APRESENTADOR RICARDO BOECHAT: O presidente do Supremo Tribunal Federal mandou criar uma comissão que vai rever privilégios de juízes, as férias de dois meses para todos os magistrados, por exemplo, é um desses privilégios que podem acabar.
REPÓRTER CAIÃ MESSINA: São pastas, pastas e mais pastas, nada menos do que 63 milhões de processos aguardam uma decisão do Judiciário. A fila é tão grande, que em média, apenas três de cada 10 ações são julgadas.
Um dos motivos, segundo o próprio comando aqui do Supremo Tribunal Federal, é o tempo de folga dos juízes. Hoje, eles têm direito a dois meses de férias e mais 15 dias, pelo menos, de recesso no fim do ano. A reforma da legislação, que estabelece os direitos e deveres dos juízes, está engavetada há 25 anos. Enquanto isso, quem precisa de uma Justiça mais rápida, reclama.
ENTREVISTADO: O Judiciário deveria, a sua estrutura, o seu tamanho, acompanhar as demandas e a população daquela unidade federativa, isso às vezes não acontece.
REPÓRTER CAIÃ MESSINA: Mas agora, uma comissão no Supremo deve reformular a Lei Orgânica da Magistratura.
PRESIDENTE DO STF/JOAQUIM BARBOSA: Não é impossível imprimir um ritmo rápido a um determinado processo.
ENTREVISTADO: A Anamatra pretende defender o período de 60 dias de férias, tanto dentro do Supremo Tribunal Federal, quanto dentro do Congresso Nacional.
REPÓRTER CAIÃ MESSINA: Quando estiver pronta, a nova proposta vai passar pelo Congresso. A reforma deve tratar ainda de outra polêmica, juízes condenados mantêm o salário e a aposentadoria integral, mesmo afastados do cargo.
APRESENTADOR RICARDO BOECHAT: Essa Associação Nacional dos Magistrados dizer, na maior cara de pau, que vai defender as férias de 60 dias, mais 15 de recesso,75 dias à toa, contra 30 dos demais trabalhadores. É um absurdo, não é? Como diz o Boris Casoy, é uma vergonha.
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