Sob protestos de estudantes em greve da Universidade Federal do ABC, a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participaram nesta quinta-feira (5) da inauguração de uma unidade de pronto atendimento (UPA) em São Bernardo do Campo, no ABC, ao lado do candidato à reeleição, Luiz Marinho (PT).
Por meio de teleconferência, Dilma inaugurou simultaneamente UPAs em Porto Seguro, na Bahia, e no Recanto das Emas, no Distrito Federal, governado por Agnelo Queiroz (PT).
Dilma e Marinho tentaram tranquilizar os manifestantes durante os discursos. Sob gritos, Dilma encerrou seu discurso sinalizando para os manifestantes. "O pessoal pode acalmar que as coisas irão para os seus  lugares na hora certa", afirmou. Pouco antes, Marinho também sinalizou na mesma direção. "Temos um conflito, mas seguramente isso passa. É ter tranquilidade que na hora certa a negociação vai acontecer", afirmou o ex-ministro.
Durante o evento, Dilma prometeu a Marinho voltar a São Bernardo para inaugurar novos equipamentos hospitalares. Marinho cobrou investimentos do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e da ministra do Planejamento, Miriam Belchior.
Alunos da UFABC protestam durante evento com Dilma em SBC (Foto: Roney Domingos/ G1)
A partir de sábado (7) será vetado aos agentes públicos realizar inaugurações de obras públicas. Também será vetado aos candidatos participar de inagurações. Marinho, que é candidato à reeleição, disse que não poderá entregar a UPA que ficará ponta a um mês da votação de outubro. "A nona UPA vamos entregar no começo de setembro. Não vou participar por motivos óbvios. A legislação eleitoral restringe esse processo, mas convido a presidente e o ministro para estarem nessa inaguração", afirmou.  "Vou estar aqui no dia da inaguração, viu Marinho?," respondeu Dilma, minutos depois.
O governo federal investiu R$ 2 milhões para construção da UPA em São Bernardo, orçada em R$ 7,7 milhões. O restante dos recursos foi aplicado pela administração municipal. A unidade tem 14 leitos e capacidade para atender até 300 pessoas por dia.
A presidente chegou por volta do meio-dia ao local do evento e antes de participar da inauguração tirou fotos com os candidatos do PT às prefeituras de Santo André, Carlos Grana, e Mauá, Donisete Braga.
Lula brinca com o neto Arthur (Foto: Roney Domingos/ G1)
Mais médicos 
Dilma afirmou durante seu discurso que pretende aumentar o número e a qualidade de médicos em serviços públicos. De acordo com ela, o Brasil tem menos médicos per capta do que a vizinha Argentina.

  "Nós vamos aumentar,  tanto no que se refere a cursos de medicina de qualidade, e temos de assegurar que em algumas regiões do país, onde não há recursos, nós tenhamos capacidade de assegurar e colocar médicos", afirmou.
"O governo tem consciência de que 70% da população, algo em torno de 130 milhões de pessoas, depende diretamente do Sistema ùnico de Saúde", afirmou. "Nós vamos fazer o possível e  o impossível para dar saúde de qualidade para a população", afirmou.