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sexta-feira, novembro 19, 2010

DILMA PRESIDENTE [In:] EQUIPE ECONÔMICA, ''PERO NO MUCHO''

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MANTEGA FICA E MEIRELLES EXIGE AUTONOMIA PARA CONTINUAR

DILMA SEGURA MANTEGA NA FAZENDA PARA REFORÇAR "DESENVOLVIMENTISMO"



Autor(es): João Domingos,
Eugênia Lopes
O Estado de S. Paulo - 19/11/2010

Perfil do ministro atende ao interesse de Dilma de reforçar a política desenvolvimentista em seu governo

O ministro Guido Mantega (Fazenda) continuará no comanda da economia no governo Dilma Rousseff. A decisão, já esperada, ainda não foi oficializada pela presidente eleita, mas o convite foi feito durante reunião que os dois mantiveram ontem na Granja do Torto. O perfil do ministro atende ao interesse de Dilma em reforçar, no seu governo, a chamada linha desenvolvimentista. A ideia é manter o controle da inflação, mas não transformar apenas fiscais em solução para todos os problemas da administração da economia. O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, está decidido a não aceitar eventual convite para permanecer à frente da instituição num mandato-tampão ou sem a garantia de autonomia. Caso Meirelles saia, Alexandre Tombini, diretor de Normas e Sistema Financeiro do BC, é o mais cotado para assumir o cargo.


O ministro da Fazenda, Guido Mantega, continuará no comando da economia no governo Dilma Rousseff, que toma posse no próximo dia 1º de janeiro. A decisão ainda não oficializada pela presidente eleita, mas o convite foi feito durante reunião de quase duas horas que os dois mantiveram anteontem na Granja do Torto. Em conversas reservadas, ele é chamado por Dilma de "Guidinho".

A rigor, a reunião de ontem já serviu para discutir assuntos da administração econômica e tratar de problemas relacionados com o Orçamento, que está em processo de debate no Congresso. Na prática, como antecipou o Estado na sexta-feira, quando os dois viajaram para a Cúpula do G-20, em Seul, a decisão de manter Mantega no comando da Fazenda já estava tomada.

Apesar de a manutenção de Mantega no cargo atender a uma sugestão feita de maneira explícita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o perfil do ministro atende ao interesse de Dilma em reforçar no seu governo o que, nos debates entre economistas, costuma ser rotulado de "postura desenvolvimentista". Em síntese, isso significa que o rigor fiscal não pode comprometer o crescimento econômico. A ideia é não atentar contra controle da inflação, mas não transformar os apertos fiscais em solução para todos os problemas da administração econômica.

Entre EUA e China. No bastidor, ao dizer com todas as letras que os países emergentes estavam diante de uma "guerra cambial" travada entre Estados Unidos e China, Mantega entrou como líder no debate econômico mundial e agradou a Lula e a Dilma. A ponto de o presidente, na cúpula do G-20, ter agendado tarefas para Mantega para além do seu governo - como a próxima reunião de ministros de Finanças do G-20, que acontecerá em 2011, já no governo Dilma. Apesar de a decisão sobre Mantega já estar tomada, Dilma não fará o anúncio oficial até que defina o nome para presidir o Banco Central - o que deve ocorrer nos próximos dias.

Recorde. A ideia é anunciar em bloco a equipe econômica, devendo completar todo o ministério até o diz 15 de dezembro. Com o anúncio, Mantega poderá bater recorde de permanência de Pedro Malan, ministro da Fazenda que ficou oito anos no posto, durante o governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). Tendo assumido em março de 2006, Mantega poderá completar nove anos, se ficar até o final do mandato de Dilma, em 2014.

Em conversa com interlocutores, em Seul, Dilma disse estar convencida de que Mantega tem o controle das informações sobre a economia e de que ele está no rumo da política que deseja imprimir ao setor, com o Estado fazendo o papel de indutor do crescimento econômico.

A manutenção de Mantega, no entanto, não garante a permanência de um de seus principais auxiliares, o titular da Receita Federal. Desgastado com a quebra de sigilo fiscal de familiares do ex-governador José Serra e do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge Caldas, Otacílio Cartaxo não deve ser mantido.


MOMENTOS DA APROXIMAÇÃO DE DILMA COM MANTEGA

Redução do IPI


Na crise internacional, a então ministra Dilma apoiou postura "desenvolvimentista" do ministro ao anunciar a redução do IPI para carros e linha branca de eletrodomésticos

IOF para estrangeiros


Para conter a valorização do real por causa da excessiva entrada de dólares depois da capitalização da Petrobrás, Mantega aumentou o IOF para investimentos estrangeiros para 6%

Pressão de Lula


Contente com o resultado obtido com o aumento do IOF para as aplicações vindas do estrangeiro, Lula passou a pressionar Dilma a manter o ministro da Fazenda no próximo governo

Viagem a Seul


Numa demonstração de boa vontade com a indicação, Dilma transformou Mantega em seu fiel escudeiro na viagem a Seul, para o G-20. Mantega não a largou um instante.

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No bastidor, PMDB lançou 'três porquinhos' e Dilma adotou apelido


Apelido de Dutra, Cardozo e Palocci era visto como uma crítica, mas foi adotado pela campanha da presidenta eleita


Andréia Sadi, iG Brasília | 19/11/2010 16:35


Os “três porquinhos” de Dilma Rousseff foram nomeados oficialmente pela presidenta eleita nesta sexta-feira, mas a brincadeira com Antonio Palocci, José Eduardo Dutra e José Eduardo Cardozo começou no mês passado, durante a campanha eleitoral. Hoje, ao discursar na reunião do Diretório Nacional, Dilma arrancou risadas da platéia ao batizá-los de três porquinhos. A presidenta eleita contou que o apelido era visto como uma crítica, mas passou a usá-lo porque era mais prático.

Foto: Agência Estado

Dilma entre Dutra e Cardozo

“Os três porquinhos foram muito bem sucedidos na coordenação da minha campanha. Encontrei neles companheiros de todas as horas”, disse ela. Dutra e Cardozo, sentados ao lado da ex-candidata, caíram na gargalhada. Palocci não estava presente, mas a petista agradeceu o “último membro dos três porquinhos”.

PMDB

No auge da campanha do segundo turno, o trio de coordenadores que acompanharam a então candidata pelo País foi informado de que o PMDB, principal partido aliado, os havia apelidado nos bastidores com o título original da Disney. Resultado: Dilma gostou da brincadeira e adotou os três porquinhos para se referir a eles.

Como aconteceu durante o deslocamento do hotel para a sede da RedeTV, em Osasco, no dia 17 de outubro, os coordenadores se acomodaram cada um em um assento no helicóptero alugado pela campanha. Dilma, quando viu a jornalista e assessora Helena Chagas espremida entre eles, brincou: "Olha só! Agora é a Helena e os três porquinhos!"

Os próprios coordenadores passaram a fazer piada com o rótulo. Durante a reunião do Diretório Nacional do PT nesta sexta-feira, o secretário-geral do partido foi questionado sobre a ausência de Antonio Palocci e respondeu que ele estava em uma reunião. Os jornalistas insistiram sobre o que se tratava e ele ironizou:

- Vocês acham que eu vou me intrometer na vida pessoal do meu amigo, um dos três porquinhos?

Cardozo brincou também afirmando que os três têm em comum a “barriga”. Eles têm reclamado que ganharam peso durante a campanha eleitoral. Já o presidente do PT, José Eduardo Dutra, questionou no Twitter, no último dia 6, o apelido, mas avisou que, dos três porquinhos, o Prático já tem dono.

No conto dos Três Porquinhos, Prático tem como companheiros os personagens Cícero e Heitor. Os porquinhos ganharam nomes quando a Disney transformou o conto em animação, em 1933.

Origens

Na história, os três saíram de casa e precisaram construir as suas próprias moradias. Cícero era o mais preguiçoso e construiu uma casa de palha, Heitor de madeira e Prático, uma mais estruturada. Quando o Lobo Mau, o quarto personagem do desenho, destrói a casa dos dois primeiros, estes fogem para a casa de Prático. O lobo não consegue derrubar a casa de Prático, tenta descer pela chaminé e foge ao descobrir que à sua espera estava uma panela para queimar a sua cauda.

Questionado por jornalistas, nesta sexta, sobre quem seria o “lobo mau” na história dos três porquinhos de Dilma, Cardozo deu apenas um meio sorriso e desconversou.



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