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segunda-feira, dezembro 31, 2012
DROGAS. A QUEM INTERESSA O CONSUMO? (... ô, bobinho!)
Acertos no combate ao narcotráfico
Correio Braziliense - 31/12/2012 |
Com dimensões continentais e limites com três produtores de coca e derivados (Bolívia, Peru e Colômbia) e um (Paraguai) produtor, em menor quantidade, de maconha e cocaína, não é simples combater o narcotráfico no Brasil. Apenas de fronteira seca são 16,4 mil quilômetros. Some-se 7 mil quilômetros de costa marítima, além de portos e aeroportos pelos quais chegam e partem mercadorias e pessoas. Acrescente-se milhares de quilômetros de rios e rodovias, incluindo estradas vicinais, mais a corrupção policial que torna agentes do Estado aliados de traficantes. Resultado: o país hoje processa, importa e exporta diversos tipos de drogas, tendo, portanto, se tornado um centro de produção e consumo. Mas o combate ao narcotráfico começa a contabilizar significativos sucessos. Dezessete meses de Operação Ágata, vertente do Plano Estratégico de Fronteiras, terminaram com cerca de 20 mil pessoas presas. Nessas ações foram apreendidas 350 toneladas de drogas (um aumento de 329,5% em relação ao período de janeiro de 2010 a maio de 2011), 2.235 armas, 7,5 mil veículos e R$ 10,5 milhões auferidos de atividades ilícitas. E a atuação nas fronteiras deve ser reforçada. Até 2014, o governo pretende formar mais 3 mil homens para a Polícia Federal e 4,5 mil para a Polícia Rodoviária Federal, a serem deslocados para os limites territoriais do país. Em 2013, ano da Copa das Confederações, 20 mil homens devem participar de operações nas divisas. Por sua vez, a Operação Sentinela é realizada de forma pontual e com duração determinada em locais definidos. Armas, drogas e produtos não podem ter contrabando livre para o Brasil, que vem se tornando refúgio para traficantes em fuga, rota de distribuição para a Europa, produtor de materiais químicos para a produção, base para a lavagem de dinheiro e mercado para o consumo. Urge, portanto, que o governo destine mais recursos para que as forças de segurança marquem presença diuturnamente nas fronteiras do país, sejam elas secas, em regiões cobertas por florestas ou nas margens de rios. Da mesma forma, é preciso manter vigilância rigorosa em portos e aeroportos, com o uso de inteligência e tecnologia. Ou o país enfrenta o narcotráfico com competência e firmeza, ou continuará amargando derrotas ante o tráfico comandado pelo crime cada vez mais organizado. A triste realidade a mudar é a do consumo sabidamente crescente em todas as classes sociais, com o crack disseminando-se inclusive pelas pequenas localidades. ---- |
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