serra. Essas informações foram parar num dossiê que circulou na pré-campanha petista.
Garcia afirma ter recebido R$ 12 mil em dinheiro de Ribeiro Jr. em outubro de 2009. No mês passado, alega ter recebido mais R$ 5.000.
No depoimento anterior que concedeu à PF, o jornalista não esclareceu se recebeu ou não orientação para investigar tucanos.
Ele apenas afirmou que iniciou a apuração porque soube que uma equipe liderada pelo deputado Marcelo Itagiba (PSDB-RJ), ligado a Serra, estaria reunindo munição contra o ex-governador Aécio Neves.
Nessa época, Aécio e Serra disputavam a indicação do partido para concorrer à Presidência da República.
VAZAMENTO
No depoimento anterior, Ribeiro Jr. também atribuiu a uma ala do PT o vazamento do dados que coletou. Segundo ele, um setor do partido disputava o controle de contratos da área de comunicação.
O PT nega que a ordem para encomendar a quebra de sigilo tenha sido dada pela campanha, assim como refuta ter operado qualquer dossiê para atacar o adversário.
Embora o jornalista tenha negado que trabalhou para a campanha petista, ele participou de ao menos uma reunião da "equipe de inteligência" em 20 de abril deste ano, num restaurante de Brasília.
MESMA AGÊNCIA
Ele é amigo de Luiz Lanzetta, dono de uma empresa contratada na ocasião para administrar contratos de comunicação para a campanha de Dilma Rousseff.
A Lanza Comunicação tem conta na mesma agência bancária, em Brasília, onde foram feitos os depósitos no mês passado em nome do despachante Dirceu Garcia.
Agora, a PF quer identificar a origem do dinheiro pago ao despachante.
Editoria de Arte/Folhapress | ||
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