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segunda-feira, novembro 01, 2010

DILMA, PRESIDENTE [In:] VIDA LONGA AO NOVO REI *

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O desafio à criatura


01 de novembro de 2010 | 0h 00
Dora Kramer -
O Estado de S.Paulo



O presidente Luiz Inácio da Silva não apareceu na festa, mas esteve presente na vitória de ontem de Dilma Rousseff em cada um dos 56 milhões de votos dados a ela e até no único momento em que a plateia de correligionários reunidos para ouvir o primeiro discurso da sucessora eleita, se entusiasmou: quando Dilma expressou sua gratidão e admiração por Lula.

A reação reproduziu exatamente o ambiente da eleição, toda ela referida na figura de um presidente que não esconde sua contrariedade em deixar o Planalto nem o desejo de fazer da obra da sucessão uma "prova" de seu poderio junto à população.

Por isso mesmo o resultado sequer pode ser visto - como pretende a propaganda oficial - como uma celebração à participação das mulheres na política brasileira, porque foi na realidade a vitória de uma mulher eleita não por méritos próprios, mas pela vontade e o esforço de um tutor.

E quem confirmou isso foram os petistas reunidos em um hotel de Brasília para ouvir as primeiras palavras de Dilma Rousseff depois de eleita, ao aplaudi-la com vigor apenas quando da referência a Lula.

O discurso de um modo geral foi frio, protocolar e genérico. Talvez como coubesse mesmo à ocasião. Foi parecido com a candidata que, mesmo eleita presidente da República, não demonstrava alegria, não transmitia emoção. Sorriu apenas ao falar de Lula, o único momento em que externou alguma emoção. Não lançou uma ideia nem disse uma frase que pudesse ser vista como marca de personalidade ou de estilo governamental. Quem escreveu o texto, não quis arriscar: pôs Dilma a reafirmar compromissos como a erradicação da miséria, a prometer cumprir contratos, reforçar agências reguladoras, melhorar a segurança pública, a nomear "ministros de primeira qualidade" e, no fim, a convidar "a todos para uma ação em prol do futuro do País".

Até a reafirmação da "mão estendida" à oposição por ora soou como uma formalidade. Pode ser só isso ou pode significar algo mais, disposição de realmente distender os ânimos, mas isso vai depender dos gestos futuros.

Para uma candidata que esperava ganhar no primeiro turno e um partido que preparava há tempo a festa da vitória, o primeiro pronunciamento poderia ter sido mais bem elaborado. Mas não surpreendeu nem decepcionou. Apenas deixou a desejar que os próximos sejam mais pródigos de substância.

Os primeiros instantes de Dilma eleita presidente foram muito semelhantes a todos os momentos já vistos e ouvidos desde que foi lançada candidata e reafirmaram um desafio que se impõe a ela de agora em diante cada vez com mais contundência: o de sair da sombra do criador e mostrar-se uma criatura à altura da responsabilidade que recebeu da maioria do povo do Brasil.
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(*) O Rei está morto. Viva ao Rei! (em francês: Le Roi Est Mort, Vive Le Roi!) é uma proclamação tradicional feita na sequência da subida ao trono de um novo monarca, em vários países, tais como o Reino Unido, Canadá e outros.
A frase original foi traduzida a partir do francês Le Roi est mort. Vive le Roi!, que foi pela primeira vez declarada a partir da coroação de Carlos VII da França após a morte do seu pai Carlos VI da França, em 1422. Em França, a declaração era tradicionalmente feita pelo Duc d'Uzès, por um alto Par de França, logo que o caixão contendo os restos do antigo rei descia para a abóbada da Basílica de São Dinis.
A frase surgiu a partir da lei de le mort saisit le vif - em que a transferência de soberania ocorre instantaneamente após o momento da morte do antigo monarca.
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Fonte: www.pt.wikipedia.org/
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