Ao dar posse a seu 39º ministro, presidente diz que ex-desafeto Afif é "a pessoa certa para o lugar certo"
Chico de Gois
Luiza Damé
BRASÍLIA
Na posse de seu 39º ministro, o vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos (PSD), que comandará a Secretaria da Micro e Pequena Empresa, a presidente Dilma Rousseff defendeu a criação de mais uma pasta, criticada por adversários políticos como apenas uma forma de abrigar novos aliados e reforçar sua candidatura à reeleição em 2014.
- No Brasil, nós temos de ter, e de reconhecer, que é necessário um processo de expansão para depois abrir um processo de redução e afinamento. Nós precisamos de políticas focadas, o ministro será responsável por essa política focada das micro e pequenas empresas - justificou Dilma.
Afif elogiou a decisão de Dilma de criar a pasta que ocupará e citou que, junto com Lula, lutou para tratar de questões importantes para o setor durante a Constituinte:
- Sinto-me emocionado neste momento e agradeço à presidente Dilma esta oportunidade que a senhora me dá de poder continuar com a bandeira da minha vida - afirmou ele.
Dilma teceu elogios ao seu novo auxiliar, classificando-o como a "pessoa certa" para o cargo certo.
Numa solenidade concorrida e sem qualquer constrangimento, Afif, que uma vez afirmara que Dilma no Planalto equivaleria a entregar um Boeing para quem nunca pilotara um teco-teco, chamou de querido o ex-presidente Lula, de quem também foi crítico ferrenho.
A presidente elogiou o passado de Afif, deixando de mencionar o apoio do agora ministro ao malufismo e as críticas que ele sempre fez ao PT e a ela própria.
- É com satisfação que presido esta cerimônia, sobretudo porque eu acredito que a posse do ministro Guilherme Afif Domingos traz para essa questão da microempresa a pessoa certa para o lugar certo. O ministro foi o mais importante formulador e, ao mesmo tempo, o representante de milhões de cidadãos comuns que têm na micro e na pequena empresa o objetivo das suas vidas - discursou a presidente.
A Secretaria da Micro e Pequena Empresa foi aprovada pelo Congresso este ano, e os recursos para sua implantação já estão previstos no Orçamento da União de 2013. Ao todo, serão criados 66 cargos em comissão a um custo anual estimado de R$ 7,9 milhões. O orçamento para investimentos em projetos e ações não está previsto na peça orçamentária, mas poderá ser aprovado por meio de créditos complementares.
Afif não vê problemas em se manter como vice-governador de São Paulo - um governo do PSDB, principal adversário político do governo Dilma - e ministro de Estado:
- Eu não sirvo a dois senhores. Eu sirvo a uma causa com que os dois senhores concordam.
E repetiu que não pretende se licenciar do cargo no governo Alckmin. Afirmou que em junho, quando o governador de São Paulo deve se ausentar do país, irá discutir com a presidente Dilma o que fazer.
- O vice é eleito, e, sendo eleito, renúncia é um fato muito grave - afirmou ontem.
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