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quarta-feira, fevereiro 02, 2011
BANCO PANAMERICANO [In:] ''O QUE SERÁ QUE SERÁ QUE ANDAM COMBINANDO NO BREU DAS TOCAS..."
PanAmericano terá suporte bilionário
BTG Pactual quer PanAmericano com R$ 40 bilhões de ativos |
Autor(es): Vanessa Adachi | De São Paulo |
Valor Econômico - 02/02/2011 |
Antes um banco à beira da quebra, o PanAmericana sai da operação de resgate no último fim de semana como uma nova potência do varejo bancário no país. Apoiado por dois dos maiores bancos brasileiros - a agressiva BTG Pactual e a Caixa Econômica Federal -, a instituição fundada pelo empresário Silvio Santos deve, agora, decolar. Antes um banco ancorado num ativo fictício, com operação deficitária e que esteve à beira da quebra por pelo menos três vezes (na crise de 2008, em novembro e agora), o PanAmericano emerge da operação arquitetada para resgatá-lo no último fim de semana como uma nova potência do varejo bancário do país. Apoiado por dois dos maiores bancos brasileiros - o ágil e agressivo BTG Pactual de um lado e o estatal Caixa Econômica Federal de outro -, a instituição fundada pelo empresário Silvio Santos deve, agora, decolar. "Esse banco tem potencial para ter tamanho de ativo bem grande. Se falar em R$ 30 bilhões a R$ 40 bilhões de carteira não é nada fora da realidade", diz José Luiz Acar Pedro, apontado para assumir a presidência da instituição, completando que esse objetivo deve se cumprir em três a quatro anos. Esse tamanho de carteira de crédito colocaria o PanAmericano ao redor da oitava posição. Segundo os dados do Banco Central de setembro, o HSBC tem carteira de crédito de R$ 37,4 bilhões e o Safra, de R$ 27,9 bilhões. O PanAmericano aparecia na 19ª posição, com R$ 6,1 bilhões. Para sustentar sua operação, o novo PanAmericano contará com uma estrutura de captação de recursos vitaminada. A Caixa comprometeu-se a fornecer até R$ 10 bilhões em funding ao longo dos próximos anos, por meio de compra de recebíveis e operações no interbancário. O BTG Pactual fornecerá outros R$ 4 bilhões a R$ 5 bilhões. Ambos em condições de mercado, sem subsídio. Sob o comando dos funcionários de Silvio Santos, o PanAmericano tinha uma estrutura de captação com custos tão elevados que simplesmente inviabilizava uma operação rentável. Ao concordar com as duas operações de resgate, num total de R$ 3,8 bilhões, os maiores cotistas do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que são também os maiores bancos de varejo do país, criaram espaço para o surgimento de um concorrente de peso. Outros bancos chegaram a ser consultados pelo FGC para assumir o PanAmericano. Muitos se perguntavam ontem por que a operação não interessou a Bradesco e Itaú, por exemplo, já que eles próprios tinham uma exposição ao banco por conta das carteiras de crédito adquiridas e que se mostraram fictícias em muitos casos. Um experiente banqueiro, de uma grande instituição, diz que a operação não fazia sentido para nenhum dos dois, porque, com a Caixa como sócia, não seria possível consolidar as operações do PanAmericano e ganhar sinergias. A decisão de fazer um movimento para barrar o avanço de um concorrente nessas condições não era óbvia. Para transformar o PanAmericano na máquina de fazer dinheiro que pretende, o BTG Pactual terá ainda muito trabalho. O balanço do terceiro trimestre do ano passado, ainda sem data para ser publicado, virá limpo de todas as fraudes e inconsistências encontradas. Isso quer dizer que o ativo remanescente será raquítico, muito menor que os R$ 11,9 bilhões exibidos em junho e que o colocavam na 21ª posição no ranking de ativos. O banco precisará ganhar ritmo ainda e os indispensáveis investimentos em tecnologia levarão algum tempo para surtir efeito. Há muitos desafios pela frente. Existem, ainda, alguns prejuízos lá dentro que precisam ser digeridos. O caso mais gritante envolve suspeitas de desvio de dinheiro em conluio com a antiga administração, algo ainda não apurado. O mineiro Adalberto Junior emprestou centenas de milhões de reais ao PanAmericano por meio de Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) com taxas prefixadas que beiram os 30% ao ano por prazos tão longos quanto 20 anos. Para efeito de comparação, a taxa básica está em 11,25%. Sob a gestão do BTG, a ideia é renegociar essas e outras operações, trazendo-as para a realidade de mercado. ------------- |
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