26 de junho de 2013 | 21h 49/ESTADAO.
Com a reestruturação que está em curso no grupo controlado por Eike Batista, a EBX deve
deixar de ser a holding que reúne e administra as empresas ‘X’. Segundo uma fonte ligada
ao grupo, ouvida pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, a EBX se
tornará a gestora dos ativos que permanecerem com o empresário depois do processo de
venda parcial ou integral que envolverá todas as ramificações do grupo.
As companhias de capital aberto, listadas na bolsa, e que hoje estão abrigadas sob o mesmo
guarda-chuva da EBX (que, por sua vez, é de capital fechado) deixarão de ser tão
interligadas. A separação tem o objetivo de facilitar operações de venda – parcial ou
integral. As sinergias que puderem ser mantidas serão analisadas caso a caso.
De acordo com a fonte, este era um processo que aconteceria mesmo sem a crise, mas com
um prazo maior. A previsão era de que em 2016, quando as empresas já estivessem em
fase operacional plena, a EBX virasse um veículo para administrar os ativos de Eike e
deixasse de ser uma holding.
A crise de credibilidade que derrubou todas as empresas do grupo X, além de acelerar o
processo, mudou bastante a reestruturação, já que o empresário será obrigado a vender
ativos e abrir mão do controle de empresas. Antes, a ideia passava também pela venda de
participação, mas com Eike no controle.
Nesta quarta-feira, na expectativa do grupo encontrar um parceiro estratégico com fôlego
financeiro para tocar os projetos em desenvolvimento pela LLX, as ações da empresa de
logística de Eike subiram 25% no pregão da BM&FBovespa. Mesmo com a disparada, a
cotação não superou R$ 1,25.
Sem receita suficiente para fazer frente ao grande endividamento do grupo, Eike tem de
"fazer dinheiro" rapidamente. O empresário tem divulgado notas em que repete que o
endividamento de curto prazo já está equacionado e o que resta é reestruturar o
endividamento de longo prazo.
Os credores de grande parte da dívida são grandes bancos comerciais, além do Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que financiou em torno de R$
10 bilhões para diversas empresas do grupo.
Dívida. Dois empréstimos-ponte concedidos a empresas de Eike pelo BNDES têm
vencimento em agosto e setembro. O primeiro é o da OSX, de R$ 400 milhões, para as
obras do estaleiro no Porto do Açu. Em setembro vence o de R$ 518 milhões, parte de um
financiamento maior para a implantação do porto, no município de São João da Barra.
Segundo fontes, estaria em suspenso até a definição da situação da empresa. Procurado, o BNDES não confirmou as informações, apenas confirmou a concessão dos empréstimos.
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